O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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Peço que, quem queira continuar acompanhando o meu trabalho, siga o novo blog.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O MOVIMENTO HIPPIE PASSOU PELA MINHA COZINHA

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Urda Alice Klueger

Às vezes, pessoas jovens com quem convivo me perguntam se eu fui hippie. Eu fico me questionando: fui? Não fui? Bem, eu não botei a mochila nas costas e fui para as estradas, como os hippies faziam, nem sentei em praças a fazer artesanato, nem vivi em fazendas comunitárias – na verdade, em todo o tempo em que as coisas estavam acontecendo, eu continuei a levar uma vida de pequena burguesa, em Blumenau, primeiro estudando, depois trabalhando e estudando, e sei que o meu pai jamais deixaria que eu botasse a mochila nas costas e saísse pelo mundo.

Por outro lado, eu estava ligadíssima em tudo o que acontecia: era adolescente quando chegaram as primeiras notícias sobre o movimento hippie, e quase fiquei adulta antes que ele terminasse. Minhas antenas estavam todas voltadas para aqueles jovens que estavam botando em xeque todos os valores pré-estabelecidos, que estavam derrubando tabus e preconceitos, e tudo o que eu queria na vida era ser como eles. Na verdade, absorvi ao máximo a filosofia hippie, e quando me perguntam se fui hippie ou não, acabo pensando cá comigo : "De uma certa forma, eu sou hippie até hoje!"

Daí, um dia, logo depois de 1970, o movimento hippie chegou em Blumenau. Os hippies tinham rotas pré-estabelecidas: do Rio desciam para a Ilha do Mel/PR, e de lá a Florianópolis, e de lá enveredavam para o Rio Grande do Sul e a Argentina, e depois iam conhecer mais coisas na América do Sul, e acabavam voltando ao Brasil via Bolívia. Em algum momento, no começo da década de setenta, eles colocaram Blumenau nessa rota, e foi lindo!

Eles chegavam sem pressa a Blumenau, e hospedavam-se num hotelzinho da Rua Ângelo Dias chamado Hotel Braz, e passavam os dias na escadaria da Igreja Matriz, fazendo os mais diferentes tipos de artesanato, e tocando violão, e compondo poemas, e filosofando e se curtindo, e eu daria um braço para poder ficar lá com eles - só que, pequena burguesa que era, tinha que ir trabalhar.

Nos finais de tarde, porém, parava diante da escadaria da Igreja, e ficava de papo com eles. Surgiram amizades daí, e os hippies começaram a ir lá em casa jantar. Meus pais tinham se mudado para a praia, e eu e minha irmã Margaret morávamos num "apertamento" na Rua XV de Novembro 1398, a principal de Blumenau. Com certeza, se morássemos, ainda, com nossos pais, as coisas teriam sido diferentes – mas em pleno movimento hippie blumenauense, Margaret e eu estávamos morando sozinhas - uma maravilha!

Nosso "apertamento" virou ponto de jantar de muitos hippies – porque eles estavam sempre indo ou chegando de algum outro lugar, e as amizades não duravam muito tempo. Estávamos, naquele tempo, num período de baixíssima inflação, e tínhamos bons salários, o que resultava em esmerados jantares feitos de camarão e outras coisas boas.

Nossos amigos andavam sempre meio esfomeados, e era um prazer cozinhar para eles. Nós entrávamos com a comida, e eles entravam com as histórias, e quantas histórias tinham para contar! A maioria deles tinha viajado muito, e contavam para nós as coisas do Brasil e da América, e alguns tinham viajado inclusive pela Europa, e era um nunca acabar de contar coisas. Discutíamos música e coisas filosóficas, falávamos mal da guerra do Vietnã e dos preconceitos da sociedade – eram noites estimulantíssimas!

Naquele tempo, porém, se dormia cedo. Meia noite era uma hora tardia, e era por essa hora que eu anunciava :

– Gente, hora de dormir! – e nossos amigos se despediam e iam escada abaixo, mas quantas coisas e quantas experiências nos deixavam! Quantas coisas, na minha vida de hoje, ainda são influenciadas por aqueles papos e por aquele tempo! Eram doces amigos que foram educados e gentis, sequer alguma vez acenderam um baseado na nossa cozinha. E como os mais velhos falavam mal deles! Acho que fui uma felizarda pelo contacto com eles. E afirmo, hoje, com orgulho, que o movimento hippie passou pela minha cozinha!

Urda Alice Klueger é escritora, historiadora e doutoranda em Geografia pela UFPR. Colabora com a Agência Assaz Atroz e com este "Quem tem medo do Lula?"
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A Editora Hemisfério Sul Ltda. comunica que já está nas melhores casas do ramo o livro “Caos e cosmos: uma proposta de futuro” de autoria do escritor Raul Longo. O livro conta com orelha da cientista social Sandra Tolfo e teve ainda cuidadosa revisão gramatical de Daise Fabiana Ribeiro, saindo com primorosa capa de Johnny H. Kamigashima.

Sobre o autor:

Raul Longo nasceu em 1951 na cidade de São Paulo. Em 1968 foi publicado pela revista Recreio da Editora Abril, dando inicio a colaborações em roteiros de historias em quadrinho, crônicas, artigos e reportagens.

Residiu em Salvador, Recife, Campo Grande, Rio de Janeiro e Ubatuba e viajou por diversos países da América Latina. Desde 1997 se considera “uma pipa desgovernada que o vento sul encostou à Ponta do Sambaqui, em Florianópolis”.

Em 1978 foi um dos vencedores do Concurso Nacional de Literatura Unibanco e o conto premiado tornou-se roteiro de uma comédia cinematográfica.

Em 1979 publicou o livro que escrevera durante sua estada na Bahia: “Filhos de Olorum – contos e cantos de Camdomblé”. No ano de 1982 recebeu o Prêmio Miguel de Cervantes, cujo prêmio foi uma viagem ao Chile, onde escreveu o livro de poesias “A Cabeça de Pinochet”.

Em Campo Grande, no ano de 1980, realizou o I Seminário Indigenista do Mato Grosso do Sul. Produziu livros de contos, poesias, novelas, romances, crônicas e peças de teatro, que são publicados/as no Brasil e em outros países e continentes.

Diz Sandra Tolfo a respeito do livro:

Estamos vivendo um momento de grande desafio social, no que tange às questões ambientais. Deparamos-nos com uma encruzilhada e precisamos escolher, rapidamente, para que lado queremos ir: se optamos pela via da continuidade e seguimos com a destruição de nossas “reservas de vida”, ou optamos pela via da sustentabilidade, onde possamos encontrar um novo caminho.

Em Caos e Cosmos: Uma proposta de futuro, Raul Longo, vem propor de forma lúdica esse debate. Nesta obra, seres de outro planeta olham para a Terra preocupados com o que nós estamos fazendo com o planeta azul, resolvendo, assim, intervir de alguma maneira para que nossas atitudes mudem, e decidem usar este livro para isso.

Sem sombra de dúvida, este é um livro intrigante, um livro desafiador, bem ao estilo da escrita de Raul Longo.

Caos e Cosmos é, por isso, um belíssimo livro, que deve ser lido por todos, principalmente pelos adolescentes, por trazer, em especial a eles, o desafio de construir uma proposta de futuro para a espécie humana e para a manutenção da vida em nosso planeta.

Lançamento:

O lançamento acontecerá às 20:00 horas do dia 13 de agosto de 2010, na festa do Cachorro Louco, na sede do Espaço Cultural Baiacu de Alguém, situado na entrado do Bairro Santo Antonio de Lisboa, Florianópolis – SC.

O livro tem 78 páginas e custará 25,00 reais o exemplar. ISBN 978 -85-86857-42-3 Editora Hemisfério Sul Ltda. – Blumenau – SC.

Contatos:

Editora Hemisfério Sul Ltda.
hemisferiosul@san.psi.br
(47) 3035-3181

Raul Longo
pousopoesia@ig.com.br
(48) 3206-0047

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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA

Agência Assaz Atroz

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Um João chamado Barbosa

Um João chamado Barbosa

Por José Ribamar Bessa Freire (*)


Era um gozador, embora não tivesse motivos para achar a vida engraçada. Nascera no lugar errado: a Colônia Oliveira Machado, um viveiro de arigós pobres na periferia de Manaus. E no ano errado - 1914 - justamente quando o preço da borracha começou a despencar, aumentando a miséria nos seringais e cidades da Amazônia. A Primeira Guerra Mundial, prejudicando o seu abastecimento, trouxe mais fome para a região.



No final da guerra, a desnutrição e a gripe espanhola de 1919 mataram muitas pessoas em Manaus, entre as quais o agricultor Raimundo Barbosa. A viúva, dona Filomena, uma cearense de Quixeramobim, ficou na maior pindaíba. Comeu a mandioca que o diabo ralou. Alimentava os seus quatro filhos - João era o caçula - com chibé de farinha, molhada com xarope de Bromil, distribuido gratuitamente. "Nunca uma propaganda foi tão verdadeira: Da horrivel tosse que me pôs febril, me salvei com um milagroso frasco de Bromil", filosofava ele, anos depois.



Dois irmãos não aguentaram. Morreram. - "Onde pobre arma a rede, tem sempre uma goteira", ele dizia, sem nenhuma amargura. Não era sequer uma queixa, apenas uma constatação. Logo depois, Dona Filó deixaria a Colônia para armar a sua rede e as dos órfãos, num casebre, localizado no terreno atrás do Colégio D. Bosco, propriedade do bispo de Manaus, que o cedeu em troca de serviços domésticos.



Neste período, João Barbosa, um dos sobreviventes, foi uma espécie de auxiliar de sacristão da igreja de São Sebastião, se é que sacristão tem auxiliar. O certo é que, com os padres capuchinhos, ele aprendeu o catecismo, o gosto pela literatura, um pouco de latim-de-missa e de italiano e a comer macarrão. Comida, para ele, era talharim. O resto era conversa fiada.



Filho de viúva ficou, por isso, dispensado de servir o Exército. No início da década de 30, arranjou trabalho como balconista na Loja Leão, que ficava ali em frente ao Mercado Adolpho Lisboa. Como vendedor de tecidos, aprendeu a reconhecer um corte de casemira inglêsa, o linho HJ, o SS 120 irlandês e toda espécie de pano ou fazenda usada na confecção de roupa. Daí, foi ser vendedor na "Casa 22 Paulista", na rua da Instalação, onde continuou a desenvolver a arte da sedução.



Durante a Segunda Guerra Mundial, com a formação do "exército da borracha", gringos voltaram a passar por Manaus, reaquecendo o comércio local. O "turco" Jezzini - uma figuraça - tinha uma loja de fazendas na rua Sete de Setembro, detrás da Matriz. Precisava de um vendedor experiente, bom de papo, que conhecesse tecidos e que dominasse línguas estrangeiras. João Barbosa apresentou-se como se fosse a personificação da própria ONU:



- "Conheço o latim, falo o italiano, o espanhol e o francês e me viro em inglês".



Poliglota, foi contratado na hora. Dias depois, entra na loja o primeiro gringo. Era um francês. Chegara o momento do teste da verdade. O velho Jezzini, esbaforido, chama:



- "Minha bai do Céu! Babósa, Babósa, um cliente".



João Barbosa era capaz de ficar emitindo, durante dez minutos sem parar, um conjunto de sons parecidos com a língua francesa, com um impressionante sotaque de Jean Gabin. Não pensou duas vezes:



- "Cachorrí, tré-jolí, gê né sé pá, antandê-vu parlê françé, merci bô cu, né pá dequá ..." e continuou derramando um dicionário de palavras oxítonas, pronunciadas com tanta segurança, que impressionou os que ouviram.



O francês, embasbacado, é claro, retrucou qualquer coisa que Barbosa, é claro, decodificou a seu modo, respondendo no mesmo tom. Foi um tal de diga-lá, digo-eu, diga-você. O diálogo fantástico e surrealista prosseguiu por algum tempo, até que, visivelmente irritado, o francês vai embora, mas antes diz qualquer coisa do tipo:



- "Merde, alors! Vous êtes complètement dingue!"



O velho Jezzini, que a tudo assistira, pergunta:



- "O que é que êle queria, Babósa!"



- "Penico! Ele queria penico, seu Jezzini! Eu expliquei que isso aqui era uma loja de tecidos. Que ele procurasse lá na Central de Ferragens".



Durante mais de dez anos, vendeu, em várias línguas, muito tecido para gringos na loja do Jezzini, ninguém sabe como. Casou, teve filhos em série, anualmente, e no início da década de 1950 mudou de emprego, foi gastar o seu latim como cobrador do IAPC - o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários. Numa das tantas greves, houve demissão em massa. Seu nome estava na lista. Desespero em casa. Ele, tranquilo:


- "Isso não vai ficar assim não. O titio vai ficar furioso quando souber".



Ninguém sabia se falava sério, de gozação ou se estava delirando. De qualquer forma, escreveu mesmo uma carta a quem ele chamava de "titio": o senador Vitorino Freire, cacique político do Maranhão, com peso no cenário nacional. Queixou-se que havia sido demitido por perseguição política, pelo fato de ser sobrinho do senador. Assinou o nome completo: João Barbosa Freire. Recebeu resposta em papel timbrado do Senado, onde Vitorino informava que providências haviam sido tomadas, podia reassumir suas funções. Dito e feito. O alegado, porém controvertido parentesco, acabou funcionando. Ele foi reintegrado.



Morria de rir com essas coincidências. Quando a realidade era muito séria, ele a transformava, como durante os longos períodos de carestia. Manaus dependia dos navios que atracavam no Rodo. A cidade ficava, frequentemente, vários meses sem carne de gado e sem pão, deixando as donas de casa exasperadas. Uma tarde, ele estava jogando dominó, no bar do Armando, na esquina da Carolina com a Xavier, quando uma moradora nova do bairro - dona Bebé - se aproximou:



- "Santo Deus! O que é que eu faço prá conseguir, pelo menos, um quilo de carne?"



- "Uns choram porque têm de menos, outros porque têm de mais", respondeu enigmático João Barbosa, enquanto embaralhava as pedras de dominó. Dona Bebé, curiosa, pediu mais explicações. Ele inventou na hora: seu filho mandara de Coari a metade de um boi. Sem geladeira, a carne poderia apodrecer. Que ela fôsse lá, no número 38, e falasse com dona Elisa, sua mulher, para lhe vender uns quilos. Mas que gritasse, porque sua mulher era um pouco surda.



Armou e ficou na esquina, com a curriola do dominó, vendo o circo pegar fogo. Pegou mesmo. Dona Elisa, coitada, num calor infernal, cuidando da casa e dos filhos, numa trabalheira doida, viu aquela mulher invadir sua casa como se fosse um açougue, pedindo aos berros carne, que ela - dona Elisa - não comia há meses. Quase sai porrada.



Eram brincadeiras ingênuas. A qualquer mulher jovem, cujo nome ele desconhecia, chamava de Beatriz, e engatilhava logo um versinho: "Beatriz, não foi feliz porque não quis". Um dia, vestiu uma batina de padre e, para a alegria das moças, saiu pelo beco, confessando todas as beatrizes da rua. Foi uma festa. Às vêzes, convidava a comadre Sebastiana para um xaxado na Paraíba, e entrava no beco, cantando, com os filhos fazendo coro: "A, E, I, O, U, Ipisilone".



Nunca saiu de Manaus. Minto. Saiu uma única vez, quando conquistou o título de campeão de dominó do torneio do Apostolado da Oração. Ganhou uma passagem para Itacoatiara, onde deveria passar três dias, enfrentando os campeões locais. Chegando lá, não ficou nem duas horas. Pegou o primeiro barco de volta. Entrou em casa de madrugada, aos prantos, beijando filho por filho, em cada rede e dizendo:



- "O papai nunca mais faz isso com vocês". Parecia uma galinha chocando os seus pintinhos.



Depois disso, só "viajou" através das leituras dos romances. Adorava "Os Miseráveis" de Victor Hugo, "O Ferreiro da Abadia" de Ponson du Terrail, e "Eurico, o Presbítero" de Herculano. Deixou como herança o gosto pela literatura e, sobretudo, a alegria de viver, que na verdade é mais do que um patrimônio familiar. É uma forma de resistência popular, contra o sofrimento cotidiano, do joão-ninguém, de tantos barbosas anônimos. Seu heroísmo está justamente na capacidade de arrancar o riso de qualquer situação, como barreira contra a infelicidade.



Ao contrário da Beatriz, João foi feliz, porque quis. "Nasci nu e pobre, agora estou vestido e tenho 12 filhos", esse era o emblema singelo de sua felicidade. Eu sou um dos herdeiros, leitor (a). Resolvi lembrá-lo porque hoje faz trinta anos que ele morreu num leito da "Beneficente", contando piada. Aí, me invadiu uma saudade danada..


*José Ribamar Bessa Freire é antropólogo, natural de Manaus e assina no “Diário do Amazonas” coluna semanal tida como uma das mais lidas da região norte. Reside no Rio de Janeiro há mais de 20 anos e é professor da UERJ, onde coordena o programa “Pró-Índio”. Mantém o blogTaqui pra ti e é colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

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Agradeço ao companheiro Bessa por me enviar este belíssimo texto de presente para o blog. Foi escrito em 1995, porém será eternamente atual. Trata-se de uma homenagem que o Bessa fez ao seu pai (que, segundo ele, foi um "anti-herói, um tipo de herói") e, como sabemos, dia dos pais é todo dia.

PORTOS E AEROPORTOS

OS PORTOS E AEROPORTOS


Laerte Braga


O ex-governador de São Paulo José Arruda Serra deu ênfase a dois aspectos em sua participação no debate promovido pela REDE BANDEIRANTES, quarta, dia quatro de agosto, isso além do tema saúde, que lhe valeu o “diploma” de hipocondríaco dado por Plínio de Arruda Sampaio, candidato do PSOL.

Arruda Serra falou dos recursos destinados às APAES e no dia seguinte o governo colocou em toda a mídia os valores repassados àquelas ONGs. Arruda Serra havia mentido. Entrou de sola na questão de portos e aeroportos, já que as fronteiras chamadas secas têm vigilância internacionalmente reconhecida como eficiente.

Na campanha eleitoral de 2006 os tucanos aliados ao grupo GLOBO e através da REDE GLOBO, criaram a chamada “Caravana da Cidadania”, onde exibiam os problemas do País e quase sempre com a presença do candidato Geraldo Alckmin.

Pedro Bial, o dos heróis do BBB, correu parte do Brasil exibindo problemas, ausência de ação governamental e como não poderia deixar de ser inventando fatos e problemas inexistentes, ou distorcendo.

Os portos foram alvo das atenções de Bial. Os comentários “técnicos” ficavam por conta de Miriam Leitão. Bonner entrava com a expressão de desolado, com peninha das pessoas atingidas pelos ditos problemas.

No caso do Paraná, porto de Paranaguá, investiram feio sobre irregularidades e congestionamento, necessidade de ampliação, modernização, etc, o discurso de sempre. A GLOBO apostava na candidatura do senador Osmar Dias contra o governador Roberto Requião, candidato a um segundo mandato.

Requião agüentou o tranco, ganhou a eleição no olho mecânico e naquele mesmo dia, em entrevista coletiva à imprensa, chamou Miriam Leitão de mentirosa (não foi desmentido, pelo contrário, a GLOBO falou em engano), Bial de mentiroso, referiu-se à mídia de seu estado como mentirosa, a um jornalista que tentou defender o patrão chamou de “puxa saco” e explicou um dos fatos, uma das mentiras, distorções, invenções.

Na tal Caravana da Cidadania Pedro Bial e sua equipe filmaram um dos terminais do porto de Paranaguá cedido à CARGILL, empresa privada, multinacional, ligada inclusive ao agronegócio, como área de congestionamento e retrato da suposta falta de modernização do porto.

Eram dois os objetivos. Primeiro criar na opinião pública a idéia que o porto precisava ser privatizado (Miriam Leitão defendeu esse ponto de vista, tudo montadinho, ajeitadinho, tipo passe para deixar o centro-avante na cara do gol) e segundo desmoralizar o governador Requião por não permitir que transgênicos fossem exportados por Paranaguá.

No dia seguinte ao da bronca de Requião, a GLOBO desculpou-se com o tradicional “cometemos um erro”, ou coisa que o valha.

Ao referir-se a portos e aeroportos com capacidade superada, necessidade de modernização, etc, Arruda Serra está dizendo lá do fundo, implicitamente, que precisam ser privatizados.

As duas portas de entrada do Brasil, portos e aeroportos, privatizadas, entregues e empresas multinacionais e pronto, a troca pura e simples da grafia da palavra BRASIL. Passa a ser grafada assim, BRAZIL.

Vai ser mais ou menos que nem bueiro da Light no Rio, explode e mata.

Quando da inauguração do RODOANEL em São Paulo, a toque de caixa para ser exibido como obra de Arruda Serra, nos primeiros dias notou-se que o dito cujo tremia. A quadrilha QUEIROZ GALVÃO, que alguns insistem em chamar de empreiteira, foi convocada pelo governador Arruda Serra para verificar os motivos dos tais balanços, digamos assim e para não dar na pinta, não deixar que o assunto ganhasse o domínio público, disfarçou seus engenheiros e técnicos de mendigos para que pudessem aferir o que de fato estava acontecendo e verificar as providências necessárias para corrigir o problema.

Passaram cerca de uma semana, engenheiros e técnicos, vestidos de mendigos, medindo o impacto do trânsito de veículos no RODOANEL e recomendando as providências para o “treco” não cair.

É o estilo Arruda Serra de ser mentiroso. Dissimulado. Traiçoeiro.

No domingo, dia dos Pais, o candidato Arruda Serra, ao contrário de todos os outros, não tinha agenda. Nem aliados querem saber dele. O jornal THE GLOBE, na versão brasileira, O GLOBO, anuncia em manchete de segunda-feira, dia nove, que os tucanos captaram menos recursos que a candidata do PT para suas respectivas campanhas. É indício claro que a turma está correndo de Arruda Serra, o típico, manda dizer que eu viajei só volto depois de outubro.

Aécio Neves, através do presidente estadual do PSDB de Minas, ao ser questionado sobre seu empenho na campanha de Arruda Serra mandou um recado claro – “acha que está ruim, então vem para cá fazer melhor”.

Três candidatos fazem a crítica do governo Lula no plano ideológico. Ivan Pinheiro do PCB, Plínio de Arruda Sampaio do PSOL e José Maria do PSTU. Marina da Silva é agente tucana disfarçada de verde, definida de forma magistral por Plínio de Arruda Sampaio, “você não sabe é pedir demissão Marina”. Foi ministra por quase sete anos e de repente pensa de forma diversa do atual governo.

Arruda Serra é pilantra de quatro costados (não existe tucano que não seja)

Toda aquela conversa com os olhos estatelados de Jânio Quadros abstêmio é só para fingir que está preocupado com os portos e aeroportos, como se o caos aéreo não fosse essencialmente culpa das empresas privadas, mas doido para entregar tudo, dar de bandeja.

Só faltou falar como Collor, em nova “abertura de portos”.

As tevês no Brasil costumam exibir em suas “sessões cinematográficas” o filme MISSING, com Jack Lemon e que mostra o drama real de um pai e uma mulher cujo filho e marido foi assassinado pela ditadura de Pinochet no Chile.

Preso, foi levado para o Estádio Nacional de Santiago, onde várias execuções aconteceram no dia do golpe contra Allende mesmo. Entre os presos estava José Arruda Serra, supostamente comunista, ou de esquerda. Estava exilado no Chile. Foi o único a ser solto, quase que imediatamente.

Como? Interferência de FHC através da MERCEDES BENZ, empresa que no Brasil financiou a OBAN – OPERAÇÃO BANDEIRANTES – que pretendia, torturava, estuprava e matava presos políticos. Os corpos eram desovados como vítimas de atropelamento pelos caminhões da FOLHA DE SÃO PAULO. E entregues às famílias em caixões lacrados, e a proibição expressa de abri-los (agentes da ditadura permaneciam nos velórios o tempo inteiro). FHC estava no Chile e não foi molestado, era deles.

José Arruda Serra é muito mais que um político corrupto, venal, é uma figura repulsiva, causa asco em sua covardia, seu jeito dissimulado, cai-lhe bem o apelido de Vampiro.

Jânio uma vez vestiu-se de motorneiro de bondes. Quem sabe Arruda Serra não sai de mendigo, como os engenheiros e técnicos da QUEIROZ GALVÃO e repete aquela história de que “sou pobre”, etc, etc.

Não era Collor que não tinha um aparelho de som, só uma vitrola antiga por falta de dinheiro?

Nessa conversa fiada de portos e aeroportos está doido para ver tremulando as bandeiras de empresas estrangeiras nos portos e aeroportos brasileiros e de quebra, a norte-americana.

A propósito, Plínio de Arruda Sampaio é bem mais que um político decente, uma figura respeitável sob todos os aspectos. Conhece essa história do Chile, à época estava exilado por lá, só não fazia parte da turma de FHC. MERCEDES BENZ, FUNDAÇÃO FORD, o de sempre.

A diferença entre bom e mau caráter.

Revista Exame se prostitui sem camisinha (sobre o Caso estaleiro Eike Batista)

Da mesma família

Revista Exame se prostitui sem camisinha

Por Raul Longo (*)

Apesar de então as DST não serem tão ameaçadoras, já houve tempo em que a Editora Abril se preservasse mais. Pelo menos usavam, como camisinha, aqueles tarjas indicando logo no início: “Matéria Paga”

Hoje não. Se bobear, até beijam na boca!

Sem nenhuma intenção de ofender as verdadeiras profissionais do sexo, adiante se expõe a impunidade e descaramento dos que exploram o lenocínio tal qual aqui se faz com o pobre do Gabriel Rinaldi, utilizado pela gananciosa irresponsabilidade de seus gigolôs, sem o menor cuidado preventivo.

Que o empresário Eike Batista tente iludir o Brasil fazendo parecer que a população de Florianópolis é um bando de inconscientes com aqueles aos quais oferece empregos de chão de fábrica, apenas porque os golfinhos são animais raros ou extinção, vá lá! Faz parte de sua profissão de homem mais rico do país. Ninguém se torna profissional da riqueza praticando honestidade ou evitando dizer mentiras.

Já como jornalista, se Rinaldi fosse minimamente profissional, não assinaria uma matéria paga. Pelo menos não sem antes conferir possibilidade de uma meia-verdade. E assim descobriria que os moradores de Florianópolis e região não estão preocupados com os golfinhos, ainda que nada tenham contra eles. Até porque raramente os veem. De anos em anos, três ou quatro em distantes e rápidos mergulhos sucessivos, distinguidos apenas por seus dorsos.

Surpreso, Rinaldi descobriria que a população da capital de Santa Catarina e dos municípios vizinhos se preocupam verdadeiramente é com outras espécimes da fauna marinha que o empreendimento de seu cliente (será a expressão também indicada na relação do coito jornalístico?) exterminará.

Muito menos expressivos e simpáticos do que o golfinhos, o que realmente preocupa a população de Florianópolis são os moluscos.

E aí não há Thomaz Jefferson (o biólogo que Eike contratou para dizer o que queria ouvir, já que o Ph.D Paulo Simões Lopes considerou o empreendimento “ambientalmente inviável”) nem qualquer autoridade científica do mundo que possa negar que o megaestaleiro do Eike acabará com a produção de ostras e mexilhões de todo o canal da Ilha de Santa Catarina.

Tanto não há que o Eike teima em desviar o assunto para os golfinhos, mas na região ninguém sobrevive de golfinhos. Já de ostras e mexilhões são mais de 9.000 famílias dependentes dos empregos diretos e indiretos promovidos só pela maricultura, sem contar a pesca de peixe e camarão.

São cerca de 300 maricultores castrados e cada um emprega no mínimo 5 ajudantes, além de dar mão de obra à cozinheiros e garçons dos inúmeros bares e restaurantes da região procurada por turistas de todo mundo que não visitam o litoral de Santa Catarina para comer churrasco, chocolate ou pizza. Por sinal, estes mesmos turistas não se interessam em visitar o Porto de Santos, por exemplo, ou qualquer outro do mundo, e tampouco praias contaminadas por tintas, vernizes, anticorrosivos e vazamentos de óleo de cargueiros.

Eike mente 4 mil empregos para uma população sem a menor tradição em construção naval, e fala de golfinhos para esconder 9.000 desempregos só na área gastronômica e equivalente quantidade de famílias desamparadas na área do turismo, vocações tradicionais de toda uma região. Mas até aí, é só ler o Fausto de Goethe para conhecer como funciona a sociedade com o diabo.

Se poderá entender, inclusive, como os políticos de Santa Catarina se venderam e os do PT, sem qualquer cerimônia, rifam a derrota de Dilma Rousseff no estado.

Que a Editora Abril explore a prostituição dos que atuam em seu lupanar, também se pode compreender como um meio que arrumaram para sobreviver. O voyeurismo onanista é problema de seus leitores e não há nada a se manifestar a respeito.

Mas quando além de inviabilizar a sobrevivência de toda uma população, ainda por cima a inoculam do vírus EBX da mentira, com falsidades sobre golfinhos, é querer fazer todos os brasileiros de palhaços para colocá-los contra outros brasileiros que já estão fazendo de palhaços. É querer tornar o país inteiro vítima de uma mesma mentira deslavada e vergonhosa

Pela dignidade da da população dos municípios às margens do canal da Ilha de Santa Catarina e pela dignidade de todos os brasileiros, ajude a alertar ao Brasil que a Editora Abril prostitui seus profissionais e os obriga a trabalhar sem preservativos. Confiram no link abaixo:

http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0973/negocios/ele-nao-contava-golfinhos-586120.html?page=1

*Raul Longo é jornalista, escritor e poeta. Mora em Florianópolis (SC), onde mantém a pousada “Pouso da Poesia“. É colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

Carrefour, Colgate, Gol, Folha de S. Paulo, Globo, Veja, o boa noite Cinderela


Carrefour, Colgate, Gol, Folha de S. Paulo, Globo, Veja, o boa noite Cinderela

Por Laerte Braga (*)

O jornal FOLHA DE SÃO PAULO, da mesma empresa do DATA FOLHA, está às voltas com uma pesquisa de intenção de votos para presidente da República nas eleições de outubro próximo. A tarefa é permitir ao candidato José Arruda Serra manter o fôlego, enquanto espera o início do horário gratuito nas redes nacionais de tevê e rádio, com o pressuposto que assim dá gás ao tucano para reagir à frente que Dilma Roussef abriu.



Estar às voltas com uma pesquisa nessa direção, intenção de votos, não significa estar em campo. O campo no caso da FOLHA DE SÃO PAULO e do DATA FOLHA é o que menos importa. O ajuste dos números para permitir uma situação de no mínimo empate técnico é o que conta, é o dever de casa.



Isso se levarmos em conta que os outros três principais institutos de pesquisas do País, IBOPE, VOX POPULI e SENSUS, deram frente expressiva a Dilma em suas últimas pesquisas. Pior que isso, mostraram a queda de Arruda Serra em estados onde era considera como líquida e certa sua vitória. Minas e Rio Grande do Sul, onde já está perdendo, além da queda em São Paulo, sua principal base eleitoral.



E mais ainda, aliados tradicionais como Artur Virgílio que não atendem mais às ligações do tucano e aderiu de corpo e alma, publicamente, ao esquema amazonense que apóia Dilma.



Arruda Serra não usou COLGATE no debate de quarta-feira, quatro de agosto na REDE BANDEIRANTES, logo não estava com a tal proteção contra doze problemas bucais. Pelo contrário, exibiu dentes novos e ficou visível que falava de forma contida buscando adaptar-se àquela determinação de marqueteiros. Os tais dentes que ofuscam a visão quando a pessoa sorriem de tão brancos que são. Toma água gelada a vontade por recomendação de dentistas contratados pela empresa.



E nem tem necessidade de tentar pegar algumas bermudas e calçados na REDE CARREFOUR, a que prende e entrega à Polícia cidadãos e cidadãs que, no desespero dos filhos sem roupas e descalços, tenta apanhar algumas.



No caso específico, empresas como o CARREFOUR têm polícias próprias dentro de suas lojas, atuam de forma brutal e violenta, submetem pessoas a constrangimentos de revistas sem qualquer escrúpulo e muitas vezes, como aconteceu com a COCA COLA em diversas ocasiões, colocam suspeitos em cárceres privados.



É prática da selvageria capitalista. Como é comum que emitam notas públicas dizendo que nada podem fazer, que o assunto está entregue à Justiça.



Uma das empresas mais mentirosas do País é exatamente o CARREFOUR. No anúncio ou nas revistas onde proclama ofertas, está lá que se alguém comprou e depois achou mais barato, o dinheiro será devolvido.



Tente isso.



Propaganda enganosa. Tem fiança? Vai preso?

Já leu ou ouviu, ou viu em algum veículo de comunicação que a propaganda da COLGATGE induzida por dentistas é no mínimo sem qualquer ética, ou gerida pela ética dos negócios?



A mentira do CARREFOUR que devolve o dinheiro se você achar mais barato aconteceu?



É claro que não, ou alguém acha de boa fé, só pode, que GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO, VEJA, ESTADO DE MINAS, RBS, etc e tal vão se deixar tomar de indignação contra a GOL na pilantragem de vender um número maior de passagens que os lugares disponíveis, querer forçar as tripulações a trabalhar além dos limites mínimos de segurança para os consumidores, os passageiros, se são veículos voltados para essa mentira capitalista?



Essa ordem imposta de forma selvagem e criminosa contra os debaixo?



A tentativa de conduzir eleitorado como manada através de pesquisas para tentar eleger um candidato ligado e subordinado à quadrilha principal e às quadrilhas que compõem o entorno desse modelo bárbaro?



A mídia no Brasil hoje é mais ou menos como aquele pozinho que os caras colocam, filho de diretor da RBS (afiliada da GLOBO) faz isso, na bebida da vítima e depois estupram a vontade, sem qualquer preocupação, garantidos que não viram nenhum Nardoni da vida, ou Bruno, pois têm sangue azul dos blue ships das bolsas de valores do mundo inteiro.



O cara da VEJA, o tal de Mainardi, quando pressentiu que seria condenado pelo monte de mentiras ditas na revista contra o governo Lula e tudo o que contrariasse os interesses TUCANOS, DEM, FIESP/DASLU, deu o fora. Foi gastar o dinheiro ganho com a venda da consciência em delícias do exterior.



É só lembrar o caso do acidente com o avião da TAM. Em menos de meia hora William Bonner estava espumando contra a falta de ranhuras no aeroporto de Congonhas, até descobrirem que a empresa não fazia a manutenção adequada e a capa de VEJA estampar que o piloto fora o culpado de um avião com defeito num reverso e numa turbina. Já as vítimas...



Ou a omissão dessa mesma GLOBO, do mesmo Bonner, no acidente com o avião da GOL, noticiado meia hora antes pelo concorrente, para não tirar o foco do dossiê fajuto que iam apresentar e apresentaram na edição do JORNAL NACIONAL daquele dia, no desespero de tentar jogar a eleição presidencial para o segundo turno e eleger um pastel de vento corrupto como Geraldo Alckimin.



Num tem o caso da moça que passou um tempão presa por ter furtado uma caixa de manteiga para usá-la no pão nosso de cada dia de sua mãe?



O negócio dessa gente, COLGATE, CARREFOUR, FOLHA DE SÃO PAULO, GLOBO, VEJA, GOL, é entorpecer o consumidor, o cidadão, misturar o tal pozinho à bebida, vem em forma de JORNAL NACIONAL, pesquisas eleitorais falsas, Ana Maria Braga, Faustão, VEJA e ainda de quebra exibir o último requinte da tecnologia do capitalismo. É o boa noite Cinderela com tecnologia de ponta,



Aquele desinfetante que é mais inteligente que todos nós, pois não precisa ficar sendo apertado. De trinta em trinta minutos libera um pouco de perfume roubado à natureza. A casa fica cheirosa e o banheiro vira sala de visitas.



E até aprender isso o cidadão/consumidor, o objeto, fica para lá e para cá, trançando feito um idiota, pois segundo se anuncia o desinfetante inteligente reage à presença de humanos. Traça os huamnos.



Mas de trinta em trinta minutos.



Tranque a porta da cabine à chave, com cadeado, no caso de experimentar uma roupa, pois se o pessoal da COLGATE perceber que você está com um sujinho no dente vem correndo, invade e mostra a você que tudo pode ficar branco.



No caso de Arruda Serra arranjaram dentes novos, no milagre do transplante.



O que um cara não faz para ser presidente da República e na matemática de Roberto Campos e Paulo Maluf, investir cem milhões para buscar um bilhão em quatro anos.



E vender o País.



O que uma empresa como o CARREFOUR não mente para ludibriar o consumidor/objeto.





*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no “Estado de Minas” e no “Diário Mercantil”. É colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?

AS QUESTÕES SOCIAIS COMO CASOS DE POLÍCIA

Vários companheiros -- começando pelo sempre solidário Carlos Lungarzo, da Anistia Internacional -- escreveram à rede Carrefour para manifestar seu inconformismo com o procedimento adotado no caso de Claudinéia Freitas Santos, a diarista desempregada que, num momento de desespero, tentou roubar dez bermudas e dois sapatos para seus filhos.

A todos o Carrefour respondeu o mesmo:
"A empresa não prestou queixa, mas tomou as providências cabíveis para casos de furto, que é a de acionar as autoridades policiais".
Entrega o destino de Claudinéia nas mãos do Estado, que "assume a posição de acusador" porque "o caso foi definido como crime de ação penal incondicionada".

Ou seja, a empresa lavou as mãos, escorada nos formalismos:
"Em outras palavras, o Carrefour não tem legitimidade para autorizar a revogação da fiança decretada pela Justiça".
Então, estamos conversados.

Assim como em Os Miseráveis, que lembrei no meu artigo inicial, cada vez que um Valjean qualquer surrupiar um pão do Carrefour, a empresa o entregará à Polícia e vai dar suas responsabilidades por encerradas.

Não terá o mínimo interesse em verificar se o furto foi motivado pela falta de dinheiro para comprar drogas ou pela falta de alimento para evitar que uma criança morresse de fome.

Dá tudo no mesmo.

Porque questão social e caso de Polícia são a mesma coisa, na ótica que se depreende das afirmações dos porta-vozes do Carrefour.

E, para não desembolsar 300 reais numa fiança nem entregar alguns vestuários e cestas básicas para uma pobre coitada, a empresa perdeu a oportunidade de exibir uma face humana -- aquela que seu gerente deveria ter mostrado, liberando Claudinéia, já que não houvera prejuízo.

Profissionalmente, embora detestasse tal trabalho, já tive de zelar pela imagem de muitas companhias. Cheguei a conquistar prêmios nacionais e internacionais por meu desempenho.

Pois bem, em minha atividade de relações públicas eu avaliaria como catastróficos os danos causados à imagem do meu cliente num caso como este.

Pode-se até compreender que um gerente mais realista do que o rei corra a chamar a Polícia em episódio na qual não havia a mínima necessidade disso.

Mas, é ao rei que compete dar a última palavra.

Então, um diretor do Carrefour deveria vir a público para deixar claro que, embora a rede tenha sido fundada na França, não aprova nem repete a inclemência face aos miseráveis que Victor Hugo criticava nas autoridades francesas do século 19.

Pois, há sempre a chance de uma queixa dessas, que não fere a letra da Lei mas estupra o espírito da Justiça, ser recebida por autoridades brasileiras igualmente insensíveis.

E de uma mãe de 10 filhos acabar na prisão por causa de dez bermudas e dois sapatos, assim como Jean Valjean passou 19 anos em trabalhos forçados por causa de um pão.

Com a diferença de que Claudinéia é uma senhora de carne e osso, levando vida das mais sofridas, e não um personagem literário.

Felizmente, a Justiça paulista voltou atrás nesta 2ª feira (9), revogando o mandado de prisão que expedira quatro dias antes, de forma que a diarista responderá ao processo em liberdade.

A péssima repercussão junto à opinião pública fez com que começassem a corrigir uma situação de iniquidade extrema.

Espanta, no entanto, que o caso tenha ido tão longe.

E que, antes da intervenção da imprensa e dos blogueiros, tendesse a reeditar a desumanidade do capitalismo selvagem, supostamente deixado para trás.
Por: Celso Lungaretti, jornalista e escritor. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

O obscuro mundo branquinho, branquinho dos mineiros da Sérvia no Festival de Locarno

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Rui Martins - para a nossa Agência Assaz Atroz

O cineasta sérvio Oleg Novikovich afirma, no início do encontro com a imprensa, que seu filme Beli Beli Svet (na competição no Festival de Locarno) não é político, mas sim de relações humanas e amor, porém, não nega o evidente, as questões sociais nele mostradas, e seu epílogo, inspirado de tragédia grega, é um canto coral operário, onde se ouve «nossa mãe é a miséria e nossa irmã a pobreza»

O cenário é a cidade de Bor, região mineira sérvia, que, como em outros países, reúne os operários subterrâneos, unidos, corajosos, mas isolados e sujos. A pobreza crônica faz com que seus problemas familiares acabem por se transformar em dramas cotidianos, com as frustrações e decepções alimentadas pelos pequenos vícios dos operários – o álcool de má qualidade, cerveja barata e cigarro de arrebentar peito. Se resta um pouco de energia, depois de sair dos buracos das minas, faz-se sexo familiar ou sexo avulso que pode se transformar em tragédia. Ou simplesmente se amarga alguma decepção amorosa.

Essa situação de cidade mineira se tem agravado, comenta o cineasta, com a implantação do capitalismo (a Sérvia foi um dos últimos países a deixar o comunismo na Europa) «como está ocorrendo atualmente em todo mundo». Para ele, Bor, antes era uma cidade em desenvolvimento, hoje é uma cidade devastada e decadente, típica de uma fase pós-industrial, com as minas abandonadas e a poeira colada nos tetos e paredes das casas dando-lhe um aspecto de ruína geral.

«De certa forma, essa decadência é provocada pelo capitalismo selvagem e sua globalização, diz Novikovich, pois é o mesmo quadro que se vê em outros países. Mas não considero este filme um filme negro, pois os personagens querem encontrar uma maneira de viver sua vida e exercer sua energia vivante».

Nesse quadro, há o personagem central apelidado de King, que emigrou quando jovem, retornou alguns anos depois e comprou um bar. Solitário, de poucas palavras, tem uma moto e uma história sombria – tivera um caso com a mulher do seu melhor amigo, a crise levou-a a matar o marido e a ser condenada a alguns anos de prisão. Libertada, um tanto envelhecida, pensa em ficar com King, mas sua filha, jovem alcoólica e rebelde, a precede.

Só que sua mãe guardara um segredo, revelado tarde demais – ficara grávida na época de sua infidelidade e sua filha Ruzica não era filha do marido, mas do amante. Ruzica vivia, portanto, um caso de amor carnal, forte, violento, mas incestuoso com o próprio pai, que, ao saber, se suicida. Um drama da classe operária, no fundo conservadora, submissa aos seus tabus e incapaz de transgredi-los como na mitologia grega.

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[Indicação de vídeo p/Assaz Atroz: http://www.youtube.com/watch?v=zmVO_Dia91A
Vídeo postado no Youtube, sem descrição do conteúdo; arriscamos dizer que se trata de trecho do filme Beli Beli Svet que concorre no Festival de Locarno]
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Rui Martins é ex-correspondente do Estadão e da CBN, após exílio na França. Autor do livro “O Dinheiro Sujo da Corrupção”, criou os Brasileirinhos Apátridas e propõe o Estado dos Emigrantes. Vive na Suíça, colabora com os jornais portugueses Público e Expresso, é colunista do site Direto da Redação. Colabora com a Agência Assaz Atroz e com este "Quem tem medo do Lula?".

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Para melhor entender Beli Beli Svet, assista...



Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA

Agência Assaz Atroz

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Eles não contavam com programas do tipo Bolsa Família

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JEAN VALJEAN

Lúcia Nobre(*)

Era um rapazinho quando tentou roubar um pão na padaria. Seus sobrinhos estavam com fome e ele não encontrou diferente alternativa. Ficou preso durante dezenove anos. Pagou pelo crime da intenção de levar o pão. Vivia com a irmã que não tinha condições de alimentar os filhos. Resolveu aliviar a fome dos sobrinhos e não deu certo a tentativa.

Quando saiu da prisão procurou um local para jantar e dormir. Mais uma tentativa frustrada, ninguém na cidade o acolheu. Não poderiam acreditar em alguém que havia sido acusado. Ele era uma afronta àquela sociedade. Não encontrando pousada, deitou-se em um banco da praça vencido pelo cansaço. Passou uma senhora e o convidou para acompanhá-la. Ela tinha certeza que alguém o acolheria. Levou-o a casa do patrão que o recebeu com boa vontade. O dono da casa mandou servir o jantar ao homem, tratando-o como um ilustre convidado. Que fosse colocada a melhor toalha e a prataria que só era utilizada em momentos especiais.

O hóspede estava feliz com a cordial acolhida. Além do bom tratamento, tomara uma sopa gostosa e quentinha, coisa rara em sua vida. O anfitrião colocou o homem para dormir no quarto de hóspedes, vizinho ao cômodo que guardava uma prataria valiosa. No outro dia, logo cedo, o homem parte e nem se despede. A prataria permaneceu no mesmo lugar. O hospedeiro mandou procurar o homem e lhe presenteou o conjunto de utensílios de prata. Aconselhou que vendesse. Daria para sua sobrevivência por algum tempo. O homem levou a prataria, agradeceu e partiu. Recomeçaria uma nova vida, longe dali.

Mesmo em outra cidade a polícia perseguiu o homem e o prendeu. Estava levando algo valioso. Na opinião do policial, os objetos preciosos eram frutos de roubo. Uma vez ladrão, sempre ladrão. O homem não desejava terminar seus dias em uma prisão. Fugiu e foi para outra cidade com nome falso e disfarce. Trabalhou e ajudou aos necessitados. Foi eleito prefeito da cidade. Novamente foi descoberto pelo policial que o perseguia. A prisão do prefeito tornou-se um escândalo na cidade. Em menos de duas horas esqueceram o bem que praticara.

O homem evadiu-se da cadeia, procurou uma pessoa de sua confiança e mandou entregar ao bispo os dois castiçais que dele ganhara. Pede que esse pague o seu processo e ajude os pobres. Mais uma vez parte para escapar do policial. Não almejava tal sina. Valjean será sempre perseguido.

Victor Hugo 1802-1885. Já falava a linguagem do tempo presente, ou seja, do nosso tempo. Acontecimentos de sua época repetem-se hoje. Sua obra reflete com profundidade a condição humana e todos os níveis da sociedade, dos nobres aos excluídos. Suas personagens possuem vida própria, são capazes de denunciar miséria, injustiça e necessidade de construir um mundo melhor. E os mensageiros atuais? Fazem sua parte? Plantam a semente do bem na tentativa de construir um mundo melhor? Segundo Freud, o escritor criativo devaneia e transpõe para sua escrita as coisas como ele acha que deveriam ser.

Do livro "Os miseráveis" de Victor Hugo.

Alagoas [de Graciliano Ramos] na Net

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(*)Maria Lúcia Nobre dos Santos, professora da Rede Estadual de Ensino do Estado de Alagoas e Rede Municipal de Ensino de Maceió. Autora do livro “Do índio a Collor”. Sergasa, 1992: resumo dos principais acontecimentos políticos, econômicos e sociais do Brasil. Especialização e Mestrado em Letras. Área de Concentração: Literatura Brasileira/UFAL. Dissertação do Mestrado: “A recriação do sertão no verso e na prosa - A harmonia da arte popular e erudita: uma incursão na tradição cultural brasileira na contística de Guimarães Rosa”, UFAL, 1999. Redação que se transformou no livro: A Arte Rosa do Popular ao Erudito. Edufal, 2000. Articulista, colabora com revistas e jornais impressos e internéticos. Perfil mais amplo de Lúcia Nobre pode ser lido no Portal Maltanet

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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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