O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

Clique na imagem abaixo e conheça o "Quem tem medo da democracia?" - sucessor deste blog

Clique na imagem abaixo e conheça o "Quem tem medo da democracia?" - sucessor deste blog
Peço que, quem queira continuar acompanhando o meu trabalho, siga o novo blog.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A presidente tucana do Flamengo

Como flamenguista, é profundamente envergonhada que reproduzo aqui no "Quem tem medo do Lula?" o texto abaixo: 

A presidente tucana do Flamengo


Por Stanley Burburinho (no "Blog do Nassif")


Sabia que um dia isso aconteceria porque ela é filiada ao PSDB. Imagino o que a imprensa e o TSE falariam se o presidente do Corinthians desse ao Lula uma camisa com o número 13.

Patrícia Amorim usa o Flamengo para beneficiar seu partido PSDB*

Vergonha inaceitável para a nação rubro-negra

A presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, usando uniforme com a marca oficial do clube, foi a um restaurante do Rio de Janeiro para assistir ao primeiro jogo da seleção brasileira junto com político do seu partido PSDB, o candidato tucano José Serra, apesar do estatuto do clube proibir esse tipo de manifestação.
Em um evento em que deixava transparecer que comparecia como Presidente do Clube de Regatas do Flamengo, Patrícia Amorim posou para fotos entregando camisa personalizada do clube a José Serra. A camisa, que tinha o número 45 às costas e o nome de Serra (sic), ainda era do terceiro uniforme do Flamengo, que estranhamente ostenta as cores do PSDB: Azul e Amarelo.
Patrícia Amorim, que parece desconhecer o estatuto do próprio clube que dirige, se comportou como se fosse um apoio oficial da instituição Flamengo à candidatura de Serra.
Cabe lembrar à ex-nadadora olímpica que o artigo 24, parágrafo XIII do estatuto do Flamengo diz:
Art. 24 – Ao sócio, além de outros deveres previstos neste Estatuto, impõem- se:
XIII – abster-se de usar ou envolver o nome do FLAMENGO em campanha, de qualquer natureza, estranha aos objetivos do Clube.
Lembrando ainda que o presidente do Flamengo é, sobretudo um sócio, e mais do que ninguém é obrigado a respeitar o estatuto do clube.
Além de desrespeitar o estatuto nesse caso, não é a primeira vez que Patrícia confunde sua vida política pessoal com suas atribuições como presidente do clube com a maior torcida do país, o episódio da escolha da camisa azul e amarela gera muita polêmica na torcida, que é o maior patrimônio do clube. A desculpa de homenagear a origem do remo só faria sentido se o uniforme fosse azul e dourado, afinal essas eram as primeiras cores que os remadores ostentaram a partir de 1895, ano de fundação do clube. Aproximar dourado de amarelo é forçar a barra, ela quis usar as cores que ela costuma usar em suas campanhas políticas.
Desde as primeiras pesquisas de maior torcida feitas por jornais há décadas, a torcida do Flamengo ficou conhecida por ser um fenômeno de massas, sua composição é na sua maioria de pessoas humildes, de comunidades mais pobres, espalhados por todo o território nacional.
O Flamengo é pluralidade, não pode ser associado a um partido ou uma candidatura, seja lá de quem for. Se fosse definir a ideologia da torcida do Flamengo diria que é majoritariamente de esquerda, no extremo oposto ao caminho que trilha o PSDB, ela foi uma das primeiras, senão a primeira a usar bandeiras com imagens de Che Guevara, de Cuba, da Palestina. Como associar com o clube uma candidatura que representa um elitismo que em nada tem a ver com a história do clube e com a sua torcida? Lá em São Paulo, a polícia do então governador Serra PROIBIU a torcida do Monte Azul de ostentar bandeira de Che como se ainda estivéssemos na ditadura, alegando que estimula a violência (sic).
Eu espero que o conselho deliberativo coloque um freio nessa tentativa de associar uma instituição centenária como o Flamengo com um partido envolvido com tanta corrupção e que se aliou a tudo que tem de pior na sociedade brasileira. O estatuto é claro, a presidente usou o nome e marca do clube em campanha estranha aos objetivos do clube, talvez não seja caso de impeachment, mas ela deve ser advertida para não usar mais o Flamengo para beneficiar seu partido.

Os panacas


Os panacas
Por Laerte Braga (*) 

Quem se der ao trabalho de esmiuçar as viagens e conversas de FHC com o então presidente dos EUA Bill Clinton vai encontrar pérolas de subserviência que beira as raias do quer que eu deite de bruços?



Numa das visitas de FHC a Washington, em discussão a ALCA – ALIANÇA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS – o norte-americano falou sobre a necessidade de criar um tratado para o Atlântico Sul, versão latino-americana da OTAN – ORGANIZAÇÃO DO TRATADO ATLÂNTICO NORTE –.



O brasileiro não pestanejou. “Nesse momento é melhor passarmos batidos sobre isso, vai haver resistências e estragar alguns acertos que estamos fechando aqui. Mais à frente discutimos isso”. O tratado implicaria em um comando militar unificado para todas as forças armadas latino-americanas que aderissem ao documento, vale dizer o Brasil de FHC.



A reação, foi o que avaliou FHC, viria de setores militares ainda comprometidos com o Brasil, não subordinados a Washington.



São setores minoritários, mas capazes de resistir à entrega pura e simples do País. Esse é um dos efeitos do expurgo promovido após o golpe militar de 1964. Mais de dois mil oficiais foram punidos e afastados das três forças por se imaginarem militares brasileiros não subordinados ao general Vernon Walthers, comandante militar norte-americano designado para o Brasil e ao qual se reportavam os golpistas que derrubaram João Goulart.



Não é de se estranhar que FHC venha a público dizer que o tratado firmado entre o Brasil, o Irã e Turquia não pode ser implementado, diante das parcas garantias pedidas pelo governo Lula ao governo do Irã. É a linguagem do Departamento de Estado, foi dita em vários países do mundo por vários assemelhados a FHC. Chegou em forma de envelope secreto.



A declaração do ex-presidente obedece a um cronograma traçado em Washington para esvaziar o impacto da ação do Itamaraty e abrir caminho para que o governo Obama possa prosseguir sua política insensata e criminosa – terrorista – de submeter todo mundo ao padrão Mcdonalds..



Como quem diz assim, “Lula foi ingênuo”. FHC repete as declarações da secretária Hilary Clinton com outras palavras.



O que faltou dizer tanto no ex-presidente, como na secretária é que antes da viagem de Lula ao Irã o governo dos EUA anunciou que aquela “era a última chance dos iranianos de evitar a adoção de sanções políticas e econômicas contra o país”.



De quebra FHC tenta diminuir o impacto que o feito de Lula produziu nos brasileiros, ao mostrar que, finalmente, estamos de pé. Dar uma ajuda ao seu candidato José Arruda Serra, funcionário destacado pela Fundação Ford para domesticar esses ímpetos de independência e soberania do Brasil e dos brasileiros. Colocar-nos em nossos devidos lugares, assim padrão Celso Láfer, o que tira os sapatos.



Bem mais que isso. Neutralizar a ação do ministro das Relações Exteriores Celso Amorim. O chanceler brasileiro tem recebido manifestações de apoio de vários governos em várias partes do mundo e ponderáveis setores da opinião pública e alguns partidos europeus, cansados de pagar contas de guerras intermináveis dos EUA.



A Alemanha já está à matroca, tangenciando a falência. Tem soldados no Iraque e no Afeganistão.



OTAN, como outras siglas, são formas dos norte-americanos guerrearem para manter o império saqueando outros povos e dividir a conta dos custos. Do lucro não. Mais da metade das peças do antigo museu babilônico do Iraque já está espalhada pelos museus dos EUA.



Saque puro, negócio de pirataria.



O ideal é que FHC fale todos os dias. Se assim o fizer será o mais poderoso cabo eleitoral de Dilma Roussef, pois basta mínima comparação do governo Lula com o desastre dos oito anos do tucano, para ninguém de bom senso cogite votar em José Arruda Serra.



É o político mais rejeitado do País e deveria inspirar-se no general João Batista Figueiredo pedindo para que o esqueçam. Uma forma de evitar constrangimentos desnecessários inclusive entre seus aliados que pedem pelo amor de Deus que fique de boca fechada.



E tem parceiro, ou parceira. A outra banda da direita brasileira, escorada na candidatura de Marina da Silva, ouviu da moça que “Lula não precisa de continuador”. Uma leitura atenta do que disse a candidata supostamente verde, sinaliza na direção que o País precisa de um “descontinuador”. Confissão explícita do pensamento implícito.



Vade retro satanás. Versão light de Heloísa Helena fazendo perguntas a uma cadeira vazia num dos debates das eleições de 2006.



Política de fato é um trem complicado, bem complicado. A candidata verde, defensora do meio-ambiente, da Amazônia, é financiada por predadores da Amazônia (e desfila com eles Brasil afora). Sequer é levada a sério em seu partido. Gabeira tampou seu nome quando do lançamento de sua candidatura ao governo do Rio, apóia Serra.



É a versão fluminense de Roberto Freire.



A expressão panaca é até bondosa. No caso de Marina da Silva talvez até caiba. No caso de FHC é puro mau caratismo, canalhice de um político subordinado a interesses de grupos econômicos internacionais e ao governo dos EUA.



Quem sabe eles não propõem logo de uma vez a privatização da Amazônia, do Palácio do Planalto e a mudança da grafia do nome do Brasil. Ao invés do “s”, o “z”. BRAZIL.



É o sonho dourado dessa gente.



Todo esse destempero verbal de Arruda Serra, esse ar professoral de FHC e essa ingenuidade nada santa de Marina da Silva não têm a ver com o Brasil. Mas com a turma que está de olho no Brasil.



Que quer o Brasil.



Vai ver que o verde de Marina é flor de plástico e tubinho com água e açúcar para beija-flor chegar pertinho da janela.



Aécio Neves deu um show de enterra Arruda Serra na convenção do PSDB. Devolveu o tal dossiê que Juca Kfoury no jornalismo tucano/marrom de ameaças, chantagens, insinuações, etc, usou para mandar recado ao neto de Tancredo. Ao fim da convenção do partido, do lançamento do candidato, militantes pagos (700 reais por cabeça por presença), em clima de velório, as pessoas abraçavam Aécio e perguntavam por que não você?



O ex-governador, cascavel de alto calibre nessa história, apenas sorria. Aos mais chegados foi claro. “Em Minas é Dilmastasia”. A candidata do PT já livrou sete pontos sobre Arruda Serra no Estado. E Hélio Costa ainda não acordou. Vai dançar na esteira do segundo turno, como das vezes anteriores.



É muita panaquice. 

*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no “Estado de Minas” e no “Diário Mercantil”. É colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

A falsa história nas escolas militares


A falsa história nas escolas militares

Por Urariano Mota (*)

Recife (PE) - A reportagem “Livro do Exército ensina a louvar ditadura”, publicada na Folha no último domingo, desperta uma necessidade que vai além desta coluna, porque exige um aprofundamento que misture o jornalismo, a literatura, a história e a vida de quem um dia foi professor.

Penso nos jovens dos Colégios Militares, nos rapazes e mocinhas ardorosos obrigados a decorar algo como uma História vazia e violentadora, a que chamam História do Brasil – Império e República, de uma Coleção Marechal Trompowsky. Da Biblioteca do Exército. O nome, a origem, o Marechal, por si, já não garantiriam um bom resultado. Estariam mais para pólvora que para a História. Mas não sejamos preconceituosos, ilustremos com o que os estudantes são obrigados a aprender, como aqui, por exemplo:

"Nos governos militares, em particular na gestão do presidente Médici, houve a censura dos meios de comunicação e o combate e eliminação das guerrilhas, urbana e rural, porque a preservação da ordem pública era condição necessária ao progresso do país."

Uma breve pesquisa aponta que esses livros servem a um ensino orientado pela Diretoria de Ensino Preparatório e Assistencial (DEPA), criado em ...1973, sim, naquele inesquecível ano da ditadura Médici. Ou naquele tempo do gestor democrático, segundo a orientação dada aos futuros militares. E não se pense que tal ensino está à margem da lei, não. Ele se apoia em um certo Art 4º do R-69. Percebem? A caserna legisla.

Mas não é assim, sem nada, pois a DEPA organiza a proposta pedagógica “de orientar o processo educacional e o ensino-aprendizagem na formação de cidadãos intelectualmente preparados e cônscios do seu papel na sociedade segundo os valores e as tradições do Exército Brasileiro” (Grifo do seu documento). Que valores seriam esses, além das idéias anticomunistas do tempo da ditadura?

Penso agora nesses jovens dos colégios militares mantidos com os olhos vendados, pois deles se oculta a violência e o terror sofridos por outros jovens, tão brasileiros, generosos e heróicos quanto eles hoje:

“Eremias se tornou um cadáver aos 18 anos: perfurado de balas, o rosto irreconhecível porque uma só ferida, os cabelos, tão úmidos, tão grossos por coágulos de sangue, davam a impressão de flutuar no chão seco. Nada havia naquele cadáver que lembrasse o jovem que eu conhecera. O menino que eu vira em 1968 não anunciava aquele fim. Eremias não era aqueles olhos apertados, a boca aberta à procura de ar, a lembrar um afogamento. Um estranho peixe, com os cabelos a flutuar no seco.

Eremias morreu como um herói, permitam-nos dizer. O aparelho onde estava caíra. Fora entregue por um outro jovem preso, que não suportara as torturas. Cercado por forças do Exército, Eremias sozinho resistiu. Resistiu à bala, sem nenhuma esperança”.

Ou aqui, neste depoimento da advogada Mércia Albuquerque, que assim viu e viveu no tempo da gestão do presidente Médici:

“Soledad estava com os olhos muito abertos com expressão muito grande de terror, a boca estava entreaberta e o que mais me impressionou foi o sangue coagulado em grande quantidade que estava, eu tenho a impressão que ela foi morta e ficou algum tempo deitada e a trouxeram, e o sangue quando coagulou ficou preso nas pernas porque era uma quantidade grande e o feto estava lá nos pés dela, não posso saber como foi parar ali ou se foi ali mesmo no necrotério que ele caiu, que ele nasceu, naquele horror".

E também aqui, nesta personagem oculta aos estudantes:

“Maria Auxiliadora Lara Barcellos atirou-se nos trilhos de um trem na estação de metrô Charlottenburg, em Berlim... tinha sido presa 7 anos antes, em 1969, no Brasil. Nunca mais conseguiu se recuperar plenamente das profundas marcas psíquicas deixadas pelas sevícias e violências de todo tipo a que foi submetida. Durante o exílio registrou num texto... ‘Foram intermináveis dias de Sodoma. Me pisaram, cuspiram, me despedaçaram em mil cacos. Me violentaram nos cantos mais íntimos. Foi um tempo sem sorrisos. Um tempo de esgares, de gritos sufocados, de grito no escuro".

Essa história trágica, mas ainda assim fecundante, o papel destruidor de vidas pela Ordem da ditadura militar não pode nem deve ser ocultado. Há um clamor cidadão contra. Os colégios militares não podem mais continuar independentes do Brasil, como se fossem ilhas inexpugnáveis à civilização. A continuar assim, assistiremos todos a uma nova tragédia, que não será mais civil, de paisanos, como antes. Pois os fósseis já não cabem mais na pele dos estudantes militares do novo tempo. Ainda que os fósseis atendam pelo nome de livros de História da Coleção Marechal Trompowsky.

*Urariano Mota é jornalista e escritor. Autor do livro “Soledad no Recife”, recriação dos últimos dias de Soledad Barret, mulher do Cabo Anselmo, executada pela equipe de Fleury com o auxílio de Anselmo. Urariano é pernambucano, nascido em Água Fria e residente em Recife. É colunista do site “Direto da redação” e colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”

Charge: Carlos Latuff

CRÔNICA DA PASMACEIRA GLOBALIZADA

Celso Lungaretti (*)




















Obama estava certo: Lula é mesmo o cara.

Ou, digamos, o político pós-moderno por excelência.

Pois, a História pode não ter acabado com o advento do capitalismo globalizado, mas parou. Está imobilizada há duas décadas, esperando que um empurrão a ponha novamente em movimento.

Depois da queda do muro de Berlin, nada de realmente importante aconteceu no clubinho das nações desenvolvidas (e das quase, como o Brasil). A política econômica de todas elas é a mesmíssima, o neoliberalismo explícito ou implícito, atendendo aos interesses e conveniências do grande capital.

E, como nada de essencial pode mudar nas relações macroeconômicas (o poder real...), a política vira teatro, representação. Multiplicam-se e exageram-se ad nauseam os adjetivos, porque o substantivo permanece sempre o mesmo.

Parafraseando Shakespeare, a política oficial virou uma história cheia de som e fúria, significando nada, que safados contam para conquistar e manter suas posições no sistema. E os idiotas são os que levam a sério tal encenação.

Vai daí que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com sua bagagem de sindicalista, acaba sendo o homem certo para este momento errado da História da humanidade.

O que ele aprendeu como dirigente metalúrgico foi a prática da negociação. Greves, manifestações de protesto, discursos inflamados, para ele, não passavam de meios para se atingir o fim: o acordo satisfatório para sua categoria.

Não fazia questão, nem mesmo, de ostentar os louros da vitória.

Outros -- os generosos patrões, advogados, ministros do Trabalho, etc. -- poderiam ser aclamados pela mídia, desde que os metalúrgicos, ao verificarem o contracheque, ficassem satisfeitos com o valor grafado. Na eleição seguinte do sindicato, seria este o critério que garantiria a Lula a gratidão de seus representados e os votos que o reelegeriam.

Como presidente da República, o que ele faz? Exatamente o mesmo: busca resultados através da negociação, sem ligar para o blablablá da mídia.

A direita fez campanha falaciosa contra o Programa Nacional de Direitos Humanos? Tudo bem. Cortam-se alguns trechos polêmicos, tornam-se ambíguos outros e se transfere a decisão do que realmente importa -- o balanço final da ditadura militar -- para a Comissão da Verdade, na qual os adeptos da mentira não prevalecerão.

A direita fez campanha histérica contra as cotas raciais? Tudo bem. Aprova-se um Estatuto da Igualdade Racial água-com-açúcar, mas deixa-se a brecha para implementá-las como "ações afirmativas".

A direita fez campanha hidrófoba contra o refúgio concedido a Cesare Battisti? Tudo bem. Deixa-se o caso esfriar e depois, quando ninguém está mais ligando, confirma-se a decisão do ministro da Justiça.

É o que convém a todos: no fundo, nada preocupa mais os Demóstenes que carregam os estandartes da direita do que sua imagem no day after. Se saem bem na foto ou ninguém se lembra mais do que diziam antes, o que lhes importam os ganhos não ostensivos dos ditos adversários?

Esta postura pragmática, desideologizada, resultaria até no plano internacional, pois foi Lula quem apontou o melhor caminho para se lidar com o programa nuclear do Irã.

Só que falou mais alto a intransigência de Israel, país que insiste em manter artificialmente a mentalidade da guerra fria em pleno século 21.

Graças ao poder econômico e de mídia concentrado nas mãos de judeus, Israel ainda consegue fazer suas idiossincrasias e paranóias determinarem decisões do governo dos EUA, das nações mais influentes e do Conselho de Segurança da ONU.

Mas, não passa de uma excrescência, de uma aberração que tem os dias contados.

Quem viver, verá: ou o estado judeu passa a respeitar os valores civilizados e o Direito internacional, convivendo com seus vizinhos ao invés de massacrá-los, ou vai acabar ensejando a aliança que o destruirá.

Também se verá que os períodos de pasmaceira não duram para sempre; a História há de engatar de novo sua marcha para a frente.

Nem que tenha de pegar no tranco: as consequências cada vez mais danosas da prioridade do lucro sobre os interesses superiores da humanidade haverão de forçar uma reação, pois, quando se chegar à beira do abismo, o instinto de sobrevivência do homem vai falar mais alto.

* Jornalista e escritor. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

Pau que bate em Chico às vezes é entubado em Francisco, mas com vaselina

.


Fernando Soares Campos

O TSE já recebeu e acatou diversas representações dos tucanos contra a militância petista/dilmista. Lula e Dilma já foram multados diversas vezes. Agora o TSE decidiu pedir ao Google os dados dos responsáveis por um dos muitos blogs administrados por militantes pró candidatura Dilma, o dilma13.blogspot.com, o qual se identifica como "o maior portal da Dilma Rousseff na internet".

(O blog oficial de Dilma é dilmanaweb. Aproveite o embalo e dê uma “espiadinha”: “Jornal Le Monde entrevista Dilma” - 16.06.2010 - O jornal Le Monde falou com Dilma Rousseff e tratou de temas importantes do Brasil. Leia abaixo a reportagem, cujo título é "De Paris, a herdeira de Lula se projeta no cenário internacional".)

Mas, como aquele juiz de futebol que marca diversas faltas (“perigo de gol”, por exemplo) para beneficiar a equipe dona do apito e, quando precisa dissimular sua desonesta atuação, acaba marcando “falta leve” do atacante dessa mesma equipe, assim o TSE acabou aceitando pedido para multar o PSDB por propaganda difamatória contra a candidata do PT à Presidência.

Conforme denúncia do Ministério Público, o PSDB tem permitido que internautas façam comentários “cujo conteúdo demonstra a existência de notória propaganda eleitoral antecipada negativa em desfavor de Dilma Rousseff e positiva em favor de José Serra”.

(Com esse pessoal que hoje faz oposição ao governo Lula a coisa funciona como no ditado popular que adverte para o fato de que “a corda arrebenta do lado mais fraco”; nesse caso, a “militância descontrolada” do PSDB é quem paga. “Falta leve". "Compensatória”?)

A representação visou apenas os comentários de leitores (“militantes”) que se manifestam de forma agressiva e difamatória. Se a acusação atingisse o partido em si, e não apenas a “militância”, certamente poderíamos acreditar que, em caso de vitória de Serra (toc toc toc), ele estaria sujeito às mesmas penalidades anunciadas pelo ministro Marco Aurélio semanas atrás: a cassação do mandato.

Outro dia o Paulo Henrique Amorim alertou:

“O Ministro Marco Aurélio Mello vem aí, de martelo em punho, para cassar o Lula e a Dilma de um só golpe.O amigo navegante duvida que o Ministro Mello casse o Lula, “o cara”, o governante mais popular do mundo? Amigo navegante, não se iluda. O Ministro Mello é capaz disso e muito mais. Ainda mais agora, que ele está no centro do palco e seu êmulo, Ele, o ex-Supremo Presidente do Supremo, recolheu-se à ministerial insignificância.”

A administração do site tucano informa que os comentários do gentequemente são moderados. “Nossos comentários são aprovados por um moderador para garantir que o conteúdo publicado seja relevante para os demais leitores, de acordo com o objetivo do blog.”

Ora, se o TSE multou o site, então, julgou exatamente a conivência dos seus administradores, a conivência do PSDB, a conivência de Serra com esses “militantes”. E aí, como é que fica? Serra pode ser cassado por isso? Certamente alguém dirá que sim. Mas o cara-de-pau não vai ser eleito mesmo, portanto só Dilma estaria ameaçada de verdade.

Em maio, o ministro do TSE Joelson Costa Dias julgou improcedente representação do PT contra o site (daquela) gente que mente descaradamente na tentativa de eleger Serra do PSDB de FHC presidente da República.

O site tucano não é de militante aguerrido, bicho solto, franco-atirador, ou coisa assim, como acontece com os inúmeros sites que defendem a candidatura petista. O gente que mente é (como se pode deduzir pelo próprio nome) do PSDB. É administrado por aquele tipo de gente(?) que costuma dizer “sou, mas quem não é?” Aquela gente confessa que o site é realmente do partido, pois eles não têm militância espontaneamente motivada, que neles acreditem de verdade e que trabalhem em prol dos seus candidatos por acreditarem nas propostas do partido. Não, nada disso existe no conluio formado pela dobradinha PSDB-DEM. Lá os “militantes” são arrebanhados a R$ 35,00 por cabeça, para participar de eventos do partido. O responsável pelo site do PSDB alega que “gente que mente” é instrumento partidário da oposição contra o que eles chamam de “mentiras do governo”.

Acompanhe o caso.

* * *

TSE pede ao Google dados sobre responsável de blog pró-Dilma

Comunique-se

Da Redação

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pediu ao Google Brasil informações sobre o responsável pelo site dilma13.blogspot.com. A decisão, do ministro Henrique Neves, estabelece prazo de 24 horas, contado a partir do recebimento da notificação, para que os dados sejam entregues.

A ação contra o Google foi movida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que considerou que a empresa hospeda o site no qual os responsáveis não podem ser identificados. O MPE sustenta que o blog possui matérias que enaltecem a pré-candidata pelo PT à Presidência, Dilma Rousseff, inclusive com pedido de ajuda financeira “pretensamente destinada não só as despesas do próprio blog, mas, também, à confecção de vários tipos de materiais de campanha eleitoral”.

O blog também apresenta o jingle da campanha de Dilma, e trechos como “Vamos eleger a primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff. É lula outra vez. Não tem retrocesso”, e “O Blog da Dilma, o maior portal da Dilma Rousseff na internet, independente e com a cara e a alma da militância petista continuará lutando para que as mudanças promovidas pelo presidente Lula e seu Governo continue nas mãos da nossa companheira Dilma Rousseff...”. Na página, há a informação de que o blog pertence a Daniel Bezerra de Oliveira.

Segundo o MPE, a página desobedece os artigos 36 e 57-A, da Lei das Eleições (9504/97), já que a propaganda eleitoral só é permitida a partir do dia 06/07. De acordo com a ação, o site deve ser retirado imediatamente do ar, para que a disputa eleitoral “obedeça aos ditames de equilíbrio entre os candidatos”. O MPE também alega que os responsáveis pelo site devem responder pela ilegalidade.

O ministro do TSE acatou o pedido do MPE por entender ser possível notar no blog elementos que, em princípio, demonstrariam a realização de campanha eleitoral antecipada. “Exemplo claro disto é a divulgação, não apenas como informação, do jingle da campanha”. Para o ministro, esses elementos justificam a quebra da relação de confidencialidade entre o provedor de hospedagem e o usuário.

Com informações do TSE.

* * *


E a internet deu na Globo. A web é ingovernável

Tijolaço.com

Brizola Neto

Piada do ano, a campanha “Cala a Boca, Galvão”, que se tornou uma febre na internet é mais que uma brincadeira jocosa com o narrador. É a prova do poder da internet – e do bom humor – sobre moribundo monopólio da Globo na cultura de massas. Em alguns dias, centenas de vídeos, com milhões de exibições, explodindo no twitter e no youtube puseram para fora o que todo mundo já pensava: o Galvão é muito chato e prepotente!

Mas porque é que eu estou falando nisso aqui? É porque estas decisões do TSE, de multar o site gentequemente, do PSDB, e de ameaçar o Blog da Dilma13 são, na minha visão, mais do que um equívoco, uma inutilidade.

Teve gente que saudou a multa ao site do PSDB. Eu não, mesmo sendo o responsável pela denúncia daquele veículo de difamação contra Lula e Dilma. Desta acusação os tucanos foram absolvidos. A multa, na verdade, é por terem deixado os comentaristas se expressarem com o que consideraram propaganda eleitoral antecipada.

Ora, isso é absurdo. O PSDB patrocinou aquilo, não foi uma iniciativa de indivíduo, mas do partido, em nome de quem o site está registrado. Quando se coloca Lula com nariz de Pinóquio e se repete nauseantemente que Dilma mente, o que poderia ter surgido nos comentários? Evidente.

Esta decisão é muito ruim e abre um gravíssimo precedente. Se a gente quiser, vai achar manifestação em favor de Dilma e de Serra em todos os sites que permitem comentários, inclusive nos portais dos jornalões. O TSE vai multar o blog do Reinaldo Azevedo pelos comentários pró-Serra ou a todos os blogueiros onde há gente que diz que Dilma é a melhor?
Eu já disse que penso que sites e blogs de políticos devem ser claramente identificados. Se é do próprio, mas também se é de responsabilidade de pessoas que os apoiam, deixando claro que não são porta-vozes deles. O Blog da Dilma, com o qual até já tive uma rusga, está identificando seus responsáveis. Não é preciso intimidação para que se obtenha esta informação. São pessoas, não uma instituição ou um partido que o faz, é a expressão de seus pensamentos. O pedido de colaboração que fazem é legítimo e fica claro nele que não é para campanha eleitoral. Milhares de outros sites pedem colaboração para se manter, e é um direito de cada um dar ou não, sem qualquer vantagem em troca.

A internet é ingovernável e isso é ótimo. Esta piada do Galvão mostrou isso.

A campanha eleitoral, por indivíduos, existe independente da lei e é legítima. A própria lei eleitoral, inclusive, admite isso, ao tratar, por exemplo, de camisetas de candidatos. É proibido fazê-las em série ou distribuí-las, de forma comercial ou não. Mas o eleitor pode usar uma em que ele manifeste, individualmente, sua preferência.

O comentário é assim, uma manifestação individual. Outra coisa diferente é a campanha partidária.

Fingir que não há uma campanha em curso – embora seja correto impedir certas atividades, até o período oficial – é uma atitude que não leva a nada. Ou melhor, leva a punir um e a não punir outro, o que acaba sendo discricionário, arbitrário.

Aliás, falando nisso, a transgressão de Serra à lei nos programas do DEM e do PPS vai continuar a ser solenemente ignorada? Vamos ler um por um os comentários dos sites e não assistir uma rede de TV que entra na casa de milhões de brasileiros?

* * *

E isso aí, nós que fazemos a Agência Assaz Atroz já havíamos chamado a atenção do pessoal do blog dilma13.blogspot.com para a questão de eles estarem divulgando um gingle em favor de Dilma. Confira: A Praça Castro Alves é do povo, mas ninguém pode defecar na cabeça da estátua do poeta; exceto os pombos

Pelo visto, pau que bate em Chico, às vezes é entubado em Francisco, mas com vaselina. E ele nem chia...

_________________________

Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

.

PressAA

Agência Assaz Atroz

.




Creative Commons License
Cite a fonte. Todo o nosso conteúdo próprio está sob a Licença Creative Commons.

Arquivo do blog

Contato

Sugestões podem ser enviadas para: quemtemmedodolula@hotmail.com
diHITT - Notícias Paperblog :Os melhores artigos dos blogs