O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

Clique na imagem abaixo e conheça o "Quem tem medo da democracia?" - sucessor deste blog

Clique na imagem abaixo e conheça o "Quem tem medo da democracia?" - sucessor deste blog
Peço que, quem queira continuar acompanhando o meu trabalho, siga o novo blog.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Ladrão que rouba ladrão

Ladrão que rouba ladrão


Por Rui Martins


Berna (Suiça) - Pouco adiantaram os livros de Jean Ziegler, denunciando o segredo bancário suíço, os conhecidos A Suíça Acima de Qualquer Suspeita ou A Suíça Lava Mais Branco. Os livros foram best-sellers vendidos em todo o mundo, mas não conseguiram derrubar o segredo suíço.

Entretanto bastaram dois CD com os nomes e números de contas bancárias de franceses e alemães, para o governo suíço ir a nocaute, com seu segredo bancário exposto em público. Quem sabe, com um pouco de sorte, aparece também no mercado negro um CD com os nomes dos brasileiros com conta secreta na Suíça...

O primeiro CD, vendido junto com o laptop, mostrava 1300 clientes franceses do banco HSBC, agência de Genebra, com seus capitais engordando nos cofres suíços, fugidos do fisco francês. O governo suíço estrilou, disse que não se devia comprar informações roubadas dos bancos, e o governo francês, matreiro como é, devolveu o original, mas ficou com a cópia.

Ao mesmo tempo, como ninguém sabia de quem eram os nomes constantes do CD, o governo francês fez aquela chantagem - « se você tem dinheiro escondido na Suíça, a melhor coisa a fazer é se autodenunciar, repatriar o capital e pegar uma pequena multa, do que seu nome ser descoberto dentro do CD, ter multa pesada e processo ». Deu certo, a França recuperou 700 milhões de euros só com os arrependidos.

O segundo CD tem 1500 nomes de alemães e já foi comprado pelo governo alemão. A Suíça, irritada, acusou a Alemanha de receptadora por comprar informações roubadas, mas o governo alemão, usando o linguajar diplomático, deixou claro que simplesmente recuperava informações sobre seus capitais roubados pelos bancos suíços e durante muitos anos.

Em outras palavras, simplesmente aplicava aquele velho ditado « ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão », tanto que o informante recebeu 2,5 milhões de euros, suficientes para aprimorar seu método de pesquisa de contas secretas para vender outros CDs, quem sabe, com um pouco de chance para o leão da nossa receita federal, com nomes e contas de brasileiros que escondem, nos cofres suíços, uma soma estimada entre 150 a 200 bilhões de dólares, roubadas do dinheiro público, principalmente na época da ditadura, ou fugidas do leão.

Com essas e outras, o cofre suíço de capitais provenientes de ditadores africanos e sulamericanos, de mafiosos e de bandidos em geral, diminuiu nestas últimas semanas de 700 bilhões, mas o que é isso, se os balanços falavam em 3 trilhões de dólares vindos do Exterior ? Em todo caso, parece não ser mais possível para a Suíça continuar mantendo sua Caverna de Ali Baba.

Os resultados da reconversão da Suíça aos bons caminhos da transparência serão graves. Desde 1934, ano da criação do segredo bancário, o governo suíço contou com um lastro econômico que lhe permitiu ignorar as crises econômicas européias e dar à população um nível de vida bem acima de seus vizinhos.

O Brasil, neste momento de fragilização da Suíça, poderia exigir um novo tratado de dupla imposição, pelo qual os capitais de brasileiros na Suíça, mesmo continuando secretos, teriam de pagar impostos repatriados ao Brasil. Assim como a França, Alemanha, Japão, Estados Unidos e Canadá poderia também o Brasil ter acesso aos rendimentos dos capitais expatriados. Esse dinheiro está fazendo falta na construção de escolas, estradas, hospitais, dinheiro indiretamente roubado da nossa economia pelo país aparentamente mais honesto do planeta.

Fica aí a sugestão ao ministro Celso Amorim. Mas se houver resistências por parte de políticos com contas na Suíça, o jeito é contatar algum informático capaz de vender ao Brasil um CD com os nomes dos clientes de contas secretas suíças. Ou será que essa conversa não interessa aos políticos brasileiros, uma grande parte, quem sabe, com rabo curto nessa história de contas não declaradas ao fisco ?

Rui Martins é colunista do site "Direto da redação", ex-correspondente do Estadão e da CBN, após exílio na França. Autor do livro “O Dinheiro Sujo da Corrupção”, criador dos "Brasileirinhos Apátridas" e da proposta de um Estado dos Emigrantes. Vive em Berna, na Suíça, de onde colabora com os jornais portugueses Público e Expresso e com o blog "Quem tem medo do Lula?"

Pecado Capital - Mino Carta sobre FHC

Pecado Capital


Por Mino Carta, jornalista, no editorial da revista "Carta Capital" de 11 de Fevereiro

É do conhecimento até do mundo mineral que Fernando Henrique é vaidoso. Mesmo os amigos mais chegados lhe apontam o pecado desde os tempos em que iam às calçadas paulistanas na noite da corrida de São Silvestre para torcer pelo tcheco Emil Zatopek, a “locomotiva humana”, por enxergar nele o perfeito representante do império soviético.

Pecado capital, a vaidade, segundo os católicos. Se esse aspecto da personalidade do ex-presidente não passa despercebido aos olhos do Pão de Açúcar e da Pedra do Baú, imaginem o que se dá com Lula, um expert em FHC. As mais recentes reações do príncipe dos sociólogos às comparações promovidas na área petista entre seu governo e o de Lula servem somente para demonstrar que FHC é pecador contumaz, de sorte a alegrar seus adversários e, assim me parece, inquietar José Serra.

Se a vaidade de FHC se estabelece, Lula vence, pois é exatamente a vitória que procura. O presidente montou o ardil, o ex-presidente caiu na esparrela. Adaptou-se ao esquema do plebiscito convocado peremptoriamente pelo atual titular sem perceber o erro pueril que estava a cometer. Vanitas vanitatum, diriam os antigos romanos. Dona Dilma esfrega as mãos de puro contentamento.

Interessantes as repercussões na mídia nativa. O Estadão, por exemplo, com patética insistência, orgulha-se por ter publicado no domingo 7 o artigo de FHC que abre fogo e que teria seguimento na segunda com novos, comovedores esforços do ex-presidente para levar lenha à lareira petista. Já a Folha de S.Paulo na terça levanta claras dúvidas quanto à conveniência das atitudes fernandistas a contrariar a estratégia do governador Serra. O qual, anote-se, fecha-se em copas.

O jornal tem sido bom intérprete do pensamento serrista, de sorte a induzir a impressão de que expõe, de fato, o desconforto do pré-candidato. E chega ao ponto de colocar em papel impresso aquilo que FHC não disse e deveria ter dito a bem da verdade factual. No caso da taxa de pobreza, ela permaneceu estável de 1996 a 2002, caiu “de forma aguda” somente sob Lula. A Folha lembra também que o salário mínimo cresceu mais no governo atual e que as dívidas interna e externa fermentaram à desmesura à sombra do tucanato.

Apesar de tudo, a Folha foi generosa com o ex-presidente, aquele que o mundo nos invejou, não é mesmo? Aliás, Lula atingiu uma popularidade mundial com que FHC nunca sonhou, graças também a uma política exterior conduzida com extrema competência, enquanto o antecessor, protegido de Clinton, atrelou-se passivamente à vontade americana e professou a religião neoliberal. Quem sabe, no caso dê o ar de sua graça outro pecado capital: a inveja, ótima aliada da vaidade.

Há, entretanto, comparações mais preocupantes, digamos assim. Fernando Henrique quebrou o Brasil três vezes e sua obra-prima em matéria foi realizada para garantir o segundo mandato, quando, em campanha, prometeu a estabilidade do real para desvalorizá-lo doze dias depois de empossado. Antes, votos de parlamentares haviam sido comprados para assegurar a alteração constitucional.

E nem se fale das privatizações, colossal bandalheira sem precedentes na história pátria, tormentosa época em que a turma da equipe econômica se referia a FHC como a “bomba atômica”. E também evitemos referências à chacina de Eldorado dos Carajás, perpetrada pela polícia de um governador tucano pronta a atirar em lavradores do MST. Dezenove morreram diante do descaso do presidente da República.

E por que não evocar a figura onipresente de Daniel Dantas, o banqueiro do Opportunity, favorecido pelas privatizações e pela condescendência de FHC, que mais de uma vez lhe fez as vontades? Ou não seria mais verdadeira a recíproca? Ou, por outra, a condescendência de Dantas em relação ao presidente da República e ao tucanato em geral?

Certo é que FHC fortalece a ideia do plebiscito, tão cara e pacientemente cultivada pelo adversário.

Marco Aurélio dá puxão de orelha em Gilmar Mendes

De Marco Aurélio para Gilmar Mendes:


"Que não se repita a autofagia"


Por Celso Lungaretti



Depois de um ministro guerreiro (Joaquim Barbosa), foi a vez de um sofisticado (Marco Aurélio Mello) colocar o dedo na ferida do Supremo Tribunal Federal, chamando às falas o inacreditável presidente Gilmar Mendes.

Fê-lo no final de sua histórica decisão de negar o habeas corpus ao governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda:

"Outrora houve dias natalinos. Hoje avizinha-se a festa pagã do carnaval. Que não se repita a autofagia".
A alusão foi ao indecoroso desfecho do caso Sean Goldman.

Marco Aurélio havia determinado que, antes da entrega do garoto de 9 anos ao pai estadunidense, fosse-lhe dada a oportunidade de manifestar seus sentimentos aos ministros do STF, até então sonegada pelo Judiciário brasileiro. Afinal, estava se decidindo o destino de um ser humano consciente como se fosse o de uma coisa.

Um senador dos EUA estalou o chicote, iniciando chantagem explícita contra o Brasil: até que a mercadoria fosse despachada, ele iria embargar a extensão para 2010 de um programa de isenção tarifária que beneficia as exportações brasileiras.

Aproveitando o recesso do Supremo, o plantonista Gilmar Mendes correu a capitular diante do ultimato do parlamentar da Nova Jersey. Que importam a felicidade de um garoto e a dignidade nacional, quando os exportadores poderiam ter um prejuízo de US$ 3 bilhões?

[De quebra, ele também utilizou o período em que podia decidir sozinho para colocar na rua o estuprador serial Roger Abdelmassih, após quatro míseros meses de prisão preventiva...]

Então, Marco Aurélio tem justificado temor de que Mendes atropele de novo o colegiado e dê um jeito de atender ao anseio quase unânime dos políticos profissionais, temerosos de que a desgraça do Arruda abra caminho para a detenção de outros contraventores chapa branca.

Em entrevista publicada nesta 2ª feira (15) pela Folha de S. Paulo, ele assim explica o recado que mandou a Mendes:

"...foi mais um alerta, para compreendermos que ombreando nós não podemos estar cassando, sob pena de descrédito para o Judiciário, a decisão do colega. Temos um órgão acima de nós próprios, que é o colegiado.

Até hoje, eu não compreendi aquela cassação, muito menos mediante mandado de segurança impetrado contra liminar concedida em habeas corpus, apenas para preservar o quadro existente à época até o julgamento pelo colegiado. Então, quis realmente alertar para a impossibilidade de tornarmos uma prática a autofagia".

Uma notícia ruim e uma boa para o Marco Aurélio.

A ruim é que a desmoralização do STF vai prosseguir enquanto estiver sob a batuta do pior presidente de sua História.

A boa, para ele e para todos os brasileiros com espírito de justiça, é que tal pesadelo terminará daqui a dois meses.

Celso Lungaretti, é jornalista, escritor e ex-preso político. Mantém o blog "Náufrago da Utopia", é autor de livro homônimo sobre sua experiência durante a ditadura militar e colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?"

15 de Fevereiro no Brasil e no mundo



Dicionário da Sônia*

15 de fevereiro

1991 Frederik de Klerk, presidente sul-africano, anuncia que irá libertar
todos os prisioneiros políticos e o Congresso Nacional Africano aceita o fim
do apartheid.

1995 Banco Central anuncia a liquidação do Bancesa - Banco do Estado do
Ceará.

1995 Briga de lobbies entre montadoras e governo, quando este decide
aumentar impostos de carros populares. Ué, os tucanos não são contra os
aumentos de impostos?

1995 Empresas de "fast-food" estrangeiras resolvem dobrar o número de lojas
no Brasil. Pior é o Brasil de FHC aceitar!!!

1997 O governo da Frelimo - Frente de Libertação de Moçambique, sufoca ação
militar direitista da Renamo no norte de Moçambique.

2001 George W. Bush se nega a assinar o Protocolo de Kioto, para redução
dos gases poluentes no país que mais polui o Planeta.

2003 Guerra do Iraque: Manifestações em mais de 60 países protestam contra
a iminente ação militar no Iraque.

2007 Manchete de O Globo: Aumento do preço do gás boliviano reflete na
conta de luz. Já na imprensa mundial, Reuters: acordo com Bolívia mostra que
Petrobras tem dono... Como acionista majoritário, Brasil se impõe e chega a
consenso com vizinho.

2008 Tucanos defendem a instalação de uma CPI para investigar o uso dos
cartões corporativos do governo federal, mas rejeitam a criação de uma
comissão para apurar as despesas feitas com os cartões de pagamento do
governo de São Paulo, em valor ainda maior.

2009 Ancelmo Góis: "O grupo Guararapes, de extrema direita, distribuiu
um artigo em que, supostamente, Paulinho da Viola cospe fogo contra Lula,
por jogar 'pobres contra ricos'. Não é de Paulinho, mas falsamente atribuído
a ele". É assim que eles fazem...

Josias de Souza, no jornal Folha de São Paulo, exibe foto da Ministra Dilma
Roussef com a Marta Suplicy, e a seguinte legenda: Notas vadias de um
domingo de notícias vagabundas. Idem!!!

2009 Hugo Chávez, presidente da Venezuela, vence o plebiscito (55 a 45%) no
referendo da emenda constitucional que autoriza a reeleição dos governantes
políticos na Venezuela, sem limite de mandatos.

*Sônia Montenegro mantém o blog "Farmácia de Pensamentos" e é colaboradora do blog "Quem tem medo do Lula?"
Creative Commons License
Cite a fonte. Todo o nosso conteúdo próprio está sob a Licença Creative Commons.

Arquivo do blog

Contato

Sugestões podem ser enviadas para: quemtemmedodolula@hotmail.com
diHITT - Notícias Paperblog :Os melhores artigos dos blogs