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A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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quarta-feira, 17 de março de 2010

Gafe de Lula?


Gafe de Lula?



O jornalismo de programa entrou em ação: censurou os elogios do presidente israelense a Lula, dando destaque a uma suposta gafe, uma recusa inusitada a um ato supostamente protocolar.



O “incidente diplomático” provocado pela decisão da delegação brasileira de não incluir na agenda do presidente Lula uma visita ao túmulo do criador do movimento sionista precisa ser visto na exata dimensão de seu significado político. E não há dúvidas quanto ao acerto da recusa a um convite feito de última hora. Afinal, o que propõe o sionismo e quais suas implicações para a paz na região conflagrada? Haveria compatibilidade entre a carga simbólica do evento e um posterior encontro com autoridades palestinas? O jornalismo de programa entrou em ação: censurou os elogios do presidente israelense a Lula, dando destaque a uma suposta gafe, uma recusa inusitada a um ato supostamente protocolar. Comprou a descortesia da extrema-direita de Israel como justa indignação frente a uma diplomacia desastrada. A operação " tempestade no cerrado", denunciada pelo jornalista Mauro Carrara, desconhece fronteiras e senso de medida.

Como já registrei, em artigo escrito com o economista Carlos Eduardo Martins, a incompatibilidade entre sionismo e diálogo democrático não é um dado conjuntural, mas fato de origem. A premissa de Theodor Herzl é que os judeus não podem se fiar na “opinião pública mundial” ou na “comunidade das nações”, que sempre assistiram impassíveis às incontáveis perseguições sofridas pelo seu povo através dos séculos. Os judeus teriam que assegurar sua sobrevivência, como povo e como indivíduos, por seus próprios meios. O que só seria possível com o estabelecimento de seu Estado nacional soberano, para o que Herzl indica a Palestina (então sob domínio turco), local do último Reino de Israel.

É bom lembrar que Herzl foi um ativo militante do movimento sionista na Europa, além de conduzir negociações com a Turquia e o Egito. A ideologia territoralista é excludente. Em momento algum ela advoga pública e explicitamente o extermínio ou a expulsão violenta dos palestinos não-judeus. Mas deixa claro, em seus diários, que eles deveriam ser “persuadidos a se retirarem” por meios econômicos, como o confisco de suas terras e outras propriedades, e a recusa em lhes dar emprego. Ou seja, em instância final, Israel deveria ser o lar exclusivamente dos judeus –e inclusiva e idealmente de todos os judeus do mundo, que só ali teriam assegurada sua sobrevivência.

Herzl tampouco define fronteiras específicas para o Estado judeu, referindo-se genericamente à “Palestina”. Mas, da mesma forma, antevê o caráter necessariamente expansionista de tal Estado, até mesmo para acomodar a desejada imigração em massa. É significativo que, nos documentos oficiais do governo Israelense, o território de Israel englobe hoje toda a Palestina, Gaza, Cisjordânia e Golan incluídas.

Embora haja quem afirme que “a origem do Estado de Israel não está na religião”, é óbvio que as propostas de Herzl estão imbuídas da visão toráica de “povo escolhido” (à exclusão de todos os demais) e de “destino manifesto” – de resto não diferentes da professada pelos proponentes do PNAC, Plano para um Novo Século Americano, que norteou o “bushismo” nos Estados Unidos – a começar pela escolha da “Terra Prometida” para lar do Estado de Israel.

Mas o discurso herzliano parece totalmente laico (o que foi desprezado pela “esquerda sionista”, que acedeu em criar Israel como um Estado confessional, vide a Estrela de David em sua bandeira). E seus objetivos, estritamente materiais: terra e poder. Quer seu criador estivesse consciente delas ou não, as implicações da ideologia sionista são inescapáveis. E o jornalista inglês Daniel Finkelstein as explicita: “Assim, quando se pede a Israel que respeite a opinião mundial e confie na comunidade internacional, não se está compreendendo o ponto fundamental. A própria idéia de Israel é uma rejeição dessa opção. Israel só existe porque os judeus não se sentem seguros como tutelados da opinião mundial.”

Daí se depreende inevitavelmente que quaisquer “negociações” ou “acordos” não têm valor para Israel, que os usará, se conveniente, assim como os ignorará se e quando, a seu exclusivo juízo, forem necessários para sua segurança. Finkelstein continua sua explanação sem se dar conta de que explicita o que a propaganda sionista tenta ocultar: “Israel entregará suas armas quando os judeus estiverem em segurança, mas não o fará enquanto não estiverem.” E só a Israel compete dizer se a “segurança” foi alcançada ou não, bem como até onde o Grande Israel terá que se estender até então.

Mas o sionismo não recorreu à comunidade internacional, representada pela ONU, para formalizar a partilha da Palestina e a criação do Estado de Israel? Sim, mas por mero oportunismo, valendo-se da “consciência culpada” dos gentios face ao Holocausto e explorando as tensões geopolíticas entre as antigas potências coloniais européias, Inglaterra (já detentora do “mandato palestino”) e França à frente, Estados Unidos e União Soviética, além da divisão entre os países árabes. E só o fez por constatar que o caminho da violência e do terrorismo não levaria à consecução de seus objetivos.

Portanto, por sua própria origem e seu cerne ideológico, o Estado de Israel se definiu como uma nação que despreza a opinião mundial, não reconhece a comunidade internacional e ignora quaisquer decisões colegiadas que não lhe pareçam convenientes. A "gafe" de Lula demonstra uma inequívoca compreensão do tabuleiro geopolítico do Oriente Médio. Que outras sejam cometidas.


Gilson Caroni Filho é sociólogo e mestre em ciências políticas. Nascido em Cachoeiro do Itapemirim (ES), mora no Rio de Janeiro, onde é professor titular de sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha). É colunista da Carta Maior, colaborador do Jornal do Brasil e do blog "Quem tem medo do Lula?".

Sobre Gérson Camata - o "sócio" de Aécio - os presídios no Espírito Santo

[caption id="attachment_4815" align="aligncenter" width="350" caption="Gérson Camata, Paulo Hartung e Aécio Neves"][/caption]

Sobre Gérson Camata - o "sócio" de Aécio - os presídios no Espírito Santo


Por Laerte BragaO senador Gérson Camata, PMDB, é um desses prodígios da política brasileira. Um boneco inflado a partir do momento que a política virou um exercício de venda (vender sabão em pó, tira manchas, manchas, pasta de dente, creme embelezador e rejuvenescedor, etc). Em que alínea classificar o senador não sei. Entre aquelas que se dobram sem quebrar, pois está sempre a se dobrar diante do poder.


Nem falo de poder constituído, mas de outro poder. O das verdinhas, ou da cor que o leitor preferir.


Nessa alínea, com certeza, não pode ser aquele desinfetante mais inteligente que a dona de casa, pois limpa o vaso sem nenhum esforço e ainda continua limpando por vários dias, vaso ou ambiente. O senador não tem cérebro, mas caixa registradora em seu lugar.


Sair em defesa de Paulo Hartung é mais ou menos como defender o criminoso disposto a pagar qualquer preço a quem quer se disponha a defendê-lo. E Gérson é barato. Aécio que o diga. Um acordinho sem maiores dificuldades, tipo consciência lavada, está pronta para outra, assim desse tipo. Duas aspirinas e pronto.


Quando Leonel Brizola era governador do Rio de Janeiro, eleito em 1982, buscando formas de inculpá-lo de todos os males que aconteciam no Rio, no País e no mundo, a grande mídia, GLOBO à frente, fez o que pode e não pode para transformar Brizola num monstro sem entranhas, assim tipo Paulo Hartung, José Collor Arruda Serra, FHC, Yeda Crusius, José Roberto Arruda, Kátia Abreu, vai por aí.


Uma das acusações que se fazia a Brizola era a de ter feito um acordo com o crime organizado e permitido a ação de traficantes e banqueiros de jogo do bicho.


O que sobrou do Rio depois de Brizola? Moreira Franco, Marcelo Alencar, o casal Garotinho, Sérgio Cabral e seus muros, Benedita da Silva? Putz! Pós Brizola não aconteceu nada no Rio exceto um processo acelerado de desintegração da cidade maravilhosa.


Brizola contrariou interesses dos grandes em todos os sentidos e naquilo que a GLOBO e outros chamaram de “acordo com o tráfico e banqueiros de jogo do bicho”, o governador apenas cumpriu a lei. Determinou que estavam proibidas ações ilegais da Polícia Militar ou da Polícia Civil em favelas.


Tipo BOPE, que encanta a classe média, chegar, meter o pé na porta do barraco, arrombar, entrar e espancar todo mundo para obter a “verdade”. Ou simplesmente matar.


Que tal uma comparada da relação entre a violência nos dois governos de Brizola e a de hoje?


Quem se revoltou com Brizola foram os policiais corruptos, muitos deles em altos escalões, os boçais, acostumados à tortura nossa de cada dia. Não houve um flagrante de tráfico de drogas, ou mandado de prisão contra traficante, como determina a lei que não tivesse sido cumprido. Ninguém, no entanto, foi preso, ou acorrentado a corredores, como no antigo Espírito Santo (o que era estado hoje é propriedade de empresas tipo ARACRUZ, VALE, CST, SAMARCO). Nenhum barraco de trabalhador foi invadido de forma bestial por uma polícia doentia, resquício da ditadura militar, aliás, de bem antes, dos tempos em que caçavam escravos fugidos.


A turma da propina ficou a ver navios, a “renda” caiu, a GLOBO, lógico, ficou do lado deles.


Essa mania de acusar os que respeitam e cumprem a lei, como o fez o senador Camata em relação ao ex-governador Vítor Buaiz, é velha.


Lei, direitos humanos, qualquer tipo de direito, na cabeça (vazia) de gente como Camata, só existe se vier acompanhado de mala, de uma pasta, com os “documentos” indispensáveis ao “cumprimento do dever”, ou então um bom acordo para evitar constrangimentos como no caso do feito com Aécio.


Que tal uma olhada nos que contribuíram para a campanha do senador?


A ciência tem descoberto alguns seres que sobreviveram a todas as catástrofes acontecidas ao Planeta em milhões de anos. Muitos deles são vermes que resistiram a pressões aparentemente insuportáveis.


Com certeza Camata é um deles. É só pedir o DNA.


As denúncias que levaram a ONU a questionar a atuação do governo Paulo Hartung na segurança pública dizem respeito às más condições carcerárias no todo. Partiram de vários setores da sociedade inclusive da Polícia Civil (policiais íntegros), estendiam-se e estendem-se ao Judiciário (meio tribunal de justiça foi preso pela Polícia Federal e outra metade não dorme com medo de ser pega).


Os tais investimentos que Camata fala, na construção de presídios renderam propinas polpudas das empreiteiras construtoras e rendem. Como? Nos contratos terceirizados para fornecimento de alimentação a presos. Quem olhar o valor pago, os termos de cada contrato, vai imaginar que cada detento ou condenado no antigo Espírito Santo tem um banquete no café da manhã, outro no almoço e idem ao jantar. Banquete tem sim, mas no Palácio do Governo, para Gerson Camata. Os presos comem arroz, feijão e salsicha.


Do mesmo jeito que Arruda Serra (“vote num careca e leve dois) investe em estradas e depois em pedágio (a mina das campanhas do tucano), Hartung investe onde possa tirar lucros a curto prazo e garantir os aliados políticos.


O discurso do senador, obviamente encomendado, deve ter treinado uma semana para falar corretamente aquilo que os seus patrões mandaram, foi só uma fuga do tema, velho recurso. “Eu não discuto o assunto, boto rótulo nos que denunciam e fica tudo do mesmo tamanho, o caixa dois continua funcionando sem problemas”.


A mídia, a paladina da moral pública, clamando por liberdade de expressão, essa está no bolso, liberdade de expressão para essa gente é a verba que entra por mês, os contratos publicitários com o governo, fornecedores do governo, etc.


Por coincidência (existe isso, coincidência?) é a REDE GAZETA, quadrilha afiliada da REDE GLOBO.


Vamos imaginar que Ermírio Moraes, um dos donos do antigo estado, chegue à redação da REDE GAZETA. Em seguida imagine a turma se ajoelhando e gritando aleluia. É por aí. Seja Ermírio, seja Paulo Hartung (Camata não, Camata faz parte da turma que se ajoelha), sejam os grandes chefes do crime organizado. Os regabofes são comandados por Paulo Hartung.


Aí, a culpa é do outro. É a falsa indignação, a hipocrisia do sou mas quem não é? É assim que pensam. Acham que todos fazem parceria com o governador Aécio Neves.


A propósito, Aecinho, terça-feira, conseguiu um prodígio em meio às viagens que vai fazendo por Minas, em sua campanha para o Senado. Lançou pedra fundamental de promessa como disse um jornalista. Pedra fundamental de promessa. Inaugurou promessas. Sem falar que quando perguntado sobre candidato a presidente, diz com todas as letras. “Eu sou Serra por obrigação partidária, vocês façam o que achar melhor”. Sinal verde para Dilma em Minas. É o que essa declaração significa em mineirês.


É um artista. São uns artistas, com perdão dos artistas.



Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no "Estado de Minas" e no "Diário Mercantil". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

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