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A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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quinta-feira, 20 de maio de 2010

“Meu caro amigo, as coisas estão melhorando”



[caption id="attachment_6330" align="aligncenter" width="468" caption="Foto: Jorge Bispo"][/caption]



“Meu caro amigo, as coisas estão melhorando”


Por Daniel Cariello e Thiago Araújo*, da revista Brazuca


“Se tiver bola, eu dou a entrevista”. Essa foi a única exigência do nosso companheiro de pelada, Chico Buarque, numa caminhada entre o metrô e o campo. Uma bola. E eu acabara de informar que o dono da redonda não viria à pelada de quarta-feira. Éramos dez amantes do futebol, órfãos.


Sem saber se esse era um gol de letra dele para fugir da solicitação de seus parceiros jornalistas, ou uma última esperança, em forma de pressão, de não perder a religiosa partida, eu, que não creio, olhei para o céu e pedi a Deus: uma pelota!


Nada de enigma, oferenda ou golpe de Estado. Ele estava ali, o cálice sagrado da cultura brasileira, que sucumbiu ao ver não uma, mas duas bolas chegarem à quadra pelas mãos de Mauro Cardoso, mais conhecido como Ganso. A partir daí, nada mais alterou o meu ânimo e o da minha dupla de ataque-entrevista, Daniel Cariello. Apesar de termos jogado no time adversário do ilustre entrevistado, tomado duas goleadas consecutivas de 10 x 6 e 10 x 1, tínhamos a certeza de que ele não iria trair dois dos principais craques do Paristheama, e sua palavra seria honrada.


Mas o desafio maior não era convencer o camisa 10 do time bordeaux-mostarda parisiense a ceder duas horas de sua tarde ensolarada de sábado. O que você perguntaria ao artista ícone da resistência à ditadura, parceiro de Tom Jobim, Vinicius de Morais e Caetano Veloso, escritor dos best sellers “Estorvo”, “Benjamin”, “Budapeste” e “Leite Derramado”, autor de “A banda”, “Essa moça tá diferente”, “O que será”, “Construção” e da canção de amor mais triste jamais escrita, “Pedaço de mim”?


Admirado e amado por todas as idades, estudado por universitários, defendido por Chicólatras, oráculo no Facebook, onipresente nas manifestações artísticas brasileiras – sua modéstia diria “isso é um exagero”, mas sabemos que não é –, sua reação imediata ao ser comparado a Deus foi “em primeiro lugar, não acredito em Deus. Em segundo, não acredito em mim. Essa é a única coisa que pode nos ligar. Então, pra começo de conversa, vamos tirar Deus da mesa e seguir em frente”.


Enfim, ainda não creio que entrevistamos Deus, quase sem falar de Deus. Mas foi com ele mesmo que aprendi uma lição, talvez um mandamento: acreditar em coisas inacreditáveis. (Thiago Araújo)




Você assume que não acredita em Deus, mas existem trechos nas suas músicas como “dias iguais, avareza de Deus” ou “eu, que não creio, peço a Deus”. No Brasil, é complicado não acreditar em Deus?


Eu não tenho crença. Eu fui criado na Igreja Católica, fui educado em colégio de padre. Eu simplesmente perdi a fé. Mas não faço disso uma bandeira. Eu sou ateu como o meu tipo sanguíneo é esse.


Hoje há uma volta de certos valores religiosos muito forte, acho que no mundo inteiro. O que é perigoso quando passa para posições integristas e dá lugar ao fanatismo. O Brasil talvez seja o pais mais católico do mundo, mas isso é um pouco de fachada. Conheço muitos católicos que vão à umbanda, fazem despacho. E fica essa coisa de Deus, que entra no vocabulário mais recente, que me incomoda um pouquinho. Essa coisa de “vai com Deus”, “fica com Deus”. Escuta, eu não posso ir com o diabo que me carregue? (Risos). Tem até um samba que fala algo como “é Deus pra lá, Deus pra cá – e canta – Deus já está de saco cheio” (risos).


Você já foi em umbanda, candomblé, algo do tipo?


Já, eu sou muito curioso. A mulher jogou umas pipocas na minha cabeça, sangue, disse que eu estava cheio de encosto. Eu fui porque me falaram “vai lá que vai ser bom”. Passei também por espíritas mais ortodoxos, do tipo que encarnava um médico que me receitou um remédio para o aparelho digestivo. Aí eu fui procurar o remédio e ele não existia mais. O remédio era do tempo do médico que ele encarnava (risos).


Já tive também um bruxo de confiança, que fez coisas incríveis. Aquela música do Caetano dizia isso muito bem, “quem é ateu, e viu milagres como eu, sabe que os deuses sem Deus não cessam de brotar.” Eu vi cirurgias com gilete suja, sem a menor assepsia, e a pessoa saía curada. Estava com o joelho ferrado e saía andando. Eu fui anestesista dessa cirurgia. A anestesia era a música. O próprio Tom Jobim tocava durante as cirurgias. Eu toquei para uma dançarina que estava com problema no joelho. Ela tinha uma estreia, mas o ortopedista disse “você rompeu o menisco”. Ela estreou na semana seguinte, e na primeira fila estavam o ortopedista e o bruxo (risos).


Uma vez, estava com um problema e fui ao médico. Ele me tocou e não viu nada. Aí eu disse “olha, meu bruxo, meu feiticeiro, quando ele apertava aqui, doía”. Ele começou a dizer “mas essa coisa de feitiçaria…” e atrás dele tinha um crucifixo com o Cristo. Daí eu perguntei “como você duvida da feitiçaria, mas acredita na ressurreição de Cristo?”. Eu acho isso uma incongruência. Gosto de acreditar um pouco nisso, um pouco naquilo, porque eu vejo coisas inacreditáveis. Eu não acredito em Deus, acredito que há coisas inacreditáveis.



De vez em quando você dá uma escapada do Brasil e vem a Paris. Isso te permite respirar?


Muito mais. Eu aqui não tenho preocupação nenhuma, tomo uma distância do Brasil que me faz bem. Fico menos envolvido com coisas pequenas que acabam tomando todo o meu tempo. Aqui, eu leio o Le Monde todos os dias, e fico sabendo de questões como o Cáucaso, os enclaves da antiga União Soviética, que no Brasil passam muito batidos. O Brasil, nesse sentido, é muito provinciano, eu acho que o noticiário é cada vez mais local.


Meu pai, que era um crítico literário e jornalista, foi morar em Berlim no começo dos anos trinta. Foi lá, onde teve uma visão de historiador, de fora do país, que ele começou a escrever Raízes do Brasil, que se tornou um clássico. A possibilidade de ter esse trânsito, de ir e voltar, eu acho boa. É como você mudar de óculos, um para ver de longe e outro para ver de perto.



Nesse seu vai e vem Brasil-França, o que você traria do Brasil para a França, e vice-versa?


Eu traria pra cá um pouquinho da bagunça, da desordem. Os nossos defeitos, que acabam sendo também nossas qualidades. O tratamento informal, que gera tanta sujeira, ao mesmo tempo é uma coisa bonita de se ver. Você tem uma camaradagem com um sujeito que você não conhece. Aqui existe uma distância, uma impessoalidade que me incomoda.


Para o Brasil, eu gostaria de levar também um pouco dessa impessoalidade. Da seriedade, principalmente para as pessoas que tratam da coisa pública. Não que não exista corrupção na França.


Outra coisa que eu levaria pra lá é o sentimento de solidariedade, que existe entre os brasileiros que moram fora. Isso eu conheci no tempo que eu morava fora, e vejo muito aqui através das pessoas com as quais convivo. Eles se juntam. Como se dizia, “o brasileiro só se junta na prisão”. Os brasileiros também se juntam no exílio, na diáspora.


Falando em exílio, tem uma história curiosa de Essa moça tá diferente, a sua música mais conhecida na França.


É. A coisa de trabalho (N.R.: na Itália, onde Chico estava em exílio político, em 1968) estava só piorando e o que me salvou foi uma gravadora, a Polygram, pois minha antiga se desinteressou. A Polygram me contratou e me deu um adiantamento. E consegui ficar na Itália um pouco melhor. Mas eu tinha que gravar o disco lá. Eu gravei tudo num gravador pequenininho. Um produtor pegou essas músicas e levou para o Brasil, onde o César Camargo Mariano escreveu os arranjos. Esses arranjos chegaram de volta na Itália e eu botei minha voz em cima, sem que falasse com o César Camargo. Falar por telefone era muito complicado e caro. Então foi feito assim o disco. É um disco complicado esse.



Você acabou de citar o
Le Monde. Para nós, que trabalhamos com comunicação, sempre existiu uma crítica pesada contra os veículos de massa no Brasil. Você acha que existe um plano cruel para imbecilizar o brasileiro?


Não, não acredito em nenhuma teoria conspiratória e nem sou paranoico. Agora, aí é a questão do ovo e da galinha. Você não sabe exatamente. Os meios de comunicação vão dizer que a culpa é da população, que quer ver esses programas. Bom, a TV Globo está instalada no Brasil desde os anos 60. O fato de a Globo ser tão poderosa, isso sim eu acho nocivo. Não se trata de monopólio, não estou querendo que fechem a Globo. E a Globo levanta essa possibilidade comparando o governo Lula ao governo Chavez. Esse exagero.



Você acha que a mídia ataca o Lula injustamente?


Nem sempre é injusto, não há uma caça às bruxas. Mas há uma má vontade com o governo Lula que não existia no governo anterior.


E o que você acha da entrevista recente do Caetano Veloso, onde ele falou mal do Lula e depois acabou sendo desautorizado pela própria mãe?


Nossas mães são muito mais lulistas que nós mesmos. Mas não sou do PT, nunca fui ligado ao PT. Ligado de certa forma, sim, pois conheço o Lula mesmo antes de existir o PT, na época do movimento metalúrgico, das primeiras greves. Naquela época, nós tínhamos uma participação política muito mais firme e necessária do que hoje. Eu confesso, vou votar na Dilma porque é a candidata do Lula e eu gosto do Lula. Mas, a Dilma ou o Serra, não haveria muita diferença.


O que você tem escutado?


Eu raramente paro para ouvir música. Já estou impregnado de tanta música que eu acho que não entra mais nada. Na verdade, quando estou doente eu ouço. Inclusive ouvi o disco do Terça Feira Trio, do Fernando do Cavaco, e gostei. Nunca tinha visto ou ouvido formação assim. Tem ao mesmo tempo muita delicadeza e senso de humor.


A música francesa te influenciou de alguma maneira?


Eu ouvi muito. Nos anos 50, quando comecei a ouvir muita música, as rádios tocavam de tudo. Muita música brasileira, americana, francesa, italiana, boleros latino americanos. Minha mãe tinha loucura por Edith Piaf e não sei dizer se Piaf me influenciou. Mas ouvi muito, como ouvi Aznavour.


O que me tocou muito foi Jacques Brel. Eu tinha uma tia que morou a vida inteira em Paris. Ela me mandou um disquinho azul, um compacto duplo com Ne me quitte pas, La valse à mille temps, quatro canções. E eu ouvia aquilo adoidado. Foi pouco antes da bossa nova, que me conquistou para a música e me fez tocar violão. As letras dele ficaram marcadas para mim.


Eu encontrei o Jacques Brel depois, no Brasil. Estava gravando Carolina e ele apareceu no estúdio, junto com meu editor. Eu fiquei meio besta, não acreditei que era ele. Aí eu fui falar pra ele essa história, que eu o conhecia desde aquele disco. Ele disse “é, faz muito tempo”. Isso deve ter sido 1955 ou 56, esse disquinho dele. Eu o encontrei em 67. Depois, muito mais tarde, eu assisti a L’homme de la mancha, e um dia ele estava no café em frente ao teatro. Eu o vi sentado, olhei pra ele, ele olhou pra mim, mas fiquei sem saber se ele tinha olhado estranhamente ou se me reconheceu. Fiquei sem graça, pois não o queria chatear. Ele estava ali sozinho, não queria aborrecer. Mas ele foi uma figuraça. Eu gostava muito das canções dele. Conhecia todas.


Falando de encontros geniais, você tem uma foto com o Bob Marley. Como foi essa história?


Foi futebol. Ele foi ao Brasil quando uma gravadora chamada Ariola se estabeleceu lá e contratou uma porção de artistas brasileiros, inclusive eu, e deram uma festa de fundação. O Bob Marley foi lá. Não me lembro se houve show, não me lembro de nada. Só lembro desse futebol. Eu já tinha um campinho e disseram “vamos fazer algo lá para a gravadora”. Bater uma bola, fazer um churrasco, o Bob Marley queria jogar. E jogamos, armamos um time de brasileiros e ele com os músicos. Corriam à beça.



Vocês fumaram um baseado juntos?


Não. Dessa vez eu não fumei.



E essa sua migração para escritor, isso é encarado como um momento da sua vida, já era um objetivo?


Isso não é atual. De vinte anos pra cá eu escrevi quatro romances e não deixei de fazer música. Tenho conseguido alternar os dois fazeres, sem que um interfira no outro.


Eu comecei a tentar escrever o meu primeiro livro porque vinha de um ano de seca. Eu não fazia música, tive a impressão que não iria mais fazer, então vamos tentar outra coisa. E foi bom, de alguma forma me alimentou. Eu terminei o livro e fiquei com vontade de voltar à musica. Fiquei com tesão, e o disco seguinte era todo uma declaração de amor à música. Começava com Paratodos, que é uma homenagem à minha genealogia musical. E tinha aquele samba (cantarola) “pensou, que eu não vinha mais, pensou”. Eu voltei pra música, era uma alegria. Agora que terminei de escrever um livro já faz um ano, minha vontade é de escrever música. Demora, é complicado. Porque você não sai de um e vai direto para outro. Você meio que esquece, tem um tempo de aprendizado e um tempo de desaprendizado, para a música não ficar contaminada pela literatura. Então eu reaprendo a tocar violão, praticamente. Eu fiquei um tempão sem tocar, mas isso é bom. Quando vem, vem fresco. É uma continuação do que estava fazendo antes. Isso é bom para as duas coisas. Para a literatura e para a música.


Tanto em Estorvo quanto em Leite derramado o leitor tem uma certa dificuldade em separar o real do imaginário. Você, como seus personagens, derrapa entre essas duas realidades?

Eu? O tempo todo, agora mesmo eu não sei se você esta aí ou se eu estou te imaginando (gargalhadas).


Completamente. Eu fico vivendo aquele personagem o tempo todo. Entrando no pensamento dele. Adquiro coisas dele. Você pode discordar, mas chega uma hora que tem que criar uma empatia ou uma simpatia. Você cria uma identificação. E alguma coisa no gene é roubado mesmo de mim, algumas situações, um certo desconforto, não saber bem se você é real, se você está vivendo ou sonhando aquilo. Por exemplo, agora que ganhamos de 10 a 1 (referência à pelada que jogamos três dias antes), eu saí da quadra e falei: “acho que eu sonhei. Não é possível que tenha acontecido” (risos).


Você é fanático por futebol?


Não sou fanático por nada. Mas eu tenho muito prazer em jogar futebol. Em assistir ao bom futebol, independentemente de ser o meu time. Quando é o meu time jogando bem, é melhor ainda, pois eu consigo torcer. Agora mesmo, no Brasil, tinha os jogos do Santos.


Mas eu vou menos aos estádios. Eu não me incomodo de andar na rua, mas quando você vai a alguns lugares, tem que estar com o cabelo penteado, tem que estar preparado para dar entrevistas. Aqui, eu estou dando a minha última (risos). Aqui, é exclusiva. Fiz pra Brazuca e mais ninguém. Eu quero ver o pessoal jogar bola. Então eu vejo na televisão. E quando não estou escrevendo, aí eu vejo bastante.



É verdade que um dia o Pelé ligou na sua casa, lamentando os escândalos políticos no Brasil, e disse “é, Chico, como diz aquela música sua: ‘se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão’”?


É verdade (risos). Eu falei “legal, Pelé, mas essa música não é minha”. O Pelé é uma grande figura. Nós gravamos um programa juntos. Brincamos muito. Conheci o Pelé quando eu fazia televisão em São Paulo, na TV Record, e me mudei para o Rio. Os artistas eram hospedados no Hotel Danúbio, em São Paulo. O mesmo onde o Santos se concentrava. Então, eu conheci o Pelé no hotel. E sempre que a gente se encontra é igual, porque eu só quero falar de futebol e ele só quer saber de música. Ele adora fazer música, adora cantar, adora compor. Por ele, o Pelé seria compositor.


E você, trocaria o seu passado de compositor por um de jogador?

Trocaria, mas por um bom jogador, que pudesse participar da Copa do Mundo. Um pacote completo. Um jogador mais ou menos, aí não.

Você ainda pretende pendurar as chuteiras aos 78 anos, como afirmou?


Não. Já prorroguei. Tava muito cedo. Agora, eu deixei em aberto. Podendo, vou até os 95 (risos).


O Niemeyer está com 102 anos e continua trabalhando. Aliás, não só trabalhando como ainda continua com uma grande fama de tarado (risos).


Ele me falou isso. Eu fui à festa dele de 90 anos e ele me disse: “o importante é trabalhar e ó (fez sinal com a mão, referente a transar)”. Aí eu falei “é mesmo?” e ele respondeu “é mesmo”.


Falando nisso, o Vinícius foi casado nove vezes. Você acha a paixão essencial para a criação?


Sem dúvida. Quando a gente começa – isso é um caso pessoal, não dá pra generalizar – faz música um pouco para arranjar mulher. E hoje em dia você inventa amor para fazer música. Se não tiver uma paixão, você inventa uma, para a partir daí ficar eufórico, ou sofrer. Aí o Vinícius disse muito bem, né? “É melhor ser alegre que ser triste… mas pra fazer um samba com beleza, é preciso um bocado de tristeza, é preciso um bocado de tristeza, senão não se faz um samba não”.


Quando eu falo que você inventa amores, você também sofre por eles. “E a moça da farmácia? Ela foi embora! Elle est partie en vacances, monsieur!”. E você não vai vê-la nunca mais. Dá uma solidão. Eu estou fazendo uma caricatura, mas essas coisas acontecem. Você se encanta com uma pessoa que você viu na televisão, daí você cria uma história e você sofre. E fica feliz e escreve músicas.


Pra finalizar. Se você fosse escrever uma carta para o seu caro amigo hoje, o que você diria?


Volta, que as coisas estão melhorando!



MAIS


A entrevista foi publicada originalmente na revista Brazuca, uma publicação bilíngue sobre cultura brasileira que circula em Paris e Bruxelas. A partir de 3 de maio, a degravação completa estará disponível no site de Brazuca. Também lá, é possível baixar em pdf, desde já, a edição completa de março-abril (inclusive com as fotos de Chico…)


Daniel Cariello, editor de Brazuca e co-autor da entrevista, é colaborador regular da Biblioteca Diplô /Outras Palavras. Escreve a coluna Chéri à Paris, uma crônica semanal que vê a cidade com olhar brasileiro. Os textos publicados entre março de 2008 e março de 2009 podem ser acessados aqui. A reestreia, em que Daniel fala sobre a entrevista com Chico, aqui.


*Thiago Araújo é diretor de Brazuca.


Fonte: "Outras Palavras"

Acordo com o Irã faz EUA intensificar a campanha de Serra - Obama quer o Brasil de quatro


Acordo com o Irã faz EUA intensificar a campanha de Serra - Obama quer o Brasil de quatro


Por Laerte Braga (*)


Por Laerte BragaUma das decisões dos executivos da empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, sucessora da SPECTRE, pegos de surpresa com o acordo firmado entre o Brasil, o Irã e a Turquia, é a de intensificar a campanha eleitoral do candidato José Arruda Serra, um dos mais qualificados funcionários da empresa em nosso País.


Nesse sentido, já como pontapé inicial, no próximo final de semana o INSTITUTO DATA FOLHA deve divulgar pesquisa montada para contrapor-se a de outro Instituto o VOX POPULI, que coloca a candidata do presidente Lula, Dilma Roussef à frente do agente José Arruda Serra. Em seguida, o mesmo deve ser feito pelo antigo IBOPE, hoje GLOBOPE.


A pesquisa em si é só uma reação ao impacto da virada de Dilma e dos riscos que isso representa para os “negócios” da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Chantagem, terrorismo, extorsão e vingança.


A importância do Brasil que se limitava à América Latina, desde a posse do atual presidente Luís Inácio Lula da Silva expandiu-se e hoje o País exerce destacada liderança junto a nações independentes do bloco comandado por Washington. O acordo firmado pelo Brasil e a Turquia com o Irã foi a gota d’água para os executivos da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.


Por esse motivo empresas associadas e parte do grupo começaram a agir no Brasil onde detêm o controle da chamada grande mídia (GLOBO, VEJA, ÉPOCA, FOLHA DE SÃO PAULO, RBS e veículos regionais) e essa ação será ampliada em várias frentes. Desmoralizar e desqualificar a candidata Dilma Roussef. Aumentar os níveis de tensão artificialmente no campo, visando assustar a população das chamadas cidades grandes e de porte médio, notadamente a classe média. Cobrar via chantagens a posição de políticos e empresários brasileiros subordinados aos interesses da grande empresa – grande irmão se preferirem –.


Provocar pronunciamentos de chefes militares comandados a partir de Washington com os velhos receituários de perigo comunista, terrorismo, etc, a mentira repetida a exaustão até parecer verdade (como no caso das armas químicas e biológicas para justificar o assalto ao Iraque), todo o arsenal, que, costumeira e historicamente tem sido usado pela EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A para alcançar seus objetivos básicos.


No caso específico, o Brasil de quatro e o ministro das Relações Exteriores sem sapatos – como aconteceu no governo de FHC –, os memorandos emitidos em Washington rigorosamente cumpridos e dane-se o resto, vale dizer, o povo brasileiro.


A idéia de paz transformada em realidade possível no acordo Brasil, Irã e Turquia, era só uma jogada de Washington, para chegar às sanções contra o Irã e ao final à guerra, um dos principais “negócios” do complexo de organizações criminosas que detêm o controle acionário da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.


O presidente Lula disse hoje a jornalistas que não fez outra coisa a não ser o que o Conselho de Segurança da ONU desejava e outros não conseguiram – “levar o Irã à mesa de negociações” –. E foi mais além


“TEM GENTE QUE NÃO SABE FAZER POLÍTICA SE NÃO TIVER INIMIGO E EU FAÇO POLÍTICA FAZENDO AMIGOS”


Temerosos que o Brasil persista em sua postura independente, não se submetendo ao controle de Washington, a empresa Chlopak, Leonard, Schecther y Associados (CLSA), com sede na capital norte-americana, foi acionada pelo principais executivos da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A para assumir a campanha de José Arruda Serra. Obama supunha que Lula seria vítima da armadilha que o Departamento de Estado colocou diante do brasileiro. Obter um acordo com o Irã.


Como Lula conseguiu e esse acordo era a última coisa que os EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A queriam, a saída é desqualificar o acordo, arrostar falta de confiança no Irã e em todo esse processo acionar os veículos de comunicação no Brasil sob controle da empresa para buscar eleger José Arruda Serra de qualquer forma.


A empresa é braço da CIA – AGÊNCIA CENTRAL DE INTELIGÊNCIA DOS EUA – e teve atuação recente no golpe de Honduras.Todo o noticiário dirigido a jornais, rádios, tevês e revistas favoráveis ao golpe que derrubou o presidente constitucional do país Manuel Zelaya era produzido pela CLSA e distribuído entre outros, a GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, etc.


Seu papel é exatamente esse. Passando-se por uma agência de relações públicas atua em países latino-americanos criando fatos, distorcendo realidades, gerando versões, assessorando políticos cooptados (caso de José Arruda Serra, dos braços PSDB, PPS, DEM e outros) e o principal fator, ou um dos principais, criar o temor de ditadura militar através de generais e oficiais superiores das três forças subordinados a EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, no caso do Brasil, a maioria da oficialidade, tal e qual em 1964.


Por trás da rejeição de Obama ao acordo e da proposta de sanções contra o Irã, dois aspectos saltam aos olhos de imediato. O primeiro deles o fato da empresa sucessora do SPECTRE (terrorismo, chantagem, vingança e extorsão), ter deixado de ser o eixo uma negociação de suma importância, levando-se e conta que o plano básico implica nas sanções e em uma seguida ação militar contra o Irã.. O acordo frustra esse objetivo e pela primeira vez nos últimos anos tira um dos mais importantes acionistas da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A do centro dos acontecimentos.


Segundo, coloca o Brasil em posição de negociador privilegiado no mundo de hoje e abre perspectivas para que a liderança regional do País (América Latina) venha a se transformar, com a eventual eleição de Dilma, num bloco econômico capaz de contrapor-se às duas maiores forças atuais. A EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A e a COMUNIDADE EUROPÉIA, ampliando essa força regional dando-lhe, como agora na obtenção do acordo com o Irã, peso mundial.


É literalmente jogar o Brasil para escanteio. E não foram outras as razões que fizeram o funcionário da empresa e candidato presidencial José Arruda Serra a fazer pesadas declarações contra o MERCOSUL em visita a Porto Alegre. Países que têm estreitas relações com os integrantes do MERCOSUL, caso de Espanha e Portugal, já manifestaram seu repúdio às posições de Arruda Serra.


O embate que se trava na ONU em torno de sanções contra o Irã em seguida ao acordo firmado pelo Brasil, Turquia e o próprio Irã, se estende ao Brasil e, nesse contexto, domar um País que ganha força de potência mundial é fundamental para a EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. José Arruda Serra, como foi FHC, é o homem deles.


Aos brasileiros vai caber decidir se preferem continuar como tal, ou se caem de quatro e passam a grafar o nome do país com Z – BRAZIL –. Da mesma forma que o Irã, o Iraque, somos detentores de grandes reservas de petróleo. A fome do império terrorista de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A não tem limites. E nem escrúpulos.


E muito menos os que servem a ele.


Uma das operações costumeiras da empresa destacada para viabilizar a campanha eleitoral de José Arruda Serra é o tráfico de urânio através dos barões da droga. O fato foi denunciado pelo jornal norte-americano THE WASHINGTON POST, isso em 2006.


O slogan “nós podemos mais” repete o de Obama, “Yes, we cant” – sim, nós podemos” – e foi montado pelos vários departamentos da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, dentre eles a empresa CLSA.


O que está em jogo é muito mais que o tratado obtido pelo presidente Lula e pelo primeiro-ministro turco. O que está em jogo é o Brasil.


Somos uma nação soberana e independente, ou somos um apêndice da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.


Também de Laerte Braga, leia:


Spectre e EUA/Israel tudo a ver

*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no "Estado de Minas" e no "Diário Mercantil". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".


A charge é uma cortesia do cartunista Bira Dantas, também colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

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