O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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sábado, 3 de julho de 2010

Memorial em homenagem a Mário Alves de Souza Vieira

A ABI e o Fórum de Reparação e Memória do Rio de Janeiro realizam no dia 5 de julho o lançamento de um Memorial em homenagem ao jornalista baiano Mário Alves de Souza Vieira, fundador e principal dirigente do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), morto no DOI-Codi do Rio, em 17 de janeiro de 1970. A solenidade será a partir das 18h, na sede da Associação, na Rua Araújo Porto Alegre, nº 71-7º andar.

O evento contará com a presença de Lúcia Caldas, filha do homenageado, e do Ministro chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi.

O Memorial vai ser confeccionado pelos artistas plásticos Tiago e Cristina Pozzobon, e de acordo com o Coordenador do Projeto de Promoção de Direito à Memória e à Verdade, Maurice Politi, é a representação do resgate “da memória dos que tombaram na resistência à ilegalidade e na divulgação dos princípios democráticos de liberdade e justiça”.

Mário Alves nasceu em Sento Sé, Bahia, em 1923. Iniciou sua militância política aos 16 anos e foi um dos fundadores da União dos Estudantes da Bahia. Formou-se em Letras em Salvador. Ingressou no Partido Comunista em 1939 e foi um dos líderes das mobilizações de agosto de 1942 na capital baiana contra o nazifascismo.

Em 1945, passou a integrar o Comitê Estadual na Bahia do PCB, sendo eleito em 1954 para o Comitê Central e alçado à Comissão Executiva em 1957. Dirigiu os jornais Novos Rumos e Voz Operária, do partido.

Após abril de 1964, tornou-se um dos líderes da corrente de esquerda do PCB. Foi preso, em julho de 1964, no Rio de Janeiro, sendo libertado um ano depois. Em 1966, teve os direitos políticos cassados por dez anos. Em 1968, ao lado de Apolônio de Carvalho, Jacob Gorender e outros membros dissidentes da direção do PCB, fundou o PCBR.

Prisão e morte

Em 16 de janeiro de 1970, perto das 20h, saiu de sua casa, no bairro da Abolição no subúrbio carioca e nunca mais voltou. Foi preso pelo DOI-Codi nessa data e morreu no dia seguinte, nas dependências do quartel da rua Barão de Mesquita (zona norte). Mário foi visto sangrando abundantemente na sala de tortura por vários presos políticos, entre eles Raimundo Teixeira Mendes, Brandão Monteiro e Antonio Carlos de Carvalho.

Sabe-se que nas horas que antecederam sua morte, sofreu maus-tratos brutais, foi colocado no pau-de-arara, espancado com cassetetes de borracha, torturado com choques elétricos e afogamento. Sua resistência à tortura foi heróica, recusando-se a fornecer qualquer informação aos seus algozes.

A esposa Dilma foi uma das precursoras do movimento dos familiares de mortos e desaparecidos durante a ditadura militar do golpe de 1964, e lutou incansavelmente para saber do paradeiro de seu marido. Nunca obteve informação das autoridades da época e nem recebeu seu corpo. O crime nunca foi apurado.

Em 1981, ela e sua filha Lucia conseguiram o reconhecimento judicial da responsabilidade da União pela prisão e morte de Mário Alves.

Fonte : ABI

Ficha limpa para a mídia

Ficha limpa para a mídia

Por Laerte Braga (*)


O jornal NEW YORK TIMES, num determinado momento da campanha presidencial de 2008 nos Estados Unidos, publicou um editorial anunciando seu apoio ao candidato democrata Barack Obama. Desfilou as razões da atitude, anunciou sua opção.



Em momento algum o NEW YORK TIMES adulterou notícias, inventou dossiês, montou pesquisas para favorecer seu candidato, nada semelhante ao que fazem os veículos das organizações GLOBO, de VEJA, ou FOLHA DE SÃO PAULO. Tão somente tornou pública a sua posição.



Um jornal ou revista apoiar determinado candidato não implica em crime e nem o transforma em órgão mentiroso. O que faz com que a grande mídia no Brasil seja mentirosa, parte do complexo político e econômico orientado pelos interesses de banqueiros, grandes empresários e latifundiários é exatamente a falta de caráter, o fato de serem veículos comprados e compráveis. Sugerem imparcialidade que não existe para dissimular essa falta de caráter.



Há dias uma menor foi violentada em Santa Catarina por três adolescentes. Um deles filho de um dos donos da RBS, rede de televisão ligada a GLOBO e que opera no sul do País. Silêncio absoluto no JORNAL NACIONAL. Filho de diretor de redes afiliadas, ou associadas pode tudo, inclusive violentar menores.



O nome do cidadão, o pai, o amigo da GLOBO, parceiro, é Sérgio Sirotsky. O caso aconteceu na casa da mãe do rapaz. A moça foi embebedada e estuprada de todas as formas possíveis por três rapazes, dois além do filho do dono da RBS.



Foi a própria mãe do rapaz que ao abrir a porta do quarto do filho e ver ao que estava acontecendo parou a barbárie, ligou para os pais da menina e na tentativa de salvar seu filho comunicou que a filha deles estava bêbada, “sabe como é festa de adolescentes, por favor venham buscá-la”.



Silêncio absoluto no JORNAL NACIONAL.



São covardes além de mentirosos.



À época da ditadura militar um grupo de empresários paulistas montou e financiou a OBAN – OPERAÇÃO BANDEIRANTES –. Ligava grupos de repressão e terror da ditadura. Os presos que foram torturados e assassinados eram entregues às famílias em caixões lacrados, com proibição expressa de virem a ser abertos. Os velórios eram “fiscalizados” pelos militares. Um comunicado simples era emitido. Foram vítimas de atropelamento.



Os caminhões que desovavam os corpos pertenciam ao jornal FOLHA DE SÃO PAULO. Emprestava-os para essa função.



A OBAN está toda documentada em O CIDADÃO BOILESEN, em alusão ao nome do empresário dinamarquês que veio para o Brasil montá-la. O “patriotismo” dos nossos militares era comandado de fora para dentro. Batiam continência para os norte-americanos e grandes grupos e bancos europeus.



Continuam, em sua maioria, a bater continência do mesmo jeito.



Toda a barbárie e violência do regime militar foi omitida pela GLOBO. Montada com capital estrangeiro (curiosamente as primeiras denúncias vieram de Carlos Lacerda) é até hoje uma empresa operada por brasileiros, propriedade de uma família de brasileiros, mas a serviço de país e grupos estrangeiros.



Omitiu-se na campanha das diretas, no impedimento de Collor e em todas as vezes que os interesses daqueles que pagam pudessem vir a ser contrariados.



Um fato recente foi a queda de um avião da GOL, às vésperas das eleições de 2006. O avião caiu por entre 17h e 18h, morreram mais de cem pessoas, as concorrentes noticiaram com destaque, mas para a GLOBO o fato principal era um dossiê falso no qual tentava implicar o então presidente e candidato à reeleição Lula e assim favorecer o tucano Geraldo Alckimin.



Noticiar o acidente tiraria o impacto do documento mentira produzido pela organização. Como a caravana da cidadania sob o comando do BBB Pedro Bial.



Ou mesmo o acidente com um avião da TAM. No primeiro momento culparam o governo pela “falta de ranhuras na pista” e ao longo da semana se percebeu, se descobriu, que o avião estava com problemas no reverso, numa das turbinas e a companhia não fazia a manutenção adequada, além do que, havia dado problema num vôo no dia anterior.



Na sexta-feira seguinte ao acidente, como não pudessem dar a mão a palmatória, ou criticar a companhia, é anunciante, VEJA saiu com a capa afirmando que o culpado fora o piloto.



São covardes e mentirosos.



O jornal FOLHA DE SÃO PAULO publicou um currículo falso da candidata Dilma Roussef e foi publicamente advertida disso pelo próprio onbudsman do jornal, mas manteve a mentira. Não havia erro na publicação da farsa, fora deliberada.



São covardes e mentirosos.



A Operação Harém da Polícia Federal mostra que laranjas dessas empresas, sobretudo a GLOBO, se valem de atrizes, modelos, dançarinas, para “fechar grandes contratos publicitários”. Na cama. E por um bom michê, no caso não é cachê.



Claro, as que se prestam a isso.



É essa gente que quer eleger um político venal, corrupto, agente de interesses de países e grupos estrangeiros para presidente da República. José Arruda Serra.



Se dizem imparciais.



Mas são apenas covardes e mentirosos.



Não têm compromisso algum com o Brasil, os brasileiros.



Várias organizações estão remetendo a ONU, tribunais internacionais, documentos mostrando o processo de compra da GLOBO São Paulo pelo grupo de Roberto Marinho, diante da passividade da Justiça brasileira.



A empresa foi comprada com documentos falsificados, falsificação comprovada por perícia, até com assinatura de morto. Mas fica tudo por isso mesmo.



A Justiça nada.



O processo de privatização da VALE no governo corrupto e venal de FHC foi julgado em primeira instância como criminoso, lesivo aos interesses nacionais, mas por cima, nas chamadas cortes superiores fica parado.



E o JORNAL NACIONAL e a grande mídia silenciosa. São comprados pelos donos atuais da VALE..



E assim o dia a dia desses veículos, dessas redes de tevê, rádios, jornais e revistas.



Vendem alienação. Desinformação, mentira. São pagos para isso.



Estuprar menores, fica decidido, se for filho de dono de associada, ou amigo do peito, pode sem problema, o JORNAL NACIONAL fica caladinho.



São covardes e mentirosos.



Que tal ficha limpa para a mídia?



Que tal uma discussão pública sobre comunicação? Discutir o poder de poucas famílias num setor fundamental para o processo democrático?



A maneira, por exemplo, como tratam a questão de rádios e tevês comunitárias, tentando criar toda a sorte de obstáculos para dificultar uma participação efetiva de movimentos sociais, sindicatos, nesse setor, por que não trazer a público esse discussão, redesenhar esse modelo em que a comunicação vira um latifúndio mentiroso (existe latifúndio verdadeiro?) e que permite a um apresentador de telejornal chamar o telespectador de idiota, como o fez William Bonner diante de alunos e professores de uma universidade paulista?



Ficha limpa para a mídia.


*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no “Estado de Minas” e no “Diário Mercantil”. É colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.


A charge é uma cortesia do cartunista Bira Dantas, também colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

Um Índio sem apito


O vice na chapa de Serra abusa do fato de ter sido um dos relatores do Ficha Limpa. Como se não bastasse partidarizar um projeto da sociedade, o primeiro parlamentar a questionar o texto foi um senador do DEM, partido do deputado

Nas Entrelinhas
Correio Braziliense - 03/07/2010

Há poucas coisas tão pedantes quanto um colunista fazer referência aos próprios textos. “Como eu disse no último artigo” ou “eu avisei no dia tal que isso iria ocorrer” são frases de lascar. Hoje, porém, não tenho como escapar da autorreferência, perdoe-me. Farei menos por vaidade e mais por arrependimento. Explico. Há três semanas, publiquei aqui uma nota sobre o julgamento da lei do Ficha Limpa no Tribunal Superior Eleitoral, o TSE. Disse eu, em determinado momento: não está nos anais do Congresso o que vai ter de parlamentar tentando se passar por peça fundamental na aprovação do texto. E continuei: o projeto Ficha Limpa foi uma iniciativa da sociedade civil organizada, sem vínculo político-partidário. Não pode ser usado como bandeira de propaganda política.

Escrevi aquilo pensando num deputado do baixo clero, conhecido e votado por menos de 100 mil pessoas no Rio. Decidi não citá-lo nominalmente por acreditar que tal ato seria irrelevante. O que valia era o simples alerta aos leitores-eleitores, não necessariamente os do Rio. Daí o arrependimento. O tal deputado, o Índio da Costa (DEM-RJ), hoje é vice-candidato na chapa do tucano José Serra. Se tivesse bola de cristal — seria impossível ter qualquer informação para cravar Índio como vice de Serra há três semanas —, não cometeria tal erro. Mas, agora, de uma hora para outra, o sujeito saiu do ostracismo e virou celebridade. Não é todo dia que alguém se torna vice de um dos grupos favoritos a levar a eleição.

Enquanto era candidato à reeleição à Câmara, Índio da Costa usou e abusou das referências ao texto do Ficha Limpa. Continuará usando e abusando durante a campanha para a Presidência. É do jogo um parlamentar lembrar um projeto aprovado que resultou em benefícios aos eleitores da sua base eleitoral. O que diferencia o Ficha Limpa da maioria dos outros projetos é que ele foi montado pela sociedade. Um texto assinado por 1,6 milhão de pessoas, que desejavam, de forma muito clara, o fim dos corruptos nas urnas. Um sonho distante e até pueril, mas que acabou sendo possível — não por obra de parlamentares, mas por vontade do distinto público. Se os políticos não tivessem atrapalhado tanto a tramitação, talvez até o projeto tivesse ficado melhor.

Tirar proveito de tal projeto é, assim, valer-se de uma esperteza eleitoreira. O mais admirável é que tal estratagema funcionou, pelo menos para o deputado Índio. A ponto de ser ungido vice do DEM na chapa de Serra. Tá certo: uma das análises sobre a escolha do político fluminense estaria na certeza dos demos de que Serra perderá a eleição e por isso a falta de uma disputa sanguinária pelo cargo de segundo do tucano. A estratégia, nesse caso, seria, desculpe o trocadilho, cacifar Índio para a prefeitura do Rio em 2012. Maldades à parte, Índio chegou ao palanque tucano por conta da idade — como se sabe, tem 39 anos e rejuvenesceria a campanha — e por ter sido um dos relatores do Ficha Limpa.

No início de maio passado, entrevistei o deputado em um programa de televisão. Questionei-o sobre o fato de ele partidarizar o Ficha Limpa, transformando-o num projeto do DEM. Índio se defendeu e disse que o PT, por exemplo, foi contra o texto durante boa parte da tramitação e só apoiou o projeto nos minutos finais. Na última quinta-feira, o primeiro parlamentar a questionar a lei e conseguir uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para registrar a candidatura foi o senador Heráclito Fortes. E você já sabe qual é o partido do parlamentar: o DEM, o mesmo de Índio da Costa.

Outra coisa
Uma pergunta um tanto capciosa, eu sei. Mas quando o próximo presidente fizer uma viagem internacional, você, meu caro leitor, vai querer no posto Michel Temer ou Índio da Costa?

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=> A "sugestão de filme" é do blog da Juliana Weis.

Por que apoiamos Dilma?


Por que apoiamos Dilma?

Por Mino Carta - Carta Capital

Resposta simples: porque escolhemos a candidatura melhor

Guerrilheira, há quem diga, para definir Dilma Rousseff. Negativamente, está claro. A verdade factual é outra, talvez a jovem Dilma tenha pensado em pegar em armas, mas nunca chegou a tanto. A questão também é outra: CartaCapital respeita, louva e admira quem se opôs à ditadura e, portanto, enfrentou riscos vertiginosos, desde a censura e a prisão sem mandado, quando não o sequestro por janízaros à paisana, até a tortura e a morte.

O cidadão e a cidadã que se precipitam naquela definição da candidata de Lula ou não perdem a oportunidade de exibir sua ignorância da história do País, ou têm saudades da ditadura. Quem sabe estivessem na Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade há 46 anos, ou apreciem organizar manifestação similar nos dias de hoje.

De todo modo, não é apenas por causa deste destemido passado de Dilma Rousseff que CartaCapital declara aqui e agora apoio à sua candidatura. Vale acentuar que neste mesmo espaço previmos a escolha do presidente da República ainda antes da sua reeleição, quando José Dirceu saiu da chefia da Casa Civil e a então ministra de Minas e Energia o substituiu.

E aqui, em ocasiões diversas, esclareceuse o porquê da previsão: a competência, a seriedade, a personalidade e a lealdade a Lula daquela que viria a ser candidata. Essas inegáveis qualidades foram ainda mais evidentes na Casa Civil, onde os alcances do titular naturalmente se expandem.

E pesam sobre a decisão de CartaCapital. Em Dilma Rousseff enxergamos sem a necessidade de binóculo a continuidade de um governo vitorioso e do governante mais popular da história do Brasil. Com largos méritos, que em parte transcendem a nítida e decisiva identificação entre o presidente e seu povo. Ninguém como Lula soube valerse das potencialidades gigantescas do País e vulgarizá-las com a retórica mais adequada, sem esquecer um suave toque de senso de humor sempre que as circunstâncias o permitissem.

Sem ter ofendido e perseguido os privilegiados, a despeito dos vaticínios de alguns entre eles, e da mídia praticamente em peso, quanto às consequências de um governo que profetizaram milenarista, Lula deixa a Presidência com o País a atingir índices de crescimento quase chineses e a diminuição do abismo que separa minoria de maioria. Dono de uma política exterior de todo independente e de um prestígio internacional sem precedentes. Neste final de mandato, vinga o talento de um estrategista político finíssimo. E a eleição caminha para o plebiscito que a oposição se achava em condições de evitar.

Escolha certa, precisa, calculada, a de Lula ao ungir Dilma e ao propor o confronto com o governo tucano que o precedeu e do qual José Serra se torna, queira ou não, o herdeiro. Carregar o PSDB é arrastar uma bola de ferro amarrada ao tornozelo, coisa de presidiário. Aí estão os tucanos, novos intérpretes do pensamento udenista. Seria ofender a inteligência e as evidências sustentar que o ex-governador paulista partilha daquelas ideias. Não se livra, porém, da condição de tucano e como tal teria de atuar. Enredado na trama espessa da herança, e da imposição do plebiscito, vive um momento de confusão, instável entre formas díspares e até conflitantes ao conduzir a campanha, de sorte a cometer erros grosseiros e a comprometer sua fama de “preparado”, como insiste em afirmar seu candidato a vice, Índio da Costa. E não é que sonhavam com Aécio...

Reconhecemos em Dilma Rousseff a candidatura mais qualificada e entendemos como injunção deste momento, em que oficialmente o confronto se abre, a clara definição da nossa preferência. Nada inventamos: é da praxe da mídia mais desenvolvida do mundo tomar partido na ocasião certa, sem implicar postura ideológica ou partidária. Nunca deixamos, dentro da nossa visão, de apontar as falhas do governo Lula. Na política ambiental. Na política econômica, no que diz respeito, entre outros aspectos, aos juros manobrados pelo Banco Central. Na política social, que poderia ter sido bem mais ousada.

E fomos muito críticos quando se fez passivamente a vontade do ministro Nelson Jobim e do então presidente do STF Gilmar Mendes, ao exonerar o diretor da Abin, Paulo Lacerda, demitido por ter ousado apoiar a Operação Satiagraha, ao que tudo indica já enterrada, a esta altura, a favor do banqueiro Daniel Dantas. E quando o mesmo Jobim se arvorou a portavoz dos derradeiros saudosistas da ditadura e ganhou o beneplácito para confirmar a validade de uma Lei da Anistia que desrespeita os Direitos Humanos. E quando o então ministro da Justiça Tarso Genro aceitou a peroração de um grupelho de fanáticos do Apocalipse carentes de conhecimento histórico e deu início a um affair internacional desnecessário e amalucado, como o caso Battisti. Hoje apoiamos a candidatura de Dilma Rousseff com a mesma disposição com que o fizemos em 2002 e em 2006 a favor de Lula. Apesar das críticas ao governo que não hesitamos em formular desde então, não nos arrependemos por essas escolhas. Temos certeza de que não nos arrependeremos agora.

A charge é uma cortesia do cartunista Bira Dantas, colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

PF leva Arruda à força para depor

Arruda forçado a depor

Ex-governador é conduzido pela Polícia Federal para, na condição de testemunha, ser ouvido no inquérito criminal que investiga denúncias de corrupção contra a promotora Deborah Guerner

Por Ana Maria Campos e Ary Filgueira, no Correio Brasiliense

Publicação: 03/07/2010 08:17 Atualização: 03/07/2010 09:14

Arruda depôs no MPF sobre as denúncias de que Deborah Guerner

teria recebido propina em troca de informações privilegiadas

Arruda depôs no MPF sobre as denúncias de que Deborah Guerner  teria recebido propina em troca de informações privilegiadas - (Monique  Renne/CB/D.A Press )




O ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) foi levado à força ontem pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento na Procuradoria Regional da República no inquérito que apura o suposto envolvimento da promotora Deborah Guerner em crime de corrupção apontado pela Operação Caixa de Pandora. Ele estava em casa, no Park Way, quando os policiais federais bateram em sua porta para levá-lo ao gabinete dos procuradores regionais da República Ronaldo Albo e Alexandre Espinosa, que apuram as relações do Executivo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

Intimado duas vezes a dar esclarecimentos na condição de testemunha, Arruda não apareceu nas datas marcadas. Ao saber que deveria comparecer ao prédio do Ministério Público Federal (MPF), o ex-governador tentou, no fim da tarde da última quinta-feira, um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para evitar a saia justa de ter de responder se pagou propina a promotores de Justiça do DF. Mas o pedido nem sequer foi apreciado. Sem proteção judicial, Arruda foi obrigado a se apresentar no MPF, onde esteve durante duas horas ontem. De acordo com o procurador-chefe da Procuradoria Regional, Alexandre Camanho de Assis, o depoimento foi tranquilo e o ex-governador colaborou bastante com as investigações relacionadas à promotora Deborah Guerner.

Segundo o procurador-chefe Alexandre
Camanho, Arruda colaborou

Segundo o procurador-chefe Alexandre Camanho, Arruda colaborou -  (Paulo de Araújo/CB/D.A Press )

Como testemunha, Arruda não podia mentir ou omitir nenhuma informação, sob risco de ser preso durante o depoimento, segundo o que estabelece o artigo 342 do Código Penal. Essa regra se agrava se as informações requisitadas forem fundamentais para a elucidação do crime, como é o caso. Os procuradores apuram denúncia feita pelo ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa de que pagou R$ 1,6 milhão a Deborah Guerner em troca de informações privilegiadas da Operação Megabyte(1). O dinheiro, segundo Durval, deveria ser repartido com o até ontem procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bandarra. O mandato dele chegou ao fim e, a partir de segunda-feira, Bandarra deverá reassumir uma das promotorias criminais do MPDFT.

Sigilo quebrado
Com a mudança de status, Bandarra deverá passar a ser investigado criminalmente na Procuradoria Regional da República. Até então, ele só poderia responder por eventual crime no Superior Tribunal de Justiça. Responsável pelo caso de Deborah, Ronaldo Albo quebrou, com autorização judicial, o sigilo telefônico da promotora, que apontou um contato intenso entre ela e Bandarra. Entre 1º de janeiro de 2006 e 31 de dezembro de 2009, Deborah ligou 418 vezes para o chefe do Ministério Público do DF. Ele, por sua vez, fez 111 ligações do telefone celular pessoal para a colega.

Em sua defesa, Bandarra sustenta ser vítima de uma campanha promovida por Durval Barbosa para denegrir a sua imagem. Quanto à ligação com Deborah, ele afirma que se trata de uma relação normal de colegas de trabalho. Os dois são alvo de processo administrativo disciplinar aberto no Conselho Superior do Ministério Público (CNMP) para apurar falta funcional. Há duas semanas, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Deborah, onde encontrou um cofre escondido no jardim, com dinheiro vivo, documentos e arquivos de computador.

1 - Operação Megabyte
Em junho de 2008, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em várias empresas e na casa de Durval Barbosa, para apurar suposto esquema de lavagem de dinheiro desviado dos contratos de informática do GDF. Durval disse que teve acesso ao pedido judicial dias antes e pôde se preparar para a operação. Segundo os promotores encarregados do caso, apenas o então procurador-geral de Justiça, Leonardo Bandarra, sabia do documento.

Telefonemas

Inquérito criminal do MPF contra a promotora Deborah Guerner, por suspeita de corrupção, mostra intensa comunicação entre ela e o então procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bandarra, na véspera e no dia da Operação Megabyte:

2 de junho de 2008
19h21min13 — Leonardo Bandarra liga do telefone fixo do Ministério Público do DF para o celular da promotora Deborah Guerner
23h12min03 — Deborah liga de seu celular para o de Bandarra

3 de junho de 2008
0h35min57 — Deborah envia um torpedo para o celular de Bandarra
0h50min10 — Deborah liga de seu celular para o de Bandarra
0h50min36 — Bandarra liga de seu celular para o de Deborah
0h51min18 — Deborah envia um torpedo para o celular de Bandarra
6h — Início da busca e apreensão na casa de Durval Barbosa e outros endereços, na Operação Megabyte
11h55min44 — Deborah liga de seu celular para o de Bandarra
12h33min09 — Deborah liga de seu celular para o de Bandarra

Datafolha mantém empate que Ibope e Vox Populi negam



Entre os tucanos, alívio; entre os petistas, descrédito. Foi isso, em resumo, o que o resultado da mais recente pesquisa do instituto Datrafolha provocou ontem, quando foi publicada pela Folha de São Paulo.

A exemplo do que fez na última semana de março, poucos dias antes do lançamento da pré-candidatura de José Serra à Presidência da República, o Datafolha voltou a apresentar um cenário eleitoral não identificado nas pesquisas imediatamente anteriores de, pelo menos, outros dois institutos.

Em março, enquanto o Vox Populi e o Sensus apontavam vantagem apenas estreita de Serra (PSDB) sobre Dilma Rousseff (PT), o Datafolha identificou diferença de 9 pontos em favor do candidato tucano (36% contra 27%). Agora, dez dias depois que o Ibope e menos de uma semana depois que o Vox Pupuli apontaram a liderança de Dilma (40% contra 35% de Serra), o mais recente resultado do Datafolha dá conta de um empate técnico, com vantagem para Serra dentro da margem de erro (39% contra 37% para Dilma).

As três pesquisas de intenção de voto foram feitas de 19 a 21 de junho pelo Ibope, de 24 a 26 de junho pelo Vox Populi e em 30 de junho e 1º de julho pelo Datafolha.

Assim como em março e, outra vez, diferentemente dos demais institutos, o Datafolha aponta forte crescimento do candidato do PSDB na Região Sul. Segundo o instituto, entre 20/21 de maio e agora Serra cresceu 12 pontos no Sul e se tornou o candidato preferido por metade do eleitorado da região. Na última semana de março o Datafolha havia descoberto que Serra abrira 28 pontos de vantagem sobre Dilma no Sul. Agora, apesar do aparentemente contínuo crescimento dele na região, a diferença identificada pelo Datafolha é de 18 pontos.

O instituto também atribui a performance de Serra na pesquisa a um crescimento – de 3 pontos – no Sudeste e, sobretudo, à ampla exposição do candidato nos horários de propaganda partidária do PSDB e de seus três aliados na TV – o DEM, o PPS e o PTB. E acaba tornando estranho que, com tudo isso a favorecer Serra, o resultado geral atribuído ao candidato seja praticamente igual ao de maio. A oscilação de 2 pontos – de 37% para 39% – está dentro da margem de erro do resultado do Datafolha.

Na avaliação dos tucanos Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes, respectivamente candidatos ao governo paulista e ao Senado, o resultado da pesquisa é um alívio.

“Tivemos uma semana difícil e algum desgaste por conta da escolha do vice de Serra”, lembrou Alckmin.

“É importante que a turbulência tenha passado”, destacou Aloysio.

Já o secretário de Comunicação do PT, André Vargas, desacreditou a pesquisa em comentário no Twitter.

“Datafolha arruma empate para Serra, mas pesquisa interna do PT dá vantagem a Dilma em 8%”, escreveu.

O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, preferiu assinalar que o resultado apontado pelo Datafolha frustrou as expectativas da oposição.

“A oposição vinha afirmando que depois de junho, com a monumental exposição do seu candidato nos meios de comunicação, Serra passaria muito à frente. Não passou”, observou Dutra.



Pesquisas recentes

Ibope (19-21/06) Vox Populi (24-26/06) Datafolha (30/06-01/07)

Dilma 40% 40% 37%

Serra 35% 35% 39%



Pesquisas Datafolha

Março Abril Maio Junho

Serra 36 38 37 39

Dilma 27 28 37 37


Fonte: http://www.brasiliaconfidencial.inf.br/?p=18266

Argélia, um 3 de julho para não ser esquecido

Argélia, um 3 de julho
para não ser esquecido


Há exatos 48 anos, em 3 de julho de 1962, a nação argelina se tornava independente, após mais de um século de submissão ao colonialismo francês. Reavivar esses dias é comemorar a vitória contra a tirania colonial, é desmentir a crença, generalizada e falsa, de que momentos constituintes na vida de um povo são idealizações impossíveis.

Por Gilson Caroni Filho (*)

Há quatro anos, quando esteve na Argélia, Lula agradeceu ao povo argelino “por ter acolhido muitos brasileiros, obrigados a sair do país durante o regime militar". Tempos depois, ao declarar ”que o continente africano não quer mais colonização, e sim cooperação", o presidente brasileiro reiterou o lugar ocupado pela África em uma política externa que, tanto no âmbito propriamente político quanto no relacionamento comercial, tem na soberania dos povos sua marca clara, nítida, inconfundível.

De fato, desde o início do processo de descolonização, as principais lideranças do continente pugnam por uma ordem internacional diferente, mais justa, que permita aos que se libertaram do jugo colonial assumir o papel de sujeitos ativos do seu próprio desenvolvimento. E esse ponto nos remete a uma data especial, rica em simbolismos políticos por seu caráter quase inaugural.

Detalhe da capa do JB de 04/07/62 - Jovens muçulmanos
comemoram, de lambreta, a independência da Argélia

Há exatos 48 anos, em 3 de julho de 1962, a nação argelina se tornava independente, após mais de um século de submissão ao colonialismo francês. A guerra travada entre a resistência patriótica e forças colonialistas devastou o país, passando para a história como uma das mais sangrentas de toda a era contemporânea. Na luta, durante oito anos (1954-1962), perderam a vida mais de um milhão de pessoas. Reavivar esses dias é comemorar a vitória contra a tirania colonial, é desmentir a crença, generalizada e falsa, de que momentos constituintes na vida de um povo são idealizações impossíveis.

Os setores mais conservadores da França nos anos 50 não estavam dispostos a perder a colônia argelina, após a retumbante derrota sofrida na Indochina, em 1954, justamente o ano em que se inicia a luta armada liderada pela Frente de Libertação Nacional (FLN). O descontentamento, através de uma violência incomum, refletia a inviabilidade de alternativas políticas que permitissem alcançar quaisquer formas aceitáveis de governo autônomo ou de administração dos próprios destinos.

Jean Paul-Sartre, o filósofo existencialista, escreveria que o “nacionalismo argelino não é a simples retomada de antigas tradições ou conhecidas afeições. Ele é o meio de que eles dispõem para fazer cessar sua exploração". Sartre, um dos muitos franceses progressistas a apoiar, incondicionalmente, a revolução argelina, com certeza enxergava na ação da FLN um "alargamento do possível", um fenômeno que se impunha como escolha livre, porém “situada”.

A guerra sangrou o país, desestruturando sua economia. Além disso, a emigração maciça após a independência (milhares de pessoas abandonaram a Argélia quando o governo provisório da FLN assumiu o poder) prejudicou sensivelmente o processo de reconstrução e edificação do projeto socialista. Embora os resultados iniciais tenham sido satisfatórios na educação e habitação, muitas promessas não se concretizaram. Com 34 milhões de habitantes, o segundo país da África conheceu vários períodos de instabilidade política desde a conquista da soberania política.

Hoje, um em cada dez trabalhadores está desempregado e 95% das exportações estão concentradas em petróleo e gás. A diversificação da economia é o grande desafio para o governo de Abdelaziz Bouteflika no momento em que é retomado o processo de reconstrução do país.

Há muito a ser feito além dos acordos de cooperação conjunta firmados na visita presidencial. As carências na área de infraestrutura, sobretudo na geração de energia e na construção civil, podem ser supridas pelo incremento da política Sul-Sul do Itamaraty. Ao empresariado brasileiro há várias portas de entrada para o mercado africano. Aos argelinos, a possibilidade de descobrir no Brasil o parceiro desejável para consolidar as promessas de um 3 de julho inacabado. Um devir que abraça dois continentes.

*Gilson Caroni Filho é sociólogo e mestre em ciências políticas. Mora no Rio de Janeiro, onde é professor titular de sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha). É colunista da Carta Maior, colaborador do Jornal do Brasil e do blog "Quem tem medo do Lula?".

Lula em quadrinhos - Cap. 21 - As eleições de 2002


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Esta história em quadrinhos foi lançada em 2002. A liberação dos direitos autorais é uma cortesia de seu autor, o cartunista Bira Dantas, colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.
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