O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Folha ataca novamente o MST. O jornal da "ditabranda", e outras cositas mais, agora diz que "está na hora de o MST desaparecer". Bem que podiam falar isso pra si mesmos.

Se tiver estômago, confira abaixo o editorial da Folha de S. Paulo de 27/12/2009.




Reforma imaginária


Ações violentas do MST são tática de desespero de grupo decadente para manter vivo o mito da revolução agrária no país


QUEM SE dispuser a ouvir o líder vitalício do MST, João Pedro Stédile, cedo perceberá que ele pontifica sobre um país que só existe em seus sonhos arcaicos de revolução agrária. Hoje 81% dos brasileiros vivem em cidades, a democracia vigora há um quarto de século e o país se destaca como potência agroindustrial. O MST, contudo, almeja reverter a modernização com atos violentos e insensatos.


A decadência do movimento foi exposta com rara acuidade analítica em artigo de Zander Navarro nesta Folha. O sociólogo estuda o MST desde sua fundação, em 1984, quando ainda estava restrito à região Sul e expressava uma demanda real por terras para pequenos agricultores. É instrutivo reconstituir os passos de juízo devastador de Navarro sobre a organização.


O MST, assinala, deixou de ser um movimento social. Perdeu a espontaneidade característica e burocratizou-se, perpetuando uma liderança que se aferra ao esclerosado leninismo. Poderia ter optado por tornar-se uma poderosa central sindical do campo após a triunfante Marcha sobre Brasília de 1997, mas refugiou-se numa semiclandestinidade de resultados, em tudo dependente de fundos estatais.
Sua base social desapareceu, ou está em vias de fazê-lo. Quando muito, sobrevive em alguns bolsões de atraso, mas nada que justifique um bilionário programa nacional de reforma agrária. As nefandas "ações" do MST contam apenas com a mobilização compulsória dos próprios assentados e o apoio de guetos esquerdistas retrógrados.


Para contrabalançar a falta de legitimidade e de quadros, o grupo se esfalfa para aparentar tamanho perturbador -"o maior movimento social do planeta"- com recurso a invasões ruidosas. Não contentes em decidir arbitrariamente quem é produtivo e quem não é, atropelando aliados na burocracia agrária, líderes do MST deram para menosprezar a Justiça. Mandam invadir e depredar propriedades que, segundo seu arbítrio, ocupam terras públicas griladas.


Assim ocorreu com uma fazenda da empresa Cutrale, no interior paulista, quando os sem-terra destruíram milhares de pés de laranja. Diante da justa grita contra a barbárie, o MST responde com a cínica acusação de que se busca criminalizar a questão agrária. Ora, a ilicitude dos atos é flagrante; não fosse a tolerância política com o MST, seus líderes estariam atrás de grades.


Há, no entanto, quem considere o MST pouco radical. É o caso de Plínio de Arruda Sampaio, militante do PSOL de quem a Folha editou artigo na mesma data. A destruição de 7.000 pés de laranja da Cutrale, para ele, foi um erro: "Deviam ter destruído 70 mil (...) a fim de chamar mais a atenção para o fato de que essa fazenda ocupa ilegalmente terras públicas com a conivência do Poder Judiciário".


Tamanho desprezo pelo Estado de Direito resvala do delírio pueril para o pesadelo de reviver o passado a qualquer custo. Está na hora de o MST crescer e desaparecer.


domingo, 27 de dezembro de 2009

Leonardo Boff: "O problema não é a Terra, mas nossa relação para com ela, relação de agressão e de exploração implacável."

Leonardo Boff fala sobre os rumos do planeta e do ser humano


Por Rogéria Araújo, jornalista da Adital

Adital -
As mobilizações sociais e os alardes sobre os prejuízos que a ação humana vem causando ao meio ambiente não foram suficientes para garantir o fechamento de acordos eficazes durante a 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), concluída sexta-feira (18) em Copenhague, na Dinamarca.
Os líderes mundiais demonstraram mais uma vez preferência pelo desenvolvimento do capital em detrimento da vida. Ainda assim, a postura de desdém para com os problemas climáticos do planeta não está engessando as ações da população na luta por pequenas mudanças. A evidência dada à causa ambiental tem servido para gerar consciência e, aos poucos, mudar maus hábitos de consumo. "O lugar mais imediato é começar com cada um", acredita Leonardo Boff.


Em entrevista à ADITAL, o teólogo, filósofo e escritor fala sobre a necessidade de começarmos as mudanças que irão beneficiar a Terra por nós. "Cada um em seu lugar, cada comunidade, cada entidade, enfim, todos devem começar a fazer alguma coisa para dar um outro rumo à nossa presença neste planeta". Para Boff, não devemos depositar nossas esperanças nas decisões que vêm de cima.


Adital - O senhor acredita na vontade política dos grandes líderes mundiais em reverter a situação climática em que se encontra nosso planeta?


Leonardo Boff - Não acredito. Os grandes não possuem nenhuma preocupação que vá além de seus interesses materiais. Todas as políticas até agora pensadas e projetadas pelo G-20 visam salvar o sistema econômico-financeiro, com correções e regulações (que até agora não foram feitas) para que tudo volte ao que era antes. Antes reinava a especulação a mais desbragada que se possa imaginar. Basta pensar que o capital produtivo, aquele que se encontra nas fábricas e no processo de geração de bens soma 60 trilhões de dólares.


O capital especulativo, baseado em papéis, alcançava a cifra de 500 trilhões. Ele circulava nas bolsas especulativas do mundo inteiro, gerenciado por verdadeiros ladrões e falsários. A verdadeira alternativa só pode ser: salvar a vida e a Terra e colocar a economia a serviço destas duas prioridades. Há uma tendência autosuicidária do capitalismo: prefere morrer ou fazer morrer do que renunciar aos seus benefícios.


Adital - Muito esperada a COP 15, que acontece em Copenhague, Dinamarca, parece não apontar para resultados eficazes e em comprometimentos mais sérios. Qual deve ser o papel da sociedade civil caso os resultados não sejam os esperados?


Leonardo Boff - Chegamos a um ponto em que todos seremos afetados pelas mudanças climáticas. Todos corremos riscos, inclusive de grande parte da humanidade ter que desaparecer por não conseguir se adaptar nem mitigar os efeitos maléficos do aquecimento global. Não podemos confiar nosso destino a representantes políticos que, na verdade, não representam seus povos mas os capitais com seus interesses presentes em seus povos. Precisamos nós mesmos assumir uma tarefa salvadora. Cada um em seu lugar, cada comunidade, cada entidade, enfim, todos devem começar a fazer alguma coisa para dar um outro rumo à nossa presença neste planeta. Se não podemos mudar o mundo, podemos mudar este pedaço do mundo que somos cada um de nós.


Sabemos pela nova biologia e pela física das energias que toda atividade positiva, que vai na direção da lógica da vida, produz uma ressonância morfogenética, como se diz. Em outras palavras, o bem que fazemos não fica reduzido ao nosso espaço pessoal. Ele se ressoa longe, irradia e entra nas redes de energia que ligam todos com todos e reforçam o sentido profundo da vida.


Daí podem ocorrer emergências surpreendentes que apontam para um novo modo de habitar o planeta e novas relações pessoais e sociais mais inclusivas, solidárias e compassivas. Efetivamente, se nota por todas as partes que a humanidade não está parada nem enrijecida pelas perplexidades. Milhares de movimentos estão buscando formas novas de produção e alternativas que respondem aos desafios.


Somente em ONG existem mais de um milhão no mundo inteiro. É da base e não da cúpula que sempre irrompem as mudanças.


Adital - Nunca as questões ambientais estiveram tão em evidência como nos últimos anos. Termos como aquecimento global, mudanças climáticas apesar de vários alertas feitos há bem mais tempo, hoje fazem parte do cotidiano de muita gente em todo o planeta. Nessa "crise civilizatória" ainda há tempo para se fazer algo? De onde poderá vir essa "salvação"?


Leonardo Boff - Se trabalharmos com os parâmetros da física clássica, aquela inaugurada por Newton, Galileo Galilei e Francis Bacon, orientada pela relação causa-efeito, estamos perdidos. Não temos tempo suficiente para introduzir mudanças, nem sabedoria para aplicá-las. Iríamos fatalmente ao encontro do pior. Mas se trocarmos de registro e pensarmos em termos do processo evolucionário, cuja lógica vem descrita pela física quântica que já não trabalha com matéria mas com energia (a matéria, pela fórmula de Einstein, é energia altamente condensada) aí o cenário muda de figura.


Do caos nasce uma nova ordem. As turbulências atuais prenunciam uma emergência nova, vinda daquele transfundo de Energia que subjaz ao universo e a cada ser (chamada também de Vazio Quântico ou Fonte Originária de todo ser). As emergências introduzem uma ruptura e inauguram algo novo ainda não ensaiado. Assim não seria de se admirar se, de repente, os seres humanos caiam em si e pensem numa articulação central da humanidade para atender as demandas de todos com os recursos da Terra que, quando racionalmente gerenciados, são suficientes para nós humanos e para toda a comunidade de vida (animais,plantas e outros seres vivos).


Possivelmente, chegaríamos a isso face um perigo iminente ou após um desastre de grandes proporções. Bem dizia Hegel: o ser humano aprende da história que não aprende nada da história, mas aprende tudo do sofrimento. Prefiro Santo Agostinho que nas Confissões ponderava: o ser humano aprende a partir de duas fontes de experiência: o sofrimento e o amor. O sofrimento pela Mãe Terra e por seus filhos e filhas e o amor por nossa própria vida e sobrevivência irão ainda nos salvar.


Então não estaríamos face a um cenário de tragédia cujo fim é fatal mas de uma crise que nos acrisola e purifica e nos cria a chance de um salto rumo a um novo ensaio civilizatório, este sim, caracterizado pelo cuidado e pela responsabilidade coletiva pela única Casa Comum e por todos os seus habitantes.


Adital - Há varias demandas para que a Corte Penal Internacional reconheça os crimes ambientais como crime de lesa humanidade. O senhor acha que seria uma alternativa?


Leonardo Boff - As leis somente têm sentido e funcionam quando previamente se tenha criado uma nova consciência com os valores ligados ao respeito e ao cuidado pela vida e pela Terra, tida como nossa Mãe, pois nos fornece tudo o que precisamos para viver. Havendo essa consciência, ela pode se materializar em leis, tribunais e cortes que fazem justiça à vida, à Humanidade e à Terra com punições exemplares. Caso contrário, os tribunais possuem um caráter legalista, de difícil aplicação, sem sua necessária aura moral que lhe confere legitimidade e reconhecimento por todos.


Então devemos primeiro trabalhar na criação dessa nova consciência. Eu mesmo estou trabalhando com um pequeno grupo, a pedido da Presidência da Assembléia da ONU, numa Declaração Universal do Bem Comum da Terra e da Humanidade. Ela deverá entrar por todos os meios de comunicação, especialmente, pela Internet para favorecer a criação desta nova consciência da humanidade. A nova centralidade não é mais o desenvolvimento sustentável, mas a vida, a humanidade e a Terra, entendida como Gaia, um superorganismo vivo.


Adital - Por outro lado não se cogita nada do tipo voltado para o consumo, por exemplo, que tem interferência direta no caos em que se tornou a Terra. Poderia falar um pouco sobre isso?


Leonardo Boff - O propósito de todo o projeto da modernidade, nascido já no século XVI, está assentado sobre a vontade de poder que se traduz pela vontade de enriquecimento que pressupõe a dominação e exploração ilimitada dos recursos e serviços da Terra. Em nome desta intenção se construiu o projeto-mundo, primeiro pelas potências ibéricas, depois pelas centro-europeias e por fim pela hegemonia norte-americana. No início não havia condições de se perceber as consequências funestas desta empreitada, pois incluía entender a Terra como um simples baú de recursos, algo sem espírito que poderia ser tratada como quiséssemos. Surgiu o grande instrumento da tecno-ciência que facilitou a concretização deste projeto. Transformou o mundo, surgiu a sociedade industrial e hoje a sociedade da informação e da automação.


Toda esta civilização oferece aos seres humanos, como felicidade, a capacidade de consumo sem entraves, seja dos bens naturais seja dos bens industriais. Chegamos a um ponto em que consumimos 30% a mais do que aquilo que a Terra pode reproduzir. Ela está perdendo mais e mais sustentabilidade e sua biocapacidade. Ela simplesmente não aguenta mais o nível excessivo de consumo por parte dos donos do poder e dos controladores do processo da modernidade. Os 20% mais ricos consomem 82,4% de toda a riqueza da Terra, enquanto os 20% mais pobres têm que se contentar com apenas 1,6% da riqueza total. Agora nos damos conta de que uma Terra limitada não suporta um projeto ilimitado. Se quiséssemos universalizar o nível de consumo dos países ricos para toda a Humanidade, cálculos já foram feitos - precisaríamos de pelo menos 3 Terras iguais a esta, o que se revela como uma impossibilidade. Temos que mudar, caso quisermos superar esta injustiça social e ecológica universal e termos um mínimo de equidade entre todos.


Adital - Até que ponto o senhor acredita que a sociedade civil organizada pode ser agente de uma nova prática de consumo?


Leonardo Boff - Deve-se começar em algum lugar. O lugar mais imediato é começar com cada um. O desafio, face ao problema universal, é convencer-se de que podemos ser mais com menos. Importa fazer uma opção por uma simplicidade voluntária e por um consumo compassivo e solidário pensando em todos os demais irmãos e irmãs e demais seres vivos da natureza que passam fome e estão sofrendo todo tipo de carência. Mas para isso, devemos realizar a experiência radicalmente humana de que de fato somos todos irmãos e irmãs e que somos ecointerdependentes e que formamos a comunidade de vida.


A economia se orientará para produzir o que realmente precisamos para a vida e não para a acumulação e para o supérfluo, uma economia do suficiente e do decente para todos, respeitando os limites ecológicos de cada ecossistema e obedecendo aos ritmos da natureza. Isso é possível. Mas precisamos de uma "metanoia" bíblica, de uma transformação de nossos hábitos, de nossa mente e de nossos corações. Essa transformação constitui a espiritualidade. Ela não é facultativa, é necessária. Cada um é como a gota de chuva. Uma molha pouco. Mas milhões e milhões de gotas fazem uma tempestade, agora um tsunami do
bem.


Adital - O Brasil, por conta da Floresta Amazônica e outra matas nativas, deveria ter um papel fundamental na questão ambiental. Como o senhor avalia a postura do governo brasileiro em relação ao tema?


Leonardo Boff - O governo brasileiro não acumulou ainda suficiente massa crítica nem consciência da importância da floresta amazônica para os equilíbrios climáticos da Terra inteira. Se o problema é o excesso de dióxido de carbono na atmosfera, então são as florestas as grandes sequestradoras deste gás que produz o efeito estufa e, em conseqüência, o aquecimento global.


Elas absorvem os gases poluentes pela fotossíntese e os transforma em biomassa, liberando oxigênio. Ao invés de estabelecer a meta de desmatamento 0 e ai ser rígido e implacável, por amor à humanidade e à Terra, o governo estabelece que até 2020 vai reduzir o desmatamento até 15%. E há políticas contraditórias, pois de um lado o Ministério do Meio Ambiente combate o desmatamento, por outro o BNDS financia projetos de expansão da soja e da pecuária que avançam sobre a floresta. Por detrás estão grandes interesses do agronegócio que pressionam o governo a manter uma política flexível e danosa para o equilíbrio da Terra.


Adital - Todavia percebe-se grande atuação de movimentos sociais e entidades em defesa da natureza e cobrando mais de seus governos em âmbitos internacionais. Acredita que haja, no momento, mais empoderamento?


Leonardo Boff - Acredito que a Cúpula de Copenhague terá função semelhante que teve a Eco-92 no Rio de Janeiro. Depois da Eco-92 surgiu no mundo inteiro a questão da sustentabilidade e da crítica ao sistema do capital visto como essencialmente anti-ecológico, pois ele implica uma produção ilimitada à custa da extração ilimitada dos recursos e serviços da natureza. Creio que a partir de agora a Humanidade tomará consciência de que ou ela, a partir da sociedade civil mundial, dos movimentos, organizações, instituições, religiões e igrejas, muda de rumo ou então terá que aceitar a dizimação da biodiversidade e o risco do extermínio de milhões e milhões de seres humanos, não excluída a eventualidade do desaparecimento da própria espécie humana.


Essa consciência vai encontrar os meios para pressionar as empresas, os grandes empreendimentos e os Estados para encontrarem uma nova relação para com a Terra. O problema não é a Terra, mas nossa relação para com ela, relação de agressão e de exploração implacável. Precisamos estabelecer um acordo Terra e Humanidade para que ambos possam conviver interdependentes, com sinergia e espírito de reciprocidade. Sem isso não teremos futuro. O futuro virá a partir da força da semente, quer dizer, das práticas humanas pessoais e comunitárias que criam redes, ganham força e conseguem impor um novo arranjo que garantirá um novo tipo de história.

INFÂMIA NATALINA: A "veja" CONTINUA SE DESCONSTRUINDO














veja QUANTA SORDIDEZ!




A foto da direita foi escancarada pela “veja”; a da esquerda mostra o que lhe convém esconder.


Por Celso Lungaretti


Em sua retrospectiva de final de ano, a ex-revista veja dedicou página dupla ao Caso Battisti, mas o texto ocupa apenas um oitavo do espaço do panfleto Bem-vindo, terrorista!.


O restante é tomado por uma foto enorme do escritor em, segundo a Veja, "alegre convescote com um grupo de parlamentares do PT, PCdoB e PSOL".


A foto foi tirada em 23 de novembro último, sexto dia da greve de fome de Battisti.


Percebe-se claramente que ele está combalido; afinal, antes mesmo de iniciar o jejum, já vinha perdendo forças, por causa da depressão. Vomitava quase tudo, dormia pouco, emagrecera cinco quilos.


Outras fotos batidas na mesma ocasião evidenciam ainda mais suas péssimas condições físicas e seu abatimento. Mas a Veja, claro, optou por aquela em que Battisti se forçou a sorrir, para corresponder ao esforço que os senadores e deputados faziam para o animar.


O objetivo do "alegre convescote", na verdade, era o de convencê-lo a sair da greve de fome, pois não havia esperança de que seu caso tivesse solução imediata.


Nela prosseguir seria cavar sua sepultura, quando tudo caminha para um desfecho em que a Justiça e as leis brasileiras prevalecerão -- embora com lentidão exasperante.


Deveria ter sido libertado em janeiro de 2009, quando o Governo brasileiro lhe concedeu o refúgio que estava apto a conceder.


Amargará, provavelmente, um ano e meio de PRISÃO ILEGAL, apenas e tão somente porque o Supremo Tribunal Federal passa pelo período mais desastroso de sua História.


A ditadura militar foi para a lixeira em 1985 e, incrivelmente, TEMOS HOJE UM PRISIONEIRO POLÍTICO, por DECISÃO ARBITRÁRIA de Gilmar Mendes e do seu escudeiro Cezar Pelluso.


É o que afirma, p. ex., o maior jurista brasileiro vivo, Dalmo de Abreu Dallari, perto de quem tal dupla é menos do que pó de traque.


Isto é que caberia à imprensa esclarecer -- mas, igualmente passando por sua fase mais desastrosa em todos os tempos, ela não o faz.


E a veja tem lugar destacado entre os linchadores midiáticos, ao lado da Folha de S. Paulo e da Carta Capital.


Sua sordidez chega ao ponto de escancarar uma foto dessas, omitindo a situação dramática que lhe deu origem!


O tipo de jornalismo que ora desenvolve tem como grande inspirador Joseph Goebbels.


Deveria ser um paradoxo, já que pertence a uma família de judeus.


Mas, face ao que Israel se tornou, tem tudo a ver: veja faz lobby pelo linchamento de Battisti tanto quanto mascara e justifica a política genocida que o estado judeu mantém contra os palestinos.


Como consequência, cada vez mais vai perdendo credibilidade, leitores, assinantes e anunciantes. Se já é uma ex-revista do ponto de vista jornalístico, marcha para sê-lo também em termos físicos.


Quem viver, verá.


Colaboração enviada para o "Quem tem medo do Lula?" por Celso Lungaretti, jornalista, escritor e ex-preso político. Celso mantém o blog "Náufrago da Utopia" e é autor de livro homônimo sobre sua experiência durante a ditadura militar.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Por que será que eu não vi isso nos jornalões?

Atentado Contra a Ocupação Indígena no Antigo Museu do Índio


Por Iperawa Paié 19/12/2009 às 10:22 (no Centro de Mídia Independente)

Os ocupantes do Antigo Museu do Índio dormiam na hora do atentado. Bombeiros agiram rapidamente, o que impediu que o fogo se espalhasse por outras ocas.


Às duas e meia da manhã de sábado, dia 19 de dezembro de 2009, foi ateado fogo na oca grande erguida no terreno do Antigo Museu do Índio pelos indígenas resistentes. O incêndio começou na parte de cima da oca, forrada com palhas, o que comprova ser um incêndio criminoso.


A ocupação indígena no local fere uma série de interesses públicos e privados, já que o terreno é almejado pelos Governos Municipal e Estadual, com vistas na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016. Fontes afirmam que o imóvel estaria sendo negociado pela Prefeitura do Rio por 30 milhões com uma empresa privada espanhola para demolição imediata e construção de um Shopping Center e um estacionamento para 3.000 automóveis.


O espaço, localizado em frente ao portão 13 do Maracanã funciona como um pólo de preservação da Cultura Indígena, além de dar abrigo e proteção para indígenas de todo o Brasil, que chegam ao Rio de Janeiro sem amparo governamental ou institucional.


Não é a primeira vez que "forças obscuras" tentam criar um clima de medo e insegurança no espaço, tentando convencer os indígenas a abandonarem o Antigo Museu do Índio por meio da violência. Há cerca de dois meses atrás "Pirapiré", o cachorro de estimação dos indígenas, foi assassinado à paulada por desconhecidos.


Desde 2006 indígenas de várias etnias ocupam o local, pólo de resistência indígena ameaçado de demolição pelo poder público e pela iniciativa privada, com o objetivo de defender prédio e terreno para transformá-los num centro de convergência educacional, de preservação e difusão da cultura ameríndia. O projeto prevê a reforma do prédio para a criação no espaço da primeira Universidade Indígena do Rio de Janeiro, promovendo educação diferenciada, saberes ancestrais e ensino de História e Cultura Indígena (segundo os ditames da Lei nº 11.465/08, de março de 2008).


Está sendo previsto um centro de ensino à distância no local, com o objetivo de prover formação aos indígenas das partes mais remotas do país nas áreas de Educação, Meio Ambiente e Assistência Social, no sentido de facilitar a qualificação acadêmica e profissional aos cidadãos provenientes dos Povos Originários, que possuem o IDH mais baixo do Brasil.


O prédio, hoje em ruínas, foi sede do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), órgão fundado pelo Marechal Rondon. Nos anos 1950 abrigou o Museu do Índio, criado por Darcy Ribeiro, que foi desativado e transferido para o bairro de Botafogo em 1978. Desde então o prédio encontra-se abandonado, sem destinação, sendo depredado sucessivamente.


Indígenas de diversas etnias brasileiras, organizados no Movimento Tamoio, ocupam e defendem o espaço a fim de dar uma destinação indígena para o prédio concebido pelo Movimento como propriedade indígena. A ocupação se deu de forma pacífica, lembrando a forma como Darcy Ribeiro ocupou a antiga sede do SPI, então abandonada, para a criação do Museu do Índio.


Além das ameaças para deixarem o local, os indígenas resistentes do Antigo Museu do Índio são impedidos de vender seus artesanatos livremente nos pontos turísticos da cidade, por conta da Postura Municipal, o que fere o Estatuto do Índio (Lei 6.001/73) e a Convenção 169 da OIT, além de ameaçar gravemente a sustentabilidade dos ocupantes.


Atualmente ocupam o espaço cerca de 20 indígenas e descendentes, representantes das etnias Guajajara, Xavante, Pataxó, Fulniô e Puri, vivendo exclusivamente de artesanato e de doações. A política de doações se dá de forma precária, tendo alguns dos indígenas passado necessidades no empenho heróico de defender a posse do espaço, Patrimônio Indígena, precisando com urgência de alimentos e doações.


Além das ameaças para deixarem o local, os indígenas resistentes do Antigo Museu do Índio são impedidos de vender seus artesanatos livremente nos pontos turísticos da cidade, por conta da Postura Municipal, o que fere o Estatudo do Índio (Lei 6.0001/73) e a Convenção 169 da OIT, além de ameaçar gravemente a sustentabilidade dos ocupantes.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Febeapá* vive: cartório autentica falsa certidão de casamento de Lula com Dilma


 ma igreja lotada e a versão instrumental do hino do PT recebem a noiva. Com o semblante “repaginado”, Dilma está linda. No caminho até o padre, vê Antônio Palocci, José Dirceu, Genoíno e outros tantos “companheiros”. Lado a lado, o governador Jaques Wagner e o ministro Geddel também estão entre os convidados. No altar, a sua espera,o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nunca na história desse país ele esteve tão elegante.Em clima de romance, os dois trocam alianças e assinam papéis no civil e no religioso. Na hora do beijo, dona Marisa chora.

Por Alexandre Lyrio, da redação do Correio da Bahia

A cena descrita acima não passa de ficção, mas pode-se dizer, está registrada em cartório. Para além de ser um devaneio tucano ou o relato do último sonho do presidente, o casamento do ano ocorreu na Bahia e é mais uma aberração produzida por uma unidade extrajudicial de Salvador. No caso, o 5º Tabelionato de Notas, localizado no Comércio, que autenticou no último dia 10 de novembro uma cópia da “certidão de casamento” de Dilma e Lula, falsificada de forma grotesca.



HÁ 15 ANOS
Um do funcionários da unidade - identificado como José Marcos Lopes Brito - assina o papel como se Luiz Inácio da Silva e Dilma Vana Rousseff tivessem se casado há 15 anos, no dia 9 de setembro de 1994.

Além de não atentar para os nomes do presidente da república e da ministra da Casa Civil, o servidor público sequer exigiu o documento original no momento da autenticação. A cópia falsa foi levada ao cartório por um usuário comum, com o objetivo de denunciar as falhas nos serviços prestados no 5º Ofício e mostrar a que ponto chegam os desatinos praticados pelos tabelionatos da capital baiana.

DILMA DA SILVA
Após pagar, segundo ele, R$8 de “comissão por fora” (700% a mais do que pagaria normalmente, já que o serviço custa de R$1 pela tabela cartorária), o homem, que prefere não se identificar, teve a certidão autenticada em poucos minutos.

“O departamento de arte da minha empresa adulterou uma certidão de casamento legítima. Chegando no cartório, só tinha essa xerox aqui na mão. Eles cobraram um valor maior para autenticar sem o original. Foi rápido e fácil”, relata. No documento, Dilma Vana Rousseff passa a se chamar Dilma Rousseff da Silva. Na filiação indicada no documento, o autor da denúncia teve o cuidado de colocar os nomes corretos dos pais de Dilma e Lula.

Motivos para tornar públicas as anomalias praticadas pelos cartórios o denunciante diz ter de sobra.

Em se tratando do Tabelionato do 5º Ofício, então, ele o considera um “balcão de negócios”. Ao mesmo tempo indignado e com medo de retaliações, ataca o cartórios sem dar detalhes sobre o que, segundo ele, sofre há mais de seis anos.“O que posso dizer é que pagaram para eles me prejudicarem. Naquele cartório, basta botar a grana na mesa que eles fazem de tudo”, disparou.

O homem diz que tem gastado dinheiro com advogados para ganhar uma causa que envolve o cartório. Por isso, resolveu forjar o casamento do presidente com a ministra.

“A certidão é só uma forma tragicômica que arrumei para mostrar o quanto o negócio é absurdo. Se pagar R$50, até morto fazumaprocuração ali. São pessoas perigosas. É uma máfia”.

As principais acusações do idealizador da certidão de casamento falsa são direcionadas ao tabelião titular do 5º ofício, Agélio José Dórea Vieira. Segundo o usuário, é ele quem acoberta as irregularidades na unidade.

DEFESA
Este, por sua vez, argumentou que sua unidade extrajudicial foi alvo de uma brincadeira de mau gosto. Disse acreditar que o funcionário realizou a autenticação sem exigiro documento original porque a cópia já trazia a marca [de xerox] de uma autenticação anterior.

“É brincadeira isso, é? Se é uma certidão antiga, escrita à mão, tem muitos anos. Se tem carimbo de outra autenticação, de outro cartório, ele autenticou a xerox da xerox. Se é uma xerox autenticada anteriormente é como se fosse original”, se defende o tabelião Dórea Vieira.

O funcionário que assina o documento, José Marcos Lopes Brito, não foi encontrado pela reportagem, até porque os servidores dos cartórios estão em greve desde o início da semana.

PERÍCIA
O CORREIO submeteu a certidão a um perito em documentoscopia. Ele atestou que a marca de carimbo na parte inferior do papel se trata realmente de uma autenticação e ela foi feita após as mudanças realizadas no documento. Resta saber, diz o especialista, se a assinatura da autenticação bate com a do funcionário. Enquanto isso, de mera ministra da Casa Civil e pré- candidata, Dilma passou a esposa, do presidente.

Tabelião foi punido por falsificação
Não é a primeira vez que o Tabelionato do 5º Ofício de Notas, onde foi atestado o casamento de Lula e Dilma, se envolve em problemas com documentos falsos.

O próprio titular da unidade, Agélio José Dórea Vieira, recebeu pena da Corregedoria do TJ por “inserir em documento público informação falsa com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”, conforme redigiu o juiz corregedor Maurício Lima de Oliveira.

Concluído em maio de 2006, o processo administrativo (PA) 35566/2005 lhe rendeu 60 dias de suspensão.

Para o juiz, Agélio “incorreu em falta disciplinar, pois deixou de cumprir a obrigação (...) a fim de atender a interesse particular, em detrimento do interesse público, o que também configura, em tese, crime de falsidade ideológica”. Agélio já respondeu a outros processos administrativos disciplinares, tendo recebido uma censura por escrito, segundo aponta o texto do PA 35566/2005.

Há ainda na 1ª Vara Crime um processo, de número 1199420-1/2006, onde o titular do tabelionato do 5º Ofício aparece como réu em uma ação por falsidade documental, segundo a página eletrônica de busca processual do Tribunal de Justiça.

A denúncia foi feita pelo Ministério Público Estadual, ainda em 2006. O CORREIO tentou buscar informações sobre o processo, mas a juíza responsável pela vara não estava no local. Uma funcionária disse que não estava autorizada a dar qualquer informação.

O advogado Fernando Santana, que representou Agélio neste caso, garantiu que o processo foi suspenso pela Justiça há dois anos. O titular do cartório confirmou.

“Você descobriu um caso de dois anos atrás. Foi uma outra coisa.Uma coisa não tem nada a ver com outra”, disse Agélio, por telefone, antes de sugerir que o advogado dele fosse procurado. O CORREIO ligou ao menos três vezes para o celular do advogado Fernando Santana, mas não conseguiu obter informações mais detalhadas pois a ligação caía. Ele não retornou as ligações.

*Febeapá - Festival de besteiras que assola o país - foi  uma das maiores criações do saudoso jornalista Sérgio Porto, mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Estudo conclui: faxineiros de hospitais são úteis; executivos de bancos, não

Estudo dimensiona perniciosidade dos executivos de bancos


Por Celso Lungaretti


Deu na BBC que, segundo estudo do instituto de pesquisas britânico New Economics Foundation, faxineiros de hospitais são muito úteis para a sociedade, ao contrário dos funcionários de alto escalão dos bancos, altamente nocivos.

Os primeiros, trabalhadores produtivos e necessários, geram R$ 30 de valor para cada R$ 3 que lhes são pagos.

Os parasitários executivos das casas de agiotagem modernas, com vencimentos mensais superiores a R$ 1 milhão, destróem R$ 21 para cada R$ 3 que ganham -- levando-se em conta os danos que a categoria causou para a economia global na recente crise capitalista.

Sem tantos e tão requintados modelos estatísticos, o grande Bertold Brecht chegou à mesma conclusão oito décadas atrás, quando indagou o que importava o roubo de um banco diante do crime inominável de fundar-se um banco.

Outras conclusões do estudo, segundo a notícia da BBC:

altos executivos de agências de publicidade criam estresse, porque são responsáveis por campanhas que geram insatisfação e infelicidade, além de encorajar consumo excessivo.
contadores prejudicam o país ao criar esquemas para diminuir a quantidade de dinheiro disponível para o governo.
Como diria Nelson Rodrigues, isso tudo não passa do óbvio ululante.

Ingenuamente, a porta-voz da fundação, Eilis Lawlor, conclui:

"Faixas salariais com frequência não refletem o valor real que está sendo gerado. Enquanto sociedades, precisamos de uma estrutura de pagamentos que recompense os trabalhos que geram mais benefícios para a sociedade, não aqueles que geram lucro às custas da sociedade e do meio ambiente".
Quando ela fala em "estrutura de pagamentos", subentende capitalismo. E, sob o capitalismo, o foco jamais será a geração de benefícios para a sociedade, mas sim a geração de lucros para uma minoria, cause os danos que causar à sociedade e o meio ambiente.

Está mais do que na hora de mudarmos tal foco, passando a priorizar o bem comum, não os privilégios individuais/grupais; a cooperação, não a competição; o despreendimento, não a ganância; a solidariedade, não o exclusivismo; a coexistência harmoniosa com o meio ambiente, não os interesses econômicos.

Não dá para se melhorar o capitalismo nos detalhes. Ou acabamos com ele ou ele acaba conosco, via aquecimento global e esgotamento dos recursos naturais dos quais depende a sobrevivência da espécie humana.

É simples assim.

Colaboração enviada por Celso Lungaretti, jornalista, escritor e ex-preso político. Celso mantém o blog "Náufrago da Utopia" e é autor de livro homônimo sobre sua experiência durante a ditadura militar.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

PM atua como Poder Judiciário e expulsa Sem Terra no interior de São Paulo



Do site do MST, com informações do Sindicato dos Químicos Unificados

Na manhã do último sábado (12/12), uma ocupação conjunta numa área utilizada ilegalmente pela Usina Ester foi reprimida pela PM em Americana (SP). Os policiais intimidaram e coagiram os trabalhadores, e utilizaram tratores da própria empresa para derrubar os barracos dos acampados na desocupação da área.

As cerca de cem famílias foram retiradas de terras que a usina não prova serem suas, mas explora para monocultivo de cana-de-açúcar. A área, que fica próxima ao Acampamento Milton Santos, do MST, em Americana, fora ocupada no amanhecer do mesmo dia.

Participaram da ocupação trabalhadoras e trabalhadores rurais (com seus filhos) organizados no Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf), na Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) e no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

PM se coloca como “Poder Judiciário”: Julga condena, decide a sentença e a aplica

O comando da Polícia Militar na ação se mostrou, sem qualquer cuidado maior, como francamente ao lado da Usina Santa Elisa.

A situação era de calma absoluta, com os trabalhadores rurais instalando seus barracos de lona e/ou plástico. O comandante policial afirmou que a área “é” da Usina (um grande erro, veja mais abaixo), julgou que os Sem Terra estavam errados, que havia ali um “flagrante de crime”, decidiu pela expulsão e mandou que seus comandados executassem suas ordens. Para isso, usou um trator que lhe foi cedido pela própria Usina Ester.

Por outro lado, negou-se a dialogar ou até mesmo ouvir os argumentos dos trabalhadores, ignorando-os.

Área não é da Usina, que a ocupa contra decisão judicial

A área ocupada pelos trabalhadores rurais não pertence à Usina Ester, conforme contam advogados dos movimentos. Na década de 1970, ela foi desapropriada da família Abdalla, em virtude de grandes dívidas em impostos e taxas que tinha com o governo federal, estadual e municipal.

Assim, a terra, na realidade, hoje pertence à União, ao estado de São Paulo e ao município de Americana.

Nunca, nem mesmo na justiça, a Usina Ester mostrou qualquer título que comprove sua posse. No máximo, mostra duvidosa declaração de que a terra seria de uma imobiliária (laranja) que lhe permite explorar.

Em 2006, a Usina Ester recebeu uma notificação judicial para desocupar a área. Segundo oficiais de justiça, os responsáveis pela usina não foram localizados para a entrega da notificação. Desde então, ainda conforme os advogados, a Justiça não cumpriu sua própria decisão.

Decisão que, ontem, no local, o comando da Polícia Militar afrontou de forma arbitrária ao se colocar francamente ao lado de uma das partes, justamente a infratora e já intimada há três anos a deixar a área.

Lula recebe campeões e brinca ser novo reforço do Flamengo


 Não resisti, pessoal...

Esta postagem é uma homenagem ao Maurício Vieira e ao Gilson Caroni que, assim como eu, têm o bom gosto de torcer pelo Lula e pelo Mengão!

Assim caminha o RS... TVE/RS e FM Cultura à beira da extinção!




Os funcionários da TVE/RS e FM Cultura estão se mobilizando para evitar o fim das emissoras públicas no RS.
Favor, leia o Manifesto em: http://forumtve.blogspot.com/2009/12/tve-e-fm-cultura-correm-risco-de.html
Participe do Abaixo-Assinado em http://bit.ly/6qw9VE
A primeira ação seria manter a TVE na tua atual sede no Morro Santa Teresa (Rua Corrêa Lima, 2118). Mas a última notícia é que o prédio da TVE foi vendido para a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). O prazo para saída das emissoras do local é no dia 31 de março de 2010.
Você pode participar de várias formas: divulgando a notícia, assinando o abaixo-assinado, prestigiando o Ato-Show (dia 20/12, no Brique, em Porto Alegre) ou ainda o Abraço Simbólico no atual prédio (que será realizado em data a confirmar).
Conheça a agenda completa de atividades do Fórum TVE/FM Cultura em http://forumtve.blogspot.com

--

____________________________
João Lobo
Assessoria em informática
Criação de logomarcas & Web pages
e-mail/msn: joaolobo@gmail.com
(47) 8414-4289

domingo, 13 de dezembro de 2009

Os homens movidos pela ganância


ABOMINÁVEL MUNDO NOVO


"Eu sempre quis ser contente
Eu sempre quis só cantar
Trazendo pra toda gente
Vontade de se abraçar


Eu tinha no sol mais quente
A terra pra me alegrar
E a serra florando em frente
Lavava os seus pés no mar"

("De Serra, de Terra e de
Mar", Geraldo Vandré)


Por Celso Lungaretti


A construção civil é uma das atividades econômicas mais dependentes de contratos governamentais e, portanto, mais propensas à corrupção, ao falseamento de concorrências e outros crimes do colarinho branco.

Caso da construtora Odebrecht, que, não faz nem dois meses, foi condenada pelo Tribunal de Contas da União por fraude num contrato para a manutenção de plataformas de petróleo na Bacia de Campos: uma auditoria do TCU flagrou "erros grosseiros" na prorrogação do contrato da Odebrecht com a Petrobrás, elevando em R$ 1,45 milhão o valor a ser desembolsado pela estatal.

Isto não impede a Folha de S. Paulo de manter Emílio Odebrecht, presidente do Conselho de Administração da construtora, como colunista dominical.

Seu texto deste dia 13, O desafio da expatriação, é dos mais repulsivos, louvando a emigração de profissionais brasileiros integrados a empresas que operam internacionalmente.

Exalta os indivíduos movidos pela ganância, sem amor pelo seu povo nem afinidade sentimental com seu país, capazes de apagar totalmente sua história pregressa e recomeçar do zero numa terra estranha:
"...o principal desafio do indivíduo deve ser sair sem ter o projeto de voltar. Trabalhar no exterior pode significar um grande salto de desenvolvimento para si e para toda a sua família. Por isso, não deve ir com a mala, mas ir de mudança".
Fez-me lembrar aquela tese sinistra de que, no mundo novo, as empresas substituirão as nações para todos os efeitos práticos.

Cada um de nós vai pertencer a uma corporação, pouco importando onde atue, mesmo porque será transferido daqui pra lá e de lá pra cá ao sabor das conveniências empresariais.

Que seres humanos desarraigados, egoístas e insensíveis o capitalismo quer formar! Os zumbis perfeitos do sistema, oscilando na órbita de corporações, em dependência extrema que acabará se tornando submissão extrema!

E como isso violenta nossa índole apaixonada de latinoamericanos!

Noutro dia mesmo recebi mensagem desalentada de um amigo engenheiro que mora no Canadá, queixando-se da exasperante previsibilidade de uma sociedade em que tudo é arrumado, organizado, disciplinado e fiscalizado demais. Preferiria estar entre hermanos, mas sacrifica-se em benefício da carreira dos filhos.

Mais tocante ainda foi o desabafo de Gilberto Gil, quando teve de viver exilado em Londres: "Só quero que você me aqueça neste inferno/ e que tudo mais vá para o inverno".

Se esse abominável mundo novo fosse uma certeza, não lamentaria já ter deixado para trás pelo menos dois terços da minha existência.

Mas, como não sou tão pessimista, dedicarei o restante dos meus dias a ajudar os que tentam construir um futuro diferente para a humanidade.

Colaboração enviada por Celso Lungaretti, jornalista e escritor, que mantém o blog "Náufrago da Utopia".

sábado, 12 de dezembro de 2009

O cotidiano de um resistente


O cotidiano de um resistente


Por Celso Lungaretti


A propaganda enganosa difundida incessantemente na internet pelas viúvas da ditadura bate muito na tecla de que os integrantes das organizações que pegaram em armas contra o regime militar utilizariam o dinheiro expropriado dos bancos para viver como burgueses, entre luxos e orgias.

No último mês de abril, quando de outro estupro do jornalismo cometido pela Folha de S. Paulo (a tentativa de envolver Dilma Rousseff com um sequestro que não era de sua responsabilidade e nem chegou a ser tentado), uma mensagem de leitor do jornal repetiu essa cantilena demagógica:

“Quem se beneficiou do produto dos assaltos, sequestros, guerrilhas e assassinatos cometidos em nome da ideologia? Apenas eles, os ilegais, que hoje estão no poder...”.
Como costumo fazer quando a imundície dos sites fascistas transborda da lixeira, respondi, com o artigo O Dia a dia de quem resistia à ditadura. Dei um testemunho pessoal de como nos beneficiávamos do produto dos assaltos.

Nesta véspera de mais um aniversário da canetada que mergulhou o Brasil no terrorismo de estado extremado, dando sinal verde para atrocidades e genocídios, creio ser pertinente repetir meu depoimento -- que só difere em detalhes do de todos os companheiros que travaram a luta desigual e sofrida contra a tirania.

"...ACORDANDO A CADA MANHÃ SEM
SABER SE ESTARÍAMOS VIVOS À NOITE..."


Eu militei na VPR entre abril/1969 e abril/1970, quando fui preso pelo DOI-Codi/RJ, sofri torturas que me deixaram à beira de um enfarte aos 19 anos de idade e me causaram uma lesão permanente.

Nesse ano em que me beneficiei do produto dos assaltos praticados pelas organizações de resistência à tirania implantada pelos usurpadores do poder, como foi minha vida de nababo?

Na verdade, recebia o estritamente necessário para subsistir e manter a minha fachada de vendedor autônomo.

No início, fui obrigado a me abrigar em locais precaríssimos, como o porão de um cortiço na rua Tupi, próximo da atual estação do metrô Marechal Deodoro, na capital paulistana. Era só o que eu conseguia pagar com o produto dos assaltos.

Cada quarto era um cubículo mal ventilado. Enxames de pernilongos me atacavam durante o sono. Afastava-os com espirais que mantinha acesos durante a noite inteira... e me faziam sufocar.

O que mudou quando minha organização fez o maior assalto da esquerda brasileira em todos os tempos, apossando-se dos dólares da corrupção política guardados no cofre da ex-amante do governador Adhemar de Barros? Quase nada.

Era dinheiro para a revolução, não para gastos pessoais. Apesar de integrar o comando estadual de São Paulo e depois exercer papel semelhante no Rio de Janeiro, continuei levando existência das mais austeras.

Meu último abrigo foi o quarto alugado no amplo apartamento de uma velha senhora do Rio Comprido (RJ). Fazia tanto calor que eu era obrigado a dormir despido sobre o chão de ladrilhos, que amanhecia ensopado de suor.

Quando tinha de abandonar às pressas um desses abrigos, todos os meus bens cabiam numa mala de médio porte. Vinham-me à lembrança os versos de Brecht, “íamos pela luta de classes, desesperados/ trocando mais de países que de sapatos”.

Havia, sim, um dinheiro extra, que equivaleria a uns R$ 10 mil atuais. Mas, tratava-se do fundo a que recorreríamos caso ficássemos descontatados e tivéssemos de sobreviver ou deixar o país por nossos próprios meios, sem ajuda dos companheiros que já estariam presos ou mortos.

Nenhum de nós gastava essa grana, era ponto de honra. Os fundos de reserva acabaram chegando, intactos, às garras dos rapinantes que nos prendiam e matavam. Nunca prestaram conta disso, nem dos carros, das armas e até das peças de vestuário que nos tomaram.

E, mesmo que tivéssemos dinheiro para esbanjar, como o gastaríamos? Éramos procurados no país inteiro, com nossos nomes e fotos expostos em cartazes falaciosos.

Eu, que nunca fizera mal a uma mosca, aparecia nesses cartazes como “terrorista assassino, foragido depois de roubar e assassinar vários pais de família”. O Estado usava o dinheiro do contribuinte para me fazer acusações mentirosas e difamatórias!

Para manter as aparências, éramos obrigados a sair cedo e voltar no fim do dia. Os contatos com companheiros eram restritos ao tempo estritamente necessário para discutirmos os encaminhamentos em pauta; dificilmente chegavam a uma hora.

Sobravam longos intervalos, com nada para fazermos e a obrigação de ficarmos longe de situações perigosas. Tínhamos de procurar locais discretos, tentando passar despercebidos... por horas a fio. Sujeitos a, em qualquer momento, sermos surpreendidos por uma batida policial.

Vida amorosa? Dificílima. Cada momento que passássemos com uma companheira era um momento em que a estávamos colocando em perigo. Ninguém corria o risco de ir transar em hotéis, sempre visados (e nossa documentação era das mais precárias, passei uns oito meses tendo apenas um título eleitoral falsificado). E as facilidades atuais, como motéis, quase inexistiam.

Aos 18/19 anos, senti imensa atração por duas aliadas, uma em São Paulo e outra, meses mais tarde, no Rio de Janeiro. Com ambas, o sentimento era recíproco. E nos dois casos mal passamos dos beijos apaixonados com que nos cumprimentávamos e despedíamos. Qualquer coisa além disso seria perigosa demais.

Enfim, esta é a vida que levávamos, acordando a cada manhã sem sabermos se estaríamos vivos à noite, passando por freqüentes sustos e perigos, recebendo amiúde a notícia da perda de companheiros queridos (eu até relutava em abrir os jornais, tantas eram as vezes que só me traziam tristeza).

Sobreviver alguns meses já era digno de admiração. Ao completar um ano nessa vida, eu já me considerava (e era considerado pelos companheiros) um veterano. Caí logo em seguida.

Dos tolos que saem repetindo essas ignomínias marteladas dia e noite pela propaganda enganosa da direita, nem um milésimo seria capaz de encarar a barra que encaramos, não pelas motivações ridículas que nos atribuem, mas por não agüentarmos viver, e ver nosso povo vivendo, debaixo das botas dos tiranos!

Colaboração enviada por Celso Lungaretti, jornalista e escritor, que mantém o "Náufrago da Utopia".

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Em Brasília, os panetones. Em São Paulo, as melancias...

Falha em bomba agravou inundação do rio Tietê, diz governo de SP


Da redação do site CliqueABC (em 08 de Dezembro de 2009)

Os impactos da chuva que atingiu São Paulo nesta terça foram agravados pelo não funcionamento de uma das bombas da Usina Elevatória de Traição, na marginal Pinheiros, sob responsabilidade do governo do Estado. Ela tem a função de ajudar a reverter a trajetória do rio, direcionando as águas para a Billings.

O governo José Serra (PSDB) disse que uma das quatro bombas sofreu um defeito hidráulico e que, com isso, 25% da capacidade de bombeamento ficou comprometida. A informação, reconhecida pelo Estado no final da tarde, foi parcialmente antecipada horas antes pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM), que pedia uma vazão mais rápida.

Além do volume excessivo de chuva (na Bacia do Alto Tietê foi equivalente a dois terços do total previsto para dezembro), especialistas citaram a ocupação das várzeas do rio e a impermeabilização da capital.

Esta foi pelo menos a terceira vez* desde 2005 em que houve transbordamento do Tietê --duas delas já depois da conclusão do projeto de rebaixamento da calha, bandeira do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), ao custo de mais de R$ 1 bilhão, com a promessa de praticamente acabar com as enchentes nas marginais.

*A foto se refere à enchente ocorrida no início de Setembro deste ano.

Convenção da ONU contra tortura faz 25 anos


Convenção da ONU contra tortura faz 25 anos


Por Celso Lungaretti

Foi no dia 10 de dezembro de 1984, há exatos 25 anos, que a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas adotou a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (ratificada pelo Brasil em 18/12/1989).

Tal convenção veio complementar o célebre artigo 5º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, segundo o qual "ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante".

Como até hoje há quem negue a necessidade de se proteger o cidadão contra as violações de sua integridade física e psicológica por parte de agentes do Estado, ou questione dispositivos da Convenção Contra a Tortura, vale lembrar: são estas as regras da civilização, e quem as transgride se coloca à margem do estágio evolutivo atingido pela humanidade, permanecendo como um resquício grotesco da barbárie superada.

Eis as principais determinações da Convenção, com grifos meus em trechos que se chocam frontalmente com as posturas trombeteadas na imprensa e internet por adeptos explícitos ou implícitos do retrocesso, da obscurantismo e da truculência:

"Cada Estado tomará medidas eficazes de caráter legislativo, administrativo, judicial ou de outra natureza, a fim de impedir a prática de atos de tortura em qualquer território sob sua jurisdição.

"Em nenhum caso poderão invocar-se circunstâncias excepcionais, como ameaça ou estado de guerra, instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública, como justificação para a tortura.

"Cada Estado Membro assegurará que todos os atos de tortura sejam considerados crimes segundo a sua legislação penal. O mesmo aplicar-se-á à tentativa de tortura e a todo ato de qualquer pessoa que constitua cumplicidade ou participação na tortura.

"Cada Estado Membro punirá esses crimes com penas adequadas que levem em conta a sua gravidade.

"Cada Estado Parte assegurará que o ensino e a informação sobre a proibição da tortura sejam plenamente incorporados no treinamento (...) de (...) pessoas que possam participar da custódia, interrogatório ou tratamento de qualquer pessoa submetida a qualquer forma de prisão, detenção ou reclusão.

"Cada Estado Parte assegurará que suas autoridades competentes procederão imediatamente a uma investigação imparcial, sempre que houver motivos razoáveis para crer que um ato de tortura sido cometido em qualquer território sob sua jurisdição.

"Cada Estado Parte assegurará, a qualquer pessoa que alegue ter sido submetida a tortura em qualquer território sob sua jurisdição, o direito de apresentar queixa perante as autoridades competentes do referido Estado, que procederão imediatamente e com imparcialidade ao exame do seu caso.

"Cada Estado Parte assegurará em seu sistema jurídico, à vítima de um ato de tortura, o direito à reparação e a à indenização justa e adequada, incluídos os meios necessários para a mais completa reabilitação possível. Em caso de morte da vítima como resultado de um ato de tortura, seus dependentes terão direito a indenização.

"Cada Estado Parte assegurará que nenhuma declaração que se demonstre ter sido prestada como resultado de tortura possa ser invocada como prova em qualquer processo."
Uma constatação: tais preceitos confirmam, mais uma vez, que a instituição de programas de reparações para as vítimas da ditadura brasileira significou apenas o cumprimento fiel das determinações da ONU.

Outra: se declarações obtidas sob tortura não podem ser invocadas como prova em nenhum processo judicial, também não deveriam ser consideradas aceitáveis como evidências históricas.

Foi o que observei a Elio Gaspari (http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com/2008/03/sobre-historiadores-e-arapongas.html) recriminando-o por encampar incondicionalmente as acusações contra antigos resistentes constantes nos ensanguentados Inquéritos Policiais-Militares da ditadura.

Colaboração enviada por Celso Lungaretti, jornalista, escritor e ex-preso político. Junto a este artigo, Celso faz questão que se lembre que ele sofreu lesão permanente ao ser torturado na PE da Vila Militar, em junho/1970, depois de passar por torturas também no DOI-Codi/RJ. Celso mantém o blog "Náufrago da Utopia" (sendo autor de livro homônimo sobre sua experiência durante a ditadura militar).

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sem-Mídia agendam protesto contra Folha e “estupro do jornalismo”

O Movimento dos Sem-Mídia (MSM) vai promover, na manhã do próximo sábado (5), uma manifestação em frente à sede do jornal Folha de S.Paulo, na Rua Barão de Limeira, na capital paulista. Segundo o presidente da ONG, Eduardo Guimarães, o ato será em protesto “contra o estupro do jornalismo”.
Num manifesto divulgado no blog Cidadania.com, Guimarães diz que a Folha comete um “ato de desrespeito à instituição Presidência da República, à ética jornalística e, no frigir dos ovos, a um líder político”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tudo por conta do artigo de César Benjamin, publicado na sexta-feira, onde o jornal insinua que Lula “teria sido um maníaco sexual durante a ditadura militar”.

Clique na imagem e confira a íntegra do manifesto.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A Folha tenta justificar a sua lambança e se desmoraliza ainda mais


A redação tenta, mas não consegue justificar a última traquinagem do Otavinho... Balanço final do "Benjamingate"*: Não dá para não tapar o nariz


Por Celso Lungaretti


Eu nem pretendia escrever mais sobre o tiro que Cesar Benjamin deu no próprio pé, ao se deixar utilizar como azeitona na empada da Folha de S. Paulo, mas não resisto a esta Nota da Redação ridícula que o jornal acaba de cometer:

"A Folha avaliou que era de interesse público publicar [grifos meus: o vocabulário é tão limitado quanto a argumentação...] o artigo. Trata-se do depoimento de uma pessoa com credibilidade, que atuou na cúpula do PT e que narrava uma conversa com o então candidato à Presidência. O texto não afirmava que o ataque havia ocorrido, mas que o candidato relatara a ação".

Em primeiro lugar, o jornal afinal admite, implicitamente, que o ataque não ocorreu. Só que esconde sua ambígua mea culpa no Painel do Leitor, depois de haver trombeteado a acusação falsa numa página inteira. As boas práticas jornalísticas exigiriam que desse ao restabelecimento da verdade o mesmo destaque concedido à mentira desmascarada.

Quanto aos critérios editoriais enunciados, ensejam mais um questionamento: e se Lula, da mesmíssima forma, houvesse relatado sua viagem a Marte, seria "de interesse público publicar o artigo"? Qualquer bobagem que o Lula diga e uma pessoa com credibilidade reproduza, é digno de publicação nas páginas da Folha?

Ora, tratava-se de uma tentativa de estupro, em local com muitas testemunhas. Então, das duas, uma:
- ou realmente ocorreu e cabia à Folha comprová-la, com depoimentos da vítima, dos companheiros de cela e dos carceireiros;
- ou não ocorreu e a Folha jamais deveria ter dado tanto espaço, para que se aludisse com tamanha dramaticidade, a um não acontecimento, potencialmente dos mais danosos à imagem do presidente da República.
Trocando em miúdos, se o ataque não ocorreu e "o então candidato" apenas "relatara a ação", então, evidentemente, tratou-se de uma brincadeira, de uma piada. E isto deveria estar expresso de maneira inequívoca no texto.

Porque há uma grande diferença entre um presidente que faz gracejos de mau gosto e um presidente que tentou estuprar "o menino do MEP". E a Folha sabe muito bem disto.

Para fingir que não praticou um jornalismo manipulador e irresponsável, a Folha novamente subestima nossa inteligência. E se desmoraliza ainda mais.

Ou seja, a fábrica de factóides da rua Barão de Limeira está especializando-se em manipular episódios obscuros para afixar etiquetas falaciosas em personagens políticos: Dilma Rousseff, sequestradora; Lula, estuprador.

Agora, a propaganda enganosa da direita vai martelar essas acusações mentirosas até que passem por verdade, como ensinava Goebbels.

Colaboração enviada por Celso Lungaretti, jornalista e escritor, que mantém o blog "Náufrago da Utopia"

*E você sabe o que Ben Bradlee (editor-chefe do caso Watergate) faria numa situação dessas? Luís Nassif responde.

domingo, 28 de junho de 2009

Escândalos da era FHC: Caixa-dois




[caption id="attachment_558" align="aligncenter" width="226" caption="Passa ou repassa?"]Passa ou repassa?[/caption]

O caixa-dois nasceu no governo tucano.

Como ele conseguia o dinheiro pra isso? Moleza! Empresas estrangeiras eram favorecidas nas privatizações de estatais federais. A moeda de troca: "doações" não-contabilizadas.


Com a compra de votos de parlamentares, o Farol conseguiu a reeleição.


Ainda com o caixa-dois, o PSDB se mantém no governo paulista há quase duas décadas.


Você se lembra da Alstom?


As estatais de SP são as principais clientes do grupo francês. Aliás, quando os tucanos estavam em Brasília,  a Alstom mantinha "gordos contratos" com estatais federais.


A Alstom foi um dos grupos que financiou as campanhas de FHC.


Em 2008, a Justiça Suíça descobriu o  pagamento de propina, no total de 6,8 milhões de dólares, pagos, por funcionários da Alstom ao governo do Estado de São Paulo. Em jogo estava o contrato da expansão do metrô de São Paulo.


Entretanto, a Justiça brasileira não autorizou quebra de sigilo fiscal dos envolvidos.


Nesse escândalo, figurinhas já conhecidas: Geraldo Alckimin, Andrea Matarazzo, Luís Carlos Bresser Pereira, entre outros.


Infelizmente, um acidente no canteiro de obras da futura estação Pinheiros do Metrô  matou sete pessoas. Investigações apontaram irregularidades nos contratos do governo paulista com  o Consórcio Via Amarela.


A Alstom faz parte desse consórcio.


E José Serra nada fez. Claro!


Aliás, isso é bem típico dos tucanos.


Roder

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Mais um porta-Voz do PIG

o chefe

Recebi um e-mail interessante:


O Livro Proibido de Ivo Patarra



O jornalista Ivo Patarra levou 'O Chefe' a duas editoras, que recusaram a publicação do livro.
O livro sobre as falcatruas do Lula, que foi proibido está disponível para leitura na Internet.
DIVULGUEM ESTE LIVRO SEM RESTRIÇÃO PARA A LISTA DE E-MAILS...
O livro que compila todos os escândalos do desastroso governo Lula, não conseguiu ser publicado!!!
Todos se negaram a publicá-lo.
Assim sendo, seu autor resolveu colocá-lo na Internet à nossa
disposição, para ler on-line ou baixar.

Acesse o site:  www.escandalodomensalao.com.br





Achei muito inteligente a idéia, apesar de saber que ocorre a omissão de fatos no livro.


Todos sabemos que o PTB foi base aliada de FHC em seu desgoverno.


E que Marcos Valério surgiu no seio do mensalão, que é do PSDB e foi apresentado por Minas, pelo ex-governador tucano Eduardo Azeredo.


A tentativa do PIG em associar o governo Lula é pífia e sem sucesso. Mas a tática é inteligente pois mais uma vez confunde o povo brasileiro de memória "esquecida".


Por isso, vamos continuar a divulgar a série "Escândalos da era FHC" com o apoio do site Conversa Afiada.


O mais interessante é que publicam que o livro foi "proibido" .


Assim como proibiram de mencionar que o mensalão é dos tucanos.


Coisa hilária!


Roder

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Próximo presidente do Senado tem ficha suja

marconi

Marconi Perillo (PSDB-GO), 1º vice-presidente do Senado pode assumir o lugar do atual presidente, José Sarney (PMDB-AP), caso ocorra a renúncia ao cargo.
Marconi é do partido do Farol. Foi governador de Goiás duas vezes e exerce seu mandato como senador até 2015.

Veja abaixo a lista de inqueritos de Marconi:
Inquérito 2504 – Crimes contra a administração pública e licitação pública.
Inquérito 2481 – Concussão, corrupção passiva, prevaricação, tráfico de influência, corrupção ativa e abuso de autoridade
Inquérito 2714 - Crimes contra a administração pública. Corrupção passiva (corre em segredo de Justiça).
Inquérito 2751 – Investigação penal (corre em segredo de Justiça).

Se assumir a presidência, Marconi terá mais influência junto ao STF, além de atuar como capanga-mór da quadrilha que tenta implantar a CPI da PETROBRAX.

Estamos acompanhando o nobre senador.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Promessa é dívida!

Veja abaixo o trecho do debate eleitoral em 2004 para a prefeitura de São Paulo:






.


Serra prometeu cumprir o mandato de prefeito de São Paulo, caso fosse eleito. Recomendou que não votassem mais nele, caso deixasse a prefeitura para concorrer ao Governo do Estado ou a Presidência da República.


Mas Serra não cumpriu com sua promessa.


Recentemente, Serra diz na mídia que seu compromisso "é governar São Paulo".


Será ?


Caro Governador: seguiremos sua  recomendação em 2010.




segunda-feira, 22 de junho de 2009

Escândalos da era FHC - Proer




[caption id="attachment_525" align="aligncenter" width="468" caption="Especialistas em "buracos""]Especialista em "buracos"[/caption]

O Proer - Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional foi um verdadeiro “prêmio à corrupção”.


O governo FHC “investiu” pesado nos bancos. Entre 1995 e 2000, destinou cerca de 112 bilhões ao sistema financeiro. Hoje, isso representa mais de 20% dos investimentos iniciais do PAC. (clique aqui)


A dívida dos bancos foi sociabilizada. E quem pagou por ela foi o povo brasileiro.


E a mídia? Bem, essa cuidou de proteger o “Grande Farol”.


Caixa-dois e os bancos.


Nesse mesmo momento, nascia o episódio da Pasta Rosa. A primeira evidência de caixa-dois da história da República é do governo tucano.


Quase quarenta políticos, entre eles Renan Calheiros, Agripino Maia e o próprio Antônio Carlos Magalhães, receberam dinheiro não-contabilizado do banco Econômico para a campanha de 1990. Isso veio à tona no mesmo momento que o Proer era lançado por FHC. (clique aqui)


O procurador Geraldo Brindeiro pediu o arquivamento do inquérito em fevereiro de 1996. Nenhum político foi punido por causa do escândalo.


Alguns deputados conseguiram criar a CPI sobre o caso em 1996, mas os aliados de FHC retardaram a instalação dos trabalhos até 2001. O relator tucano Alberto Goldman (SP) concluiu(?) que “o socorro aos bancos quebrados era inevitável diante da crise vivida pelo sistema bancário”. (clique aqui)


A farra do Proer


Foram contemplados pelo plano de intervenção federal: Econômico (BA), Mercantil (PE) Comercial (SP), Nacional e Bamerindus, entre outros.


O governo, sem autorização do Senado, adquiria empréstimos de instituições em boa situação financeira e emprestava sem garantias de retorno. Depois, o Tesouro Nacional ressarcia os bancos credores com o próprio dinheiro público. E assim, o saldo devedor era acrescido à dívida do governo.


Os arquitetos dessa grande falcatrua foram os ministros da Fazenda, Pedro Malan; do Planejamento, José Serra; e o presidente do Banco Central, Gustavo Loyola.


Gilmar Dantas entra em ação


Condenados em 2002, em dois processos por improbidade administrativa, Serra e Malan recorreram com recursos para a anulação do processo. Quando processados por improbidade, os ministros são julgados por juízes comuns, da primeira instância do Judiciário. Enquadrados por “crime de responsabilidade”, ganhavam automaticamente o privilégio de foro. Ou seja, só poderiam ser julgados pelo STF. Foi baseado nisso que Gilmar Mendes mandou ao arquivo as ações que pesavam sobre os ombros dos ex-colegas de governo.


Em sua decisão, o novo presidente do STF levou em conta o seguinte detalhe: “os efeitos de tais sanções em muito ultrapassam o interesse individual dos ministros envolvidos.” A condenação impunha responsabilidade “individual de quase R$ 300 milhões” para cada réu.


Ou seja, roubar bilhões dos cofres públicos não estava em questão.


E o “Farol”?


Fernando Henrique Cardoso ainda insiste em dizer que o Proer foi financiado com recursos do sistema financeiro. Recentemente, criticou o governo Lula por liberar parte do compulsório para abertura de crédito nos bancos, durante o auge da crise americana.


Rebatendo as críticas, o presidente do BC, Henrique Meireles, afirmou que a medida apenas representava 10% dos compulsórios dos bancos e que o governo não tinha simpatia por usar reservas cambias para enfrentar a crise, como feito em governos anteriores. (clique aqui)


Eles não contavam que o governo Lula emprestaria R$ 10 bilhões ao FMI.


Nem com o excelente desempenho da economia brasileira frente a crise americana.


Essa doeu, hein, Farol?


Roder


sexta-feira, 19 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

FHC: "Daniel Dantas é brilhante!"

Veja abaixo, entrevista de FHC, " O Grande Farol" onde ele qualifica dois de seus comparsas: Gilmar Mendes e Daniel Dantas:







Com relação ao delegado Protógenes, FHC diz " amalucado". Por que será que ele disse isso?

Por que Protógenes prendeu Daniel Dantas duas vezes?

Por que o delegado investigava lavagem de dinheiro e outros crimes contra o Sistema Financeiro?

Ou por que Daniel Dantas causa medo no "Farol"?

Se os HD´s de Daniel Dantas falassem... saberíamos quem é o verdadeiro "amalucado".

Com certeza sabemos quem é corajoso, competente e brilhante: Protógenes Queiroz.

Roder

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Folha: O ataque aos blogs.

Ombusdman da Folha, Carlos Eduardo Lins da Silva, fala em entrevista concedida no ano passado, sobre sua nova função no jornal do PIG. Reproduzimos aqui duas perguntas interessantes, feitas ao jornalista.

folha4


folha3


Contudo, o jornalista está bem desatualizado. Reproduzimos aqui o título da reportagem da própria Folha, no caderno Informática:



folha5


Os internautas devem saber que corre no Senado a aprovação da LEI AZEREDO, ou seja, o AI-5 Digital, que obriga os servidores à fornecerem informações confidenciais sobre o acesso de seus usuários. Não é de se espantar que a mídia do PIG não critica esse projeto e tampouco dê "visibilidade" sobre a discussão.


Vale lembrar que o senador Eduardo Azeredo (PSDB/MG) é aquele que foi acusado de ser o "pai do mensalão" .

domingo, 14 de junho de 2009

Brizola: "Cuidado com a Globo!"







Leonel Brizola já sabia: "A Globo foi o sustentáculo da Ditadura".

Com  dicursos inflamados como esse, Brizola sofreu com os ataques do PIG. Tanto a Globo como a Veja, atacavam seu governo, quando o gaúcho esteve no comando do Estado do Rio de Janeiro.


O  PIG passou a destacar muito mais o problema da criminalidade no Rio de Janeiro durante o governo Brizola, ignorando problemas idênticos em outras capitais, como Salvador, governada na época por um "carlista "de Antônio Carlos Magalhães, amigo pessoal de Roberto Marinho. Isso criou uma falsa imagem que o Rio era a cidade "mais violenta do mundo", prejudicando o turismo carioca e favorecendo o turismo baiano.



O que aconteceu com Brizola acontece com Lula. Mas o efeito não é o mesmo:

"Popularidade de Lula sobe para 80% em junho, diz pesquisa"


O desespero tomou conta do PIG!


Roder09

Os "cães" estão com raiva da Petrobras.

Veja abaixo, a raiva da Folha contra a Petrobras:

folha1

E como ela é pró-Serra e contra o governo trabalhista de Lula:

folha2

Nem perca o seu tempo lendo este factóide. Recomendamos leituras mais compromissadas com a democracia! Acesse nossos links.

E se for assinante do UOL ou da Folha, cancele hoje mesmo sua assinatura.

Roder

sábado, 13 de junho de 2009

2 Filhos de Fernando


pigfilmes


FHC, o "Grande Farol", deixou herdeiros em dois Estados importantes: São Paulo e Rio Grande do Sul. Ambos são administrados por tucanos com biografias bem interessantes. Acompanhe:


Yeda é formada em Economia pela USP. Serra também é cria da “universidade", contudo só concluiu seu mestrado em Economia no exterior.


Yeda foi ministra do Planejamento de Itamar. Serra também ocupou a mesma pasta, porém do sucessor FHC.


Yeda Crusius e seu vice, Paulo Afonso Feijó, defendem as privatizações do Banrisul, Corsan, Sulgás, CRM, Cesa, Procergs. Serra tentou privatizar a CESP, SABESP e a Nossa Caixa, esta última impedida pela compra do Banco do Brasil no ano passado. (clique aqui)


Yeda enviou um projeto de corte de despesas e aumento de ICMS, mas não foi aprovado pela Assembléia. Serra obteve o apoio em seu Estado para o aumento, no mesmo momento que o Governo Lula reduzia impostos. (clique aqui)


Em 2008, Yeda propôs a prorrogação dos contratos de pedágios onerosos ao RS. Serra aumentou o valor cobrado nas rodovias paulistas (as mais caras do país).  (clique aqui)


Serra simplesmente dobrou os gastos com publicidade da sua administração, com R$ 178,7 milhões em 2008 e R$ 313 milhões para 2009. Já no Rio Grande do Sul, Yeda investe pesado em campanhas semanais nas TVs e nas rádios. (clique aqui)


Yeda está longe da reeleição e do petista Tarso Genro nas pesquisas. Serra perde espaço aos poucos, com o avanço voraz da Ministra de Lula, Dilma Rousseff, para a sucessão presidencial. (clique aqui)


Várias investigações no RS surgem sobre denúncias de corrupção. Em São Paulo, dezenas de CPI´s são requeridas (acidente no Metrô, cartões corporativos,  propinas a policiais), mas a sigla é "proibida" por Serra.


A desvantagem de Yeda é que os gaúchos não ignoram a corrupção. Já os paulistas, esses , não são tão bons de memória.



Yeda obteve êxito, com o apoio do paulista na campanha de 2006. Será que Serra mostrará “suas gengivas” e ajudará Yeda novamente? (clique aqui)

(Hum...)


Bye-bye Yeda 2010! (adaptada da célebre frase de  PHA "Bye-bye, Serra 2010").

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Globo "empossa" Serra na marra.






A jornalista Cristiana Lobo, do canal Globonews, cometeu um pequeno deslize: trocou o nome do "eterno ex-presidente", FHC, pelo nome do "desgovernador de SP", José Serrágio.


Ela confessou: "Porque eu já tô lá na frente"



"Se depender da Globo, o Serra já é presidente"- segundo PHA, do Conversa Afiada.

As façanhas de um tucano.

Para lembrar do que um tucano é capaz de fazer. Aproveite!





quinta-feira, 11 de junho de 2009

Escândalos da Era FHC - O caso SIVAM II

A questão do SIVAM voltou a assombrar FHC durante o segundo mandato. Depois de 8 anos da ativação da primeira fase do sistema ,  o jornal  Folha de S.Paulo(?) publicou os documentos  sobre as negociações entre a Raytheon e o Governo FHC.

Geraldo Brindeiro,  Procurador Geral da República,   afirmou  que não havia indícios para abertura de uma investigação. Na mesma direção, a Polícia Federal negou que tivesse existido o "lobby" em favor da Raytheon.  O embaixador confirmou ter perguntado a José Afonso Assumpção "quanto é que ele queria", referindo-se ao senador Gilberto Miranda (PFL-AM).  Mas como sabemos, a sindicância apenas serviu para "botar panos quentes no caso".

No TCU, o Sivam foi objeto de 16 procedimentos, entre eles seis auditorias, além da fiscalização da execução do projeto. O Tribunal considerou "regulares os procedimentos adotados pelo Ministério da Aeronáutica" e considerou "insubsistentes" as acusações levantadas.

A CPI do Sivam só foi instalada em agosto de 2001, com seis anos de atraso em relação às suspeitas de tráfico de influência. O presidente era o então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.  Depois de colher oito depoimentos em três meses de reuniões pouco freqüentadas, a CPI concluiu que o projeto SIVAM, "era a melhor alternativa, nas condições para a realização dos objetivos daquele consenso". ''Temos muito pouco a fazer agora, porque mais de 90% do projeto já foi implantado'', alegou o  relator da CPI, deputado Confúcio Moura (PMDB-RO).

CURIOSIDADES

Demitido da chefia do Cerimonial do Palácio do Planalto, o embaixador Júlio César foi punido com o cargo de representante do Brasil no Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).  Com um salário em torno de R$ 15 mil mensais, ele permaneceu em Roma até o final de 2002.

No relatório da CPI do SIVAM é possível verificar a transcrição (página 37) das conversas do  embaixador Júlio César. 

A CPI deixou de fora a investigação dos diálogos de FHC e o embaixador do EUA sobre a obtenção de informações privilegiadas do SIVAM. O relatório não cita esse episódio.

Fica evidente que as relações de Kassab, Serra e FHC  são antigas. Kassab ajudou os tucanos a "abafarem" a CPI e em troca, obtém apoio político deles desde então.

E o mais surpreendente: Francisco Graziano Neto, ex-presidente do INCRA e  um dos envolvidos nesse grande escândalo,  é o atual Secretário de Meio Ambiente de José Serra.

Fontes: Relatório CPI SIVAM (2002)./ http://pib.socioambiental.org/pt/noticias?id=4557
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