O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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domingo, 30 de maio de 2010

Lula em quadrinhos - Cap. 18 - O deputado estadual mais votado e a 1ª candidatura à presidência


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Esta história em quadrinhos, que foi lançada em 2002, será publicada aqui em capítulos. Tentarei manter freqüência semanal. A liberação dos direitos autorais é uma cortesia de seu autor, o cartunista Bira Dantas, colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

Considerações sobre a hipocrisia eleitoral e os desatinos de Arruda Serra



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Considerações sobre a hipocrisia eleitoral e os desatinos de Arruda Serra


Por Laerte Braga (*)



Por Laerte Braga


Justiça eleitoral é uma herança do período ditatorial de Vargas e funciona hoje como uma espécie de departamento de censura. Proibido para menores, para maiores, etc. As chamadas justiças especializadas não têm caráter democrático no seu todo, em sua história – exceto a Justiça do Trabalho até um determinado ponto –.



Eu me lembro de um juiz eleitoral com vocação para manchetes que no último dia da propaganda gratuita, numa eleição municipal, exigiu assistir previamente os programas a serem apresentados pelos partidos ou coligações. Cortou aqui, cortou ali, descaracterizou os programas, o princípio da propaganda eleitoral gratuita, para depois, na divulgação dos eleitos arrumar uma confusão sem tamanho, definindo como eleitos vereadores os mais votados esquecendo-se do caráter proporcional do modelo brasileiro.



Deu entrevista coletiva e tudo. Aí teve que desfazer.



Joga um fato como esse para um plano maior e temos a censura em forma de moralismo eleitoral, logo hipocrisia. Um entende dum jeito, outro compreende de outro e no fim uma guerra que ao invés de ter o caráter a que se propõe, permitir eleições livres democráticas, vale dizer troca de idéias, acaba por legitimar todos os golpes e fraudes de maior ou menor monta no processo eleitoral.



Sem falar que há inúmeros processos de eleições anteriores pendentes de julgamentos que nunca saem e não é por outra razão que não sejam os interesses de grupos, partidos, etc.



No último debate entre George Bush, o pai e Bil Clinton, Bush era o presidente, Clinton referiu-se ao adversário como “estúpido” – “é economia estúpido – e Bush apenas sorriu, pois de fato era e é um estúpido, aliás, são, pois é uma dupla, pai e filho.



Cínico por natureza, amoral, sem qualquer escrúpulo, sem respeito por nada que não seja em relação àqueles aos quais representa, o candidato José Arruda Serra apareceu, aos olhos da lei, de forma irregular no programa da quadrilha DEM (não é partido, partido político é outra coisa, o DEM é quadrilha).



Perguntado sobre o fato respondeu que não era problema dele, mas de quem fez o programa. Imagine um sujeito desses, desprovido de qualquer vestígio de dignidade, eleito presidente da República?



No dia anterior, em declarações a jornalistas, acusou o governo da Bolívia de “fazer corpo mole em relação ao tráfico de drogas para o Brasil”. Por que não o da Colômbia, identificado pelo Departamento de Combate às Drogas da empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A como responsável pelo maior volume de drogas que entra no Brasil? Ou que é exportado para o mundo inteiro?



Será que Arruda Serra não lê, ou não sabe (claro que sabe, mas a mentira é parte viva, genética de qualquer tucano) que o tráfico da Bolívia para outros países foi reduzido de forma intensa após a eleição de Evo Morales e a Colômbia, do traficante Álvaro Uribe é a senhora absoluta dos “negócios”?



Sabe e sabe muito bem. A preocupação dele com o tráfico de drogas é detalhe de campanha. Em seu desgoverno em São Paulo o índice de criminalidade aumentou de forma desmesurada. Mas o governo da Bolívia é soberano em relação a ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A e o da Colômbia não, é filial, ou base. E quem paga e financia o tucanato e o DEM no Brasil são eles, os acionistas da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.



Só isso. Falou uma besteira deliberadamente. Quem sabe a leitura correta dessas declarações seja a de que a campanha dele precisa de mais investimento dos patrões, falou para dentro, como se costuma dizer e ao mesmo tempo mostrou a subserviência?



Por que não? FHC vendeu o patrimônio público a preço de banana e o processo de reconstrução está custando os olhos da cara ao trabalhador brasileiro e nem chegou ainda a completar as estruturas, as bases. Setores essenciais da economia como os representados pela VALE, pela EMBRAER, pela telefonia, os serviços de produção e distribuição de energia continuam em mãos privadas. E lá se vai o que resta do petróleo privatizado pela metade (FHC não teve peito na hora agá de privatizar a PETROBRAS, essa é uma das missões de Arruda Serra), se o ex-governador de São Paulo for eleito (as chances são cada vez mais reduzidas, o Brasil está acordado).



É visível o descontrole de Arruda Serra e é clara tentativa de setores da Justiça Eleitoral de inibir os adversários de Arruda Serra, a presença do presidente Lula na campanha de sua candidata, a candidata do seu partido, Dilma Roussef, numa jogadinha suja, que produza manchetes para o JORNAL NACIONAL esbaldar-se nas “denúncias” de quebra das regras.



É como tentar colocar o processo eleitoral dentro de uma caixa e ali misturar as cartas de um jeito que os ases saiam todos com os donos e nesse caso Arruda Serra tem contado com forte apoio de boa parte da Justiça Eleitoral.



E não falo de servidores, esses são vítimas, é outra história.



É como a Justiça Militar. A esmagadora maioria dos processos que ali tramita se resolve sem problema algum dentro dos regulamentos disciplinares das respectivas forças, Aeronáutica, Exército e Marinha. Mas não, tem uma estrutura cara, porque desnecessária, vira festa.



Funcionou a todo vapor como tribunal de exceção à época da ditadura, isso sim.



Nessa guerra sórdida montada por setores da direita brasileira (eles não falam que são direita, no máximo de centro), por empregados e agentes da ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A é grande a parcela de responsabilidade do Congresso Nacional.



Não temos uma legislação eleitoral completa, a cada pleito surge uma regulamentação desse vazio jurídico. E não temos por que? Porque boa parte dos deputados e senadores não quer mudar coisa alguma, não quer organizar nada, quer tão somente manter intactos currais eleitorais e privilégios. Só, mais nada.



Aí deita rama e ganha espaço esse debate hipócrita sobre se isso é ilegal ou não, tudo convergindo para afastar Lula do processo e evitar que a popularidade do presidente, conseqüência principalmente da comparação de seus dois mandatos com os dois de FHC, se transfira a Dilma, na perspectiva, que sonham e desejam de interromper o processo de crescimento do Brasil, acima de tudo, de preservação da soberania nacional, da integridade de nosso território.



Vamos supor uma pane no sistema de urnas eletrônicas. Pronto, não tem eleição. Não há como salvar ou recontar votos. Os ministros do TSE e do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL entenderam que o sistema é perfeito e não há necessidade do voto impresso.



Se fraude houver a fraude fica.



Perduram, sem julgamento, as suspeitas, recheadas de indícios, num processo em que o tucano Teotônio Vilela Filho foi acusado de fraudar as referidas urnas e derrotar o adversário João Lira. Isso em 2006. Levou o governo de Alagoas.



É simples de entender. Se as excelências julgarem que o sistema foi fraudado, confessam que a tal perfeição não existe.



Como se vê a Justiça Eleitoral acaba se transformando num partido político, num departamento de censura, inibe o debate, tanto quanto permite que na legislação vigente, a fraude corra solta, caso de José Arruda Serra no programa do DEM.



O JORNAL NACIONAL, principal porta-voz da ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A deitou e rolou em cima da multa aplicada ao presidente da República por “propaganda fora da lei”.



Será que vai mostrar o cinismo revoltante do repulsivo José Arruda Serra ao dizer que não tem nada a ver com o DEM exibir sua imagem em um programa do partido, que a decisão foi do DEM?



Nem todo bandido é cínico, no máximo cara de pau, há uma tênue diferença entre um e outro, não tenham dúvidas. Mas todo tucano e todo DEM é bandido e cínico.



A luta entre o BRASIL e o BRAZIL tem essa pedra no meio do caminho. Essa hipocrisia, o falso moralismo da lei que não é lei, acaba sendo um vale tudo repugnante já que na cabeça de José Arruda Serra feio é perder (feio e causa um prejuízo danado ao esquema corrupto que o apóia), não importam os métodos para ganhar.



Atrás dele as elites quatrocentonas de São Paulo agora embebidas na contemplação da pirâmide do faraó Fernando Henrique Cardoso. E de joelhos diante das elites internacionais, ávidas de comprar o resto do Brasil, o que eles não tiveram tempo de vender.





*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no "Estado de Minas" e no "Diário Mercantil". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

A negação da vida e a afirmação da destruição


A negação da vida e a afirmação da destruição


Por Renato Prata Biar (*)


Os Estados Unidos, sob o governo do Nobel da Paz, Barack Obama, propôs para 2011 um orçamento para gastos e investimentos na área militar e bélica de 708 bilhões de dólares – o maior de toda a história. A pergunta é: para quê e por que tanto investimento em armas e tantos outros artefatos de guerra, num país que já possui o maior arsenal bélico e nuclear do mundo? Mundo esse que, é bom lembrar, não possui mais o muro de Berlim e nem a União Soviética para ameaçar o “paraíso” capitalista sobre a Terra.


A resposta para isso não passa por nenhuma mirabolante teoria da conspiração ou algo parecido. A resposta está exatamente no modo de produção capitalista e na sua dinâmica para produzir a destruição. Mas para esclarecer melhor essa afirmação, não devemos esquecer que o capitalismo é um sistema que prioriza o lucro em detrimento de qualquer outra coisa, inclusive da vida e do bem-estar da grande maioria da população mundial.


Outro fato importante para relembrarmos é que toda a riqueza que se produz nesse ou em qualquer outro sistema provém do trabalho humano. Mas no capitalismo o trabalhador é uma mercadoria que se compra como outra mercadoria qualquer e, por isso, é também um custo para o capitalista, que necessita dele para agregar valor às suas mercadorias – e o valor desse custo é o salário que é pago ao trabalhador. Como uma das maneiras de se conseguir aumentar o lucro é através da redução de salários, nós podemos concluir que a base salarial da grande maioria dos trabalhadores será sempre o mínimo possível. Ou seja, será sempre o suficiente para que o trabalhador não morra de fome e consiga repor energia suficiente para reproduzir sua força de trabalho dia após dia em benefício do capitalista. É por esse motivo que Marx já dizia que o trabalhador não recebe pelo seu trabalho, ou seja, ele não recebe de acordo com aquilo que ele produz, pois o que o capitalista compra dele é sua força de trabalho e não o produto resultante desse trabalho. Um economista inglês chamado Pigú, que sucedeu Alfred Marshall em Oxford, na Inglaterra, chegou ao cinismo de elaborar uma teoria em que dizia que, salário zero ou negativo asseguram o pleno emprego. Ou seja, se o trabalhador aceitar trabalhar de graça ou pagar para trabalhar ele jamais ficará desempregado. O desemprego, segundo esse “gênio”, não é um problema do capitalismo, mas ocorre por uma recusa do trabalhador em aceitar as condições de trabalho que lhes são oferecidas. Isso é de um cinismo que somente os ingleses poderiam produzir...


Bem, mas essa condição de baixos salários cria uma das muitas contradições existentes no capitalismo que é o seguinte. Como a tendência dos salários é sempre a de ser reduzido ao máximo possível, acaba-se por criar um limite muito estreito na capacidade de consumo da classe trabalhadora. A conseqüência disso é que a produção se volta para artigos de luxo (buscando aqueles que detêm o maior poder de compra) e também obriga o capitalista a frear, reduzir sua produção (a oferta) por não haver condições de consumo por parte da maioria da população (a demanda). Essa redução da produção, também classificada como aumento da capacidade ociosa das máquinas e equipamentos, é o que evita que o capitalismo entre numa crise de sobre-acumulação; que nada mais é do que um nível de oferta maior do que a demanda. Quando há uma crise de sobre-acumulação, seu primeiro e mais grave sintoma é a deflação. A deflação é a crise mais temida pelos capitalistas porque ela leva a uma queda contínua no preço das mercadorias (numa corrida para a obtenção de qualquer taxa de lucro ou de simplesmente evitar o prejuízo total) e também uma conseqüência que vai de encontro com toda a lógica do capital, que é o aumento contínuo no poder de compra dos salários, já que o preço das mercadorias está sempre caindo. É bom lembrar que, embora a deflação implique na queda de preços e no aumento do poder de compra dos salários, isso não significa que o trabalhador irá viver no melhor dos mundos, pois para reduzir os prejuízos uma das primeiras medidas tomadas pelo capitalista será a de reduzir seus custos. Em outras palavras: desempregar o máximo possível.


O que nós temos, portanto, é um sistema que, por mais paradoxal que possa parecer, tem como sua maior contradição a sua própria eficiência. Explicando melhor. O capitalismo, que tem como sua principal característica a produção de mercadorias, não pode realizar essa produção de acordo com sua capacidade, pois colocaria em risco a sua própria existência. É como um corpo que produzisse sangue demais e suas veias e artérias não são suficientes para circular tamanha quantidade de sangue. O que leva a uma necessidade de se fazer algumas sangrias para suportar a pressão. A sangria capitalista se dá exatamente na produção para a destruição, onde se nega a produção para as reais necessidades humanas e se afirma a produção para artigos inúteis e destrutivos. Nega-se a vida para se afirmar o lucro. Como escreveu Marx em seu livro, A Ideologia Alemã: “No desenvolvimento das forças produtivas, ocorre um estágio em que nascem forças produtivas e meios de circulação que só podem ser nefastos no quadro das relações existentes e não são mais forças produtivas, mas sim forças destrutivas.”


Bem, é exatamente esse deslocamento da produção para artigos inúteis e para a destruição que nos fará entender como e por que os Estados Unidos produzem tantas armas e gastam tanto dinheiro, tempo, trabalho e vidas na produção dessa negatividade.


O capitalismo primário, da época da primeira Revolução Industrial, era um sistema bi-setorial – havia o setor de máquinas que produziam máquinas e o outro setor de máquinas que produziam produtos, mercadorias. Esse tipo de capitalismo bi-setorial foi o que entrou em decadência no final do século XIX e faleceu de vez com a crise de 1929. É a partir daí e, mais precisamente, com o advento da 2ª Guerra Mundial que o capitalismo de três setores decola de uma vez. Mas, o que é o terceiro setor? É exatamente aquele que irá produzir o que o economista Lauro Campos chamava de não-mercadorias, não-meios de produção e não-meios de consumo. Para um melhor entendimento do que esses termos significam, remeto-me ao próprio L. Campos em seu livro: A Crise Completa: a economia política do não. Diz o autor:


“A não-mercadoria é a forma que assume o resultado das relações sociais de produção, a partir de certo estágio das forças produtoras de mercadorias, na qual se materializa o trabalho humano improdutivo, e representam o desvio de parte da potência social de trabalho para atividades não-reprodutivas: não-meios de consumo individual e não-meios de consumo produtivo. No terciário, não tecnicamente necessário ao processo coletivo de trabalho e no resultado da produção capitalista que se situa ‘fora do comércio’, isto é, na parte que constitui monopsônio do governo, subjazem as relações sociais de produção de não-mercadorias. Impossibilitada de assumir a forma mercadoria, devido à insuficiência da capacidade de consumo da coletividade, tal como se apresenta condicionada pela distribuição de renda no regime capitalista, uma parcela crescente das forças produtivas é sistematicamente desviada da esfera da produção e da reprodução. Assume a forma de não-mercadorias, não-meios de consumo individual e não-meios de consumo produtivo, inacessíveis aos consumidores finais de mercadorias. Representa sua produção uma redução da sua taxa de desenvolvimento das forças produtivas. Isto significa que, ao lado das mercadorias que destruíram parcial ou completamente a forma produto no processo histórico de do modo capitalista de produção, se instaura a produção de não-mercadorias, na qual subjaz o trabalho humano desviado da esfera da produção, e que são adquiridas apenas pelo governo.”


Para ilustrar melhor essa citação, podemos retomar o exemplo da 2ª Guerra Mundial. O que salvou o capitalismo após o crash da Bolsa de 1929 não foi nenhum milagre e muito menos atitudes honradas, heróicas e honestas dos grandes governantes; foi a guerra que salvou o sistema capitalista. De que maneira? F. D. Roosevelt (presidente dos Estados Unidos de 1933 – 1945) em seu livro: Meus Mil Primeiros Dias, afirmou que o que ele estava fazendo nos Estados Unidos era a mesma coisa que Hitler estava fazendo na Alemanha. E o que ambos fizeram foi direcionar grande parte das suas forças produtivas para a fabricação de bombas, tanques, aviões, navios, armas, roupas e outros tantos artefatos de guerra. Ou seja: a produção voltada para a destruição e para a produção das não-mercadorias que só podem ser consumidas pelo próprio governo, que nega, assim, o consumo individual e social. Foi dessa maneira que Hitler praticamente acabou com o desemprego de 33% na Alemanha na década de 1930, e Roosevelt acabou com o desemprego de 25% nos Estados Unidos na mesma época.


A prova mais irrefutável da necessidade do capitalismo de investir nas não-mercadorias, não-meios de produção e não-meios de consumo é que mesmo com o fim da 2ª Guerra Mundial não só não foram reduzidos os investimentos nesse setor como, pelo contrário, sob a desculpa da Guerra Fria, os investimentos nesse setor aumentaram vertiginosamente. Foi durante esse período da Guerra Fria que se consolidou nos Estados Unidos o Complexo Industrial-militar-acadêmico, que investe anualmente bilhões de dólares em pesquisas e testes químicos, físicos e biológicos para a criação de novas armas e artefatos de guerra, cada vez mais eficientes e mais poderosos, e também o aperfeiçoamento de técnicas, táticas e estratégias de guerra. E mesmo com o fim da União Soviética e, consequentemente, o fim da Guerra Fria, em momento algum esses investimentos bilionários foram reduzidos ou sequer congelados.


É a partir dessa análise que podemos também entender porque os Estados Unidos – mesmo tendo sido avisados com anos de antecedência por várias fontes diferentes (como o serviço secreto francês e o serviço secreto alemão, dentre outros) – deixou que acontecesse o atentado de 11 de setembro, como deixa claro o livro de L. A. Moniz Bandeira, Formação do Império Americano (págs: 652-653):


“Os jornalistas Evan Thomas e Mark Hosenball revelaram, na revista Newsweek, que um dia antes dos atentados, ou seja, em 10 de setembro, altos oficiais do Pentágono subitamente cancelaram planos de viagem para a manhã seguinte, aparentemente por causa de segurança. O estado de alerta já havia sido dado durante as duas semanas passadas e um aviso urgente foi recebido pelo Pentágono na noite anterior a 11 de setembro, o que levou o primeiro escalão de oficiais do Pentágono a suspender seus planos de viagem. Ao que tudo indicou, eles souberam não apenas da ameaça iminente, mas do momento, e trataram de protegerem-se eles mesmos.”


Com o fim da ameaça comunista era preciso criar um novo inimigo para colocar a população em pânico (nesse sentido, indico o documentário do cineasta Michel Moore: Fahrenheit 11 de setembro) e, assim, justificar os gastos cada vez maiores do Complexo Industrial-militar –acadêmico, espinha dorsal do sistema econômico estadunidense. A criação desse inimigo foi prontamente conseguida com o atentado de 11 de setembro. O inimigo de agora é ainda mais cruel e difícil de combater, pois não tem rosto, pátria ou ideologia, mas apenas o ódio pelos estadunidenses. Portanto, o inimigo pode ser qualquer um e estar em vários lugares ao mesmo tempo. O que só aumenta o medo e o pânico da população que cede cada vez mais da sua liberdade em troca de uma segurança inexistente. Um pesadelo para a população e um sonho para aqueles que lucram com essa ordem das coisas.


Destarte, podemos agora entender um pouco melhor o apelo de Barack Obama ao Congresso estadunidense para que seja aprovado o maior orçamento bélico (para o curto período de um ano) de toda a história dos Estados Unidos e, provavelmente, do mundo. Possuidores de um arsenal nuclear capaz de destruir vinte e cinco vezes o planeta Terra e com bases militares espalhadas em todos os continentes, ainda querem nos convencer que quem ameaça a paz e a vida no planeta são países como a Venezuela, o Irã, o Afeganistão, etc. Talvez o patético Fukuyama, aquele que declarou durante a década de 1990 o fim da história e a vitória final e triunfante do capitalismo, não esteja de todo errado. Pode ser que em breve vejamos realmente o fim da história, porém, sem a vitória do capitalismo ou de qualquer outro sistema, pois será também o nosso fim. E se a nossa história está realmente fadada a acabar dessa maneira, melhor seria se tivéssemos permanecido como meros macacos...


*Renato Prata Biar é historiador, pós-graduado em filosofia. Mora no Rio de Janeiro e é colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

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Como pensam as elites econômicas - A integração latino-americana


Como pensam as elites econômicas - A integração latino-americana


Por Laerte Braga (*)


Por Laerte Braga


Na cabeça de um empresário como Antônio Ermírio de Moraes ser brasileiro é algo natural, como ser francês, inglês, alemão, desde que prevaleça um modelo político, econômico e social que não afete os seus negócios.



Ele e qualquer grande empresário ou qualquer corporação. Tanto faz que o presidente seja Barack Obama, ou tenhamos uma chanceler Angela Merkel, isso é o de menos. Elites econômicas são apátridas e não enxergam um milímetro sequer além dos seus interesses que, em última instância, são os interesses do império neoliberal que subjuga e se sustenta na exploração da maior parte das nações do mundo.



O jornal inglês THE GUARDIAN afirma em matéria dessa semana que o governo de Israel ofereceu armas atômicas ao regime branco para exatamente reprimir e impedir a perspectiva de democracia na África do Sul.



Está em



http://www.guardian.co.uk/world/2010/may/23/israel-south-africa-nuclear-weapons



ou



http://www.guardian.co.uk/world/2010/may/23/israel-south-africa-nuclear-weapons



Não se pode dizer que THE GUARDIAN seja “agente” do “terrorismo internacional”. A publicação está dentro dos padrões conservadores da Grã Bretanha e tem credibilidade junto às forças dominantes.



Alejandro Peña Escusa, um dos líderes da oposição a Chávez na Venezuela, usou a mídia privada – podre e venal como a do Brasil – para conclamar as forças de seu país a irem às ruas pedir a renúncia do presidente da República, eleito pelo voto direito, confirmado pelo voto direto, chamando atenção para o fato que o processo eleitoral não é o único instrumento para a luta das elites. E já antecipa a derrota eleitoral de seu grupo em setembro – eleições parlamentares –, quando denuncia o sistema eleitoral como “viciado”.



Consciente da força popular de Hugo Chávez os movimentos de oposição (banqueiros, especuladores, grandes corporações, mídia sob controle internacional) recomeçam com força total a pregação golpista. Sabem que a vitória parlamentar de Chávez – seu mandato termina em 2012 – ampliará as conquistas do regime bolivariano e estreitará a barbárie gerada pelo capitalismo neoliberal das elites venezuelanas.



Se essas elites vão ser governadas a partir de Miami, ou de Washington, pouco importa, importa que permaneçam intactos os seus privilégios, como importou a Israel oferecer ajuda aos brancos da África do Sul, regime nitidamente fascista.



Quando o presidente do Irã Ahmad Ahmadinejad afirma que o Holocausto não passa de uma farsa, não está dizendo que não existiu. Está afirmando que não é privilégio do povo judeu. Morreram nos campos de concentração de Hitler milhões de judeus, ciganos, negros, homossexuais, minorias étnicas e presos comuns, simples adversários do nazismo. Morreram nos campos de batalhas milhões de soldados para impedir o domínio nazista. Em vão. Vinte milhões de cidadãos da antiga União Soviética morreram para garantir a vitória contra o nazismo.




Os EUA e Israel formaram e formam atuando com força total o conglomerado terrorista  EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, sucessora da SPECTRE (James Bond acabou com a organização e a nova preenche esse espaço de terrorismo, extorsão, chantagem e vingança, princípios fundamentais do novo/velho conglomerado).



Qual a diferença entre o regime branco da África do Sul, que manteve Nelson Mandela preso por três décadas e o de Hitler? Ou do massacre imposto ao povo palestino pelo governo sionista de Israel?



Ou o campo de concentração de Guantánamo.



São reedições dos campos de Hitler.



O presidente Chávez da Venezuela baixou decretos para conter a especulação com dólares no mercado paralelo, com ações, toda aquela fantasia de bolsa de valores, onde o sujeito enrique num dia em meio a trampolinagens e doleiros.



Foi o suficiente para as elites se revoltarem e pedirem a renúncia de Chávez e a exigir “democracia”. Mas longe das urnas.



O acordo firmado pelo presidente Lula, o primeiro-ministro turco e o Irã refletiu a vontade do mundo, inclusive da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A nos comerciais entre as notícias mentirosas de cada JORNAL NACIONAL em cada William Bonner (são produzidos em série).



Só não interessava ao conglomerado terrorista (EUA/ISRAEL S/A). Uma coisa é defender a paz, outra coisa é viver da guerra, da barbárie imposta a outros povos. O imperialismo sustenta-se aí. Ou alguém acredita que a fome e toda a sorte de problemas que dizima o continente africano é produto da vontade dos africanos?



São políticas deliberadas. Postas em prática segundo as conveniências dos “negócios”.



A simples hipótese de um bloco político e econômico latino-americano, o que o general Colin Powell chamou de “mercado de um trilhão de dólares”, assusta o terrorismo econômico e militar de EUA e Israel.



Tanto quanto derrubar o governo do presidente Hugo Chávez e assim, no velho efeito dominó, o da Bolívia, do Equador, neutralizar a Argentina, o Uruguai, o Paraguai, recuperar o controle sobre a Nicarágua, El Salvador, destroçar Cuba e acima de tudo, impedir que o Brasil continue de pé, livre, soberano e senhor de seu destino de grande potência, elegendo aqui, em outubro, José Arruda Serra, velho funcionário da empresa com sede em Washington.



Quando Alejandro Peña Esclusa vai à mídia podre e venal controlada do exterior, da matriz e pede a derrubada do presidente Chávez, está apenas fazendo o que elites econômicas brasileiras, colombianas, argentinas, etc, fazem.



Não têm pátria. Não importa a Ermírio de Moraes que o governo tenha sede em Brasília ou em Washington, importa que “os negócios” fluam. Ou por outra, se as ordens vierem de Washington tanto melhor, elimina-se o risco Lula, o risco Dilma, o risco Chávez.



A grande maioria da opinião pública quando escuta falar em Somália, imagina piratas saqueando navios com bandeiras de nações democráticas. Por acaso alguém se pergunta sobre o lixo hospitalar despejado por países europeus em águas somalis? Lixo nuclear? Não fosse um tsunami a revirar o fundo do mar e trazer a tona esse lixo ninguém saberia. Mas os efeitos predadores sobre os somalis e o mundo se faziam e se fazem sentir.



O caminho para isso? Transformar os somalis em “piratas”.



Obama quer mandar mais cem mil homens ao Afeganistão. Está perdendo a guerra. Um atoleiro semelhante ao Vietnã. Neste mês de maio foram duas derrotas militares de vulto uma delas cedendo uma das maiores bases do terrorismo de EUA/ISRAEL S/A aos que lutam pela independência real do Afeganistão.



Os jornais norte-americanos dão conta que o número de mortes por conta do uso de heroína aumentou de forma assustadora nos EUA. A droga chega aos EUA através do Afeganistão. Não são poucos os soldados, oficiais e comandantes destituídos de seus postos por envolvimento com o tráfico, tal e qual na Colômbia, onde o presidente é um dos “filhos” de Pablo Escobar.



Paul Craig Roberts, ex-secretário assistente do Tesouro no governo Ronald Reagan (extrema-direita), em artigo publicado no jornal WASHINGTON TIMES, levanta sérias dúvidas sobre o 11 de setembro, as conclusões a que chegou o governo Bush. Deixa claro que tudo sugere que o atentado não passou de uma farsa e que cada vez aumenta o número dos que assim enxergam, pois pouco a pouco as mentiras do governo vão sendo descobertas.



O artigo pode ser lido em



http://globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=17821



Setores da chamada sociedade civil organizada nos EUA resistem às “verdades” do governo e vão desde engenheiros e arquitetos peritos (a queda das torres gêmeas) a bombeiros que se autodenominam “bombeiros da verdade”, pela simples constatação que vivem uma grande mentira. Não querem ser partícipes desse terrorismo com sede em Washington.



Craig, um homem do sistema, cita e mostra que os acionistas de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A necessitavam de um novo Pearl Harbour (ataque japonês de surpresa a essa base militar na IIª Grande Guerra) para justificar a guerra do Iraque, a guerra do Afeganistão, a nova onda de golpes na América Latina, a ofensiva contra o Irã e Israel, em si uma aberração se levarmos em conta que o estado judeu virou um estado nazi/fascista que não permite que judeus do porte de Noam Chomsky entrem em seu território por não aceitar as idéias arianas dos genocidas do povo palestino.



Em tempo algum desejaram a paz. Vivem da guerra. Como disse Lula, “tem gente  que não vive sem inimigos, eu prefiro fazer amigos”.



Para as elites econômicas, em qualquer lugar do mundo, o que importa são os “negócios”.



No caso específico da América Latina, a integração dos países da região contraria interesses podres dessa gente que em si e por si é podre. Daí que figuras como Chávez vão ser sempre demonizados. Faz parte do processo de transformação do ser humano em objeto na escravidão que o capitalismo impõe.


*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no "Estado de Minas" e no "Diário Mercantil". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

A charge é do cartunista Bira Dantas, também colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".
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