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A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Hoje a passeata chorou


Hoje a passeata chorou


Você era o mais vibrante dos alunos da escola
Você sorria radiante, você lutava até por bola
Hoje você se cala, mas a luta continua
O povo ainda rala, ainda clama, ainda sua

Hoje a passeata chorou pela falta de você

Quem não te viu chorar
Não consegue mais te ver sorrir
Quem te viu lutar
Não aceita o seu fugir

Quando a tortura começava você era o mais valente
E se a dor apertava a sua força era na mente
Hoje o país é outro e a tortura é de outro tipo
Mas existe e você nada, como se não fosse mais contigo

A nossa música, você lembra? Era forte, era protesto
A utopia era o que importava, pra depois ficava o resto
Hoje, saudoso, eu visito aquelas praças que tinham vida
Pra dizer aos meus olhos que buscamos uma saída

Todo dia olho no espelho e me orgulho daquelas bolinhas
As de gude, que jogamos, pra derrubar cavalarias
Imaginas como me dói escrever-lhe estas linhas?
Assistindo-o ir à TV dizer tantas patifarias?

Quem teve ânsia de justiça, não se acostuma à covardia
Quem quis mudar o mundo, não o vive sem magia
Não sei como você pode ter vendido a sua alma
É triste, é deprimente, não me peça pra ter calma

Hoje a passeata chorou pela falta de você


15 de Agosto de 2010,
*Ana Helena Tavares, jornalista por paixão, escritora e poeta eternamente aprendiz. Editora-chefe do blog "Quem tem medo do Lula?"

Livremente inspirado em "Quem te viu, quem te vê", de Chico Buarque.

Apesar de Uribe

 Apesar de Uribe

Por Mario Augusto Jakobskind (*)

Venezuela e Colômbia deram os primeiros passos no sentido de um entendimento. Os presidentes Hugo Chávez e Juan Manuel Santos se encontraram e restabeleceram relações diplomáticas entre os seus países. Provavelmente quem não deve ter gostado é o agora ex-Presidente Álvaro Uribe, que ingressou atabalhoadamente no Tribunal Penal Internacional acusando o dirigente venezuelano de permitir o ingresso de integrantes das Farcs em território da Venezuela, o que foi negado inúmeras vezes por Chávez, que já sugeriu ao grupo insurgente deixar as armas e adotar outra estratégia para conseguir tornar a Colômbia num país mais justo socialmente e menos desigual como agora.



E no meio de tudo isso explodia uma bomba nas proximidades de uma rádio de grande audiência e de uma agência de notícias, obrigando o novo presidente a se posicionar de forma dura. Então, vale a pergunta: a quem interessou esse ato? E a quem serviu?

 A questão das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia rende e, segundo Chávez, está servindo de pretexto para os Estados Unidos intervirem na Colômbia, inclusive com a instalação de sete bases militares a pretexto de combater o narcotráfico, como é de amplo conhecimento que o motivo é outro. Na verdade, a presença de forças militares estadunidenses na Colômbia é um fator de tensão na região. 

Mas não é o que pensa o Presidente do Chile, Sebastián Piñera. Em pronunciamento recente, o milionário que substituiu Michele Bachelet no Palácio La Moneda (sede do governo) defendeu a presença de militares norte-americanos na Colômbia, fazendo eco com os falcões do Pentágono. Na justificativa, o também apoiador da ditadura Pinochet assinalou que se trata de um acordo entre países livres e soberanos e com propósitos nobres.

Piñera pouco a pouco vai mostrando a que veio, o que não chega propriamente a ser uma surpresa. Ele se junta a outros presidentes latino-americanos que seguem a mesma linha de ação conservadora, como, por exemplo, o peruano Alan Garcia.

Mas já que estamos falando de Sebastián Piñera, seu irmão foi condenado a realizar 50 horas de trabalhos comunitários e pagar multa de 11.500 dólares por ter sido preso dirigindo bêbado e provocado ferimentos numa motorista de outro carro. 

A história não acaba aí. O hermano fugiu do local do acidente e só 13 horas depois se dignou a fazer o exame de teor alcoólico. E sabem aonde? Numa clínica particular em que um dos maiores acionistas era nada mais nada menos que Sebastián Piñera. E sabem quem dirigia o estabelecimento? Nada mais nada menos que o atual Ministro da Saúde, Jaime Mañalich.

Voltando a Venezuela, mais uma vez, para variar, a mídia de mercado colocou o Presidente Chávez como se ele fosse o bandido do filme de mocinho. Motivo: o governo bolivariano simplesmente avisou que não permitirá o ingresso no país do novo embaixador estadunidense, salvo se ele se retratar de uma declaração . Larry Palmer fez comentários ofensivos a Venezuela ao afirmar, na Comissão de Relações Exteriores do Senado  estadunidense, que as Forças Armadas Venezuelanas teriam uma alegada baixa moral “devido a nomeações de caráter político “. E de quebra ainda assegurou que há guerrilheiros das Farc em território venezuelano. Ou seja, o representante vetado fez coro com Uribe e sua presença na Venezuela pode se tornar um foco de provocação contra o governo bolivariano.

Os jornalões e quase todos os canais de televisão preferiram afirmar que o governo Chávez estava “desafiando” os Estados Unidos. Nada de dizer que Palmer estava criando caso com as declarações no Senado. Como não se informou o motivo da não aceitação do indicado pelo governo Obama, leitores e telespectadores foram induzidos a crer que o erro deve ser atribuído a Chávez .

Aí então, a partir da informação truncada, os analistas de plantão vão aproveitar o embalo para criticar o “desafiante” dos Estados Unidos para apresentá-lo como um radical criador de caso.

O exemplo em questão serve para ilustrar o que acontece volta e meia em outras editorias e que no fundo também ajuda a projetar a imagem negativa de muitos personagens que não rezam pela mesma cartilha preferencial do proprietário de veículo de comunicação.

Quando os jornalões, por exemplo, atacam  o atual goveno brasileiro na questão da exploração do petróleo e defendem  o regime de concessão que favorece as empresas, o mecanismo editorial é semelhante ao utilizado no caso do representante  dos Estados Unidos vetado na Venezuela. Ou seja, matérias e editorias mostram que o regime de partilha(*), defendido pelo governo é “danoso”, mas não complementam que o “dano” é só exatamente para a empresa, que deixa de ficar com toda a parcela da exploração do petróleo. E ainda por cima omitem o fato que o regime de partilha é adotado na maioria dos países. O resto é o resto.    

 (*) Adotado para exploração do pré-sal em que o estado brasileiro  determina o quanto eventualmente caberá de lucro à empresa petrolífera, enquanto no regime de concessão, adotado pelo governo  o FHC, o lucro total é de quem explora.   

*Mário Augusto Jakobskind é jornalista, mora no Rio de Janeiro e é correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de S. Paulo e editor de Internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do semanário Brasil de Fato. É autor, dentre outros livros, de “América que não está na mídia” e “Dossiê Tim Lopes – Fantástico / Ibope”. É colunista do site “Direto da Redação” e colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

Fazendeiro é flagrado pela sexta vez (!) com escravos

O mais importante não é a notícia a seguir, mas o que está por trás dela:

O governo federal libertou 45 trabalhadores rurais em situação análoga à de escravo na fazenda Zonga, em Bom Jardim (MA). Esta é, pelo menos, a sexta vez em que isso acontece em terras sob controle do pecuarista Miguel de Souza Rezende – hoje com 77 anos de idade. Não perca a conta: em suas fazendas foram libertados 52 em 1996, 32 em 1997, 69 em 2001, 13 em uma ocasião em 2003 e 65 em outra e, agora em agosto de 2010, mais 45. O levantamento foi feito pela repórter Bianca Pyl, em texto publicado pela Repórter Brasil.

(Já contei aqui a história de Antônio, que foi vendido por R$ 80,00 para esse fazendeiro junto com outros companheiros. Vale a leitura do seu depoimento.)

“Mesmo que quisesse ir embora, o trabalhador não conseguiria. Ele não poderia bancar o transporte, já que não recebia os salários adequadamente”, afirmou a auditora fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego Camila Bemergui, coordenadora desta última a ação de libertação que contou também com a participação do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal. De acordo com a fiscalização, a situação em que estavam era degradante. Por exemplo, a comida servida aos empregados estava estragada e com vermes. O proprietário se negou a pagar a indenização. Aliás, “proprietário” não seria o termo correto, uma vez que a área estaria ilegalmente dentro da Reserva Biológica de Gurupi.

Seis vezes! Qual a desculpa para ser pego tantas vezes com escravos? Aí é que está, não existe. É simplesmente a impunidade plena que reina quando a Justiça não cumpre o seu papel e o infrator sabe disso de antemão. Ou, melhor, quando cumpre sim um papel de manter as coisas como estão. E a Câmara dos Deputados tem sua parcela de culpa, pois se tivesse aprovado a proposta de emenda constitucional que confisca a terra daqueles que usaram esse expediente (e que já passou pelo Senado), talvez a história de dezenas de pessoas que trabalharam na fazenda Zonga teria sido diferente.

Olha, estou há muitos anos tratando desse tema, o que acaba endurecendo um pouco a vista, diante de tanta bizarrice. Mas essa é uma daquelas notícias que dá uma chacoalhada diante da banalização da violência que nos acomete. Sinto-me envergonhado como brasileiro, com vontade de pedir desculpas a esses últimos 45 libertados por seu país saber que havia uma armadilha montada e não ter conseguido desativá-la.

Se fosse eles, pediria indenização ao Estado pelo seu papel de cúmplice.

FONTE: http://blogdosakamoto.uol.com.br/2010/08/15/fazendeiro-e-flagrado-pela-sexta-vez-com-escravos/
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