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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Lições do Equador

  Lições do Equador

Graças a militares legalistas e à rápida mobilização internacional, remanescentes da ditadura e extremistas de direita não concretizaram o golpe contra Rafael Correa.


Por Mario Augusto Jakobskind (*)


 
O Brasil e a América Latina aguardavam com expectativa o resultado da eleição deste domingo 3 de outubro.  Quando faltavam poucas horas para o fim da propaganda eleitoral, as atenções se voltaram para o Equador, onde ocorria uma tentativa de golpe contra o Presidente Rafael Correa. O Globo culpou Correa e só ouviu opositores do Presidente equatoriano que negavam a tentativa de golpe.

Imediatamente os países integrantes da União das Nações Sul Americanas (Unasul) se reuniram em Buenos Aires para condenar e agir contra a tentativa de quebra da ordem constitucional. Correa recebeu outras solidariedades pelo mundo a fora, destacando-se a do Presidente conservador francês Nicolas Sarkosy.

É da mais alta importância acompanhar o que se passa no Equador, inclusive para que sirva de reflexão aos setores da direita que ainda insistem em adotar métodos incompatíveis com os dias atuais, como nos sites de extrema direita pregando golpes. Em outros termos: com raras exceções, no caso de Honduras, golpes de estado não resistem 24 horas e os filósofos do ódio que vivem no exterior falando para extremistas de direita e remanescentes dos serviços de inteligência da época da ditadura não conseguem adeptos. Formam um gueto de instigadores de ódios, que até respondem críticas na internet.

Há hoje setores do conservadorismo que até entenderam a lição destes tempos e preferem  se valer de outros expedientes para tentar tornar ingovernáveis países que tentam aprofundar os processos de transformação. O Presidente Rafael Correa, que também enfrenta uma oposição ferrenha de grupos midiáticos por tenta mudar o Equador estava no índex do conservadorismo, que aproveitou o embalo de policiais truculentos para dar o bote. Foram barrados graças a militares legalistas e a rápida mobilização internacional.

Mais uma vez deve-se louvar o posicionamento firme do governo brasileiro contra a tentativa de golpe. Ou seja, o Brasil está no primeiro time latino-americano de defensores da ordem constitucional e do processo democrático na região, motivo de orgulho para todos os brasileiros, salvo extremistas defensores de golpes.

Ao final do último debate da TV Globo, no dia da tentativa de golpe no Equador, praticamente todos os quatro  candidatos desconheciam os fatos graves que aconteciam. Na pauta das discussões a questão da política externa passou ao largo. Ao longo da campanha, salvo um ou outro pronunciamento, inclusive o de Serra contra o Mercosul e na prática contra a integração latino-americana, foram poucos os que abordaram a questão internacional. Naturalmente, o engessamento dos debates ajudou a impedir que o tema aflorasse.

Ainda na questão internacional, os meios de comunicação de um modo geral erraram, deliberadamente ou não, nas chamadas de primeira página sobre as eleições parlamentares na Venezuela. O Globo, por exemplo, estampou em manchete que o governo Chávez não obteve a maioria absoluta. Errado, obteve sim, mas não os dois terços que têm agora porque em 2005 a oposição decidiu não participar do pleito. O partido de Chávez ficou com 98 cadeiras na Assembléia Nacional, de um total de 165, enquanto a oposição com 64 e ainda foram eleitos três representantes dos indígenas no Partido Pátria para Todos.

A manipulação da informação no caso chegou ao ponto de responsabilizar Chávez pela aprovação de uma nova demarcação das circunscrições, o que teria evitado uma derrota do partido do presidente. Nada disso, quem adotou os novos critérios, ano passado, foi o Conselho Nacional Eleitoral, que é independente do Executivo e apenas seguiu a Constituição. Os meios de comunicação preferem queimar a imagem de Chávez praticamente omitindo o fato de que desde a sua posse em 1999 já enfrentou 15 eleições. E sempre respeitou integralmente os resultados.

Um fato importante que dificilmente será divulgado por estas bandas, salvo raras e honrosas exceções midiáticas: de 18 a 21 de novembro próximos mais de 20 mil cidadãos do mundo têm um encontro marcado nas portas da Escola das Américas (SOA) em Fort Benning, na Georgia. Na verdade, a referida escola apenas mudou de nome passando–se a se chamar Instituto Western do Hemisfério para a Cooperação da Segurança e continuou a treinar métodos repressivos que tanto mal provocaram ao continente latino-americano ao longo de várias décadas.

Em outras partes já estão programados atos de protesto contra a existência do Instituto, que é uma afronta aos povos da América Latina.

É fundamental voltar os olhos para o referido Instituto e monitorar os militares que porventura ainda continuam frequentado a escola de horrores.

Ah, sim, antes da conclusão deste artigo veio a informação procedente de Quito segundo a qual  pelo menos um dos coronéis presos na tentativa de golpe no Equador cursou a tal Escola hoje na Virginia. Nome do militar: Manuel E. Rivadeneira Tello.  Não é à toa que O Globo duvida do golpe e só ouviu opositores de Correa..    

*Mário Augusto Jakobskind é jornalista, mora no Rio de Janeiro e é correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de S. Paulo e editor de Internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do semanário Brasil de Fato. É autor, dentre outros livros, de “América que não está na mídia” e “Dossiê Tim Lopes – Fantástico / Ibope”. É colunista do site “Direto da Redação” e colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

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